A metalinguagem cinematográfica volta a invadir a tela de Quentin Tarantino, em mais um filme repleto de referências à sétima arte, mas, desta vez, em um contexto histórico do crime mais chocou Hollywood e que acabou de completar 50 anos.
Leonardo Di Caprio e Brad Pitt, com os quais o diretor já trabalhara, respectivamente, em “Django Livre” (2012) e “Bastardos Inglórios” (2009), vivem os dois protagonistas sem relação com personagens reais, em “Era Uma Vez… Em Hollywood”, que estreia nesta quinta-feira (15) em 34 salas de cinema do Rio de Janeiro.
A relação de trabalho e amizade entre o ator em decadência Rick Dalton (Di Caprio) e o seu fiel dublê Cliff Booth (Pitt) serve de base para reviver o verão de 1969, quando o criminoso Charles Manson passou de guru de araque a assassino, quando seguidores de sua seita mataram cinco pessoas durante uma festa de celebridades hollywoodianas, em 9 de agosto daquele ano – e mais um casal no dia seguinte.
Abusado por parentes na infância e praticando crimes como roubos de carros desde a adolescência, Manson fundara uma “comunidade alternativa” perto de Los Angeles no ano anterior e “entendera” a música “Helter Skelter”, dos Beatles como um chamado para acender a fgulha do que viria a ser uma guerra racial nos EUA.
Embora apontados como os crimes que sepultaram a era de “paz e amor”, os assassinatos da “Família Manson” aconteceram na semana anterior ao Festival de Woodstock.
O australiano Damon Herriman vive Charles Manson, com mais seis atores interpretando os integrantes de sua seita Lynette “Squeaky” Frommer (Dakota Fanning), Charles Tex Watson (Austin Butler), Gypsy (Lena Dunham), Sadie (Mikey Madison), Katie (Madisen Beaty) e “Flower Child” (Maya Hawke).
Vítima mais famosa dos assassinatos, a atriz Sharon Tate, então no auge da fama, casada com Roman Polanski e grávida, é interpretada por Margot Robbie, enquanto Rafal Zawierucha vive o cineasta polonês, que viajava a trabalho na data do crime e, por isso acabou não sendo vitimado.
Ex-noivo de Tate e, na época, uma espécie de cabelereiro das celebridades hollywoodianas, Jay Sebring era um dos outros quatro estava na festa e acabou sendo morto pela “Família Manson”. Em “Era Uma Vez… Em Hollywood”, ele é vivido por Emile Hirsch. Também aparecem outros amigos do casal, que cuidavam de Sharon Tate e foram assassinados, como Abigail Folger (Samantha Robinson) e Voytek Fryokowski (Costa Ronin). Tarantino não se atém apenas aos crimes, entretanto, abordando outras estrelas de Holywood, como Steve McQueen (Damian Lewis) e Bruce Lee (Mike Moh), descrito como “um sujeto meio arrogante” pelo cineasta.
“A forma como ele falava, eu não simplesmente inventei boa parte daquilo. Eu o ouvi dizendo coisas como aquelas, para aqueles efeitos. Se as pessoas estão dizendo que ‘ele nunca disse que poderia vencer Muhammad Ali’, bem, sim, ele disse”, declarou Tarantino à “Variety”.
Há espaço ainda para citações a atores menos celebrados, como o canadense Wayne Maunder – último papel interpretado por Luke Perry, antes de morrer, em 4 de março deste ano, vítima de um AVC, aos 52 anos.
Nas baquetas com Madonna
Falando em cinema, “The Breakfast Club” é mais conhecido como o título original de “Clube dos Cinco”, clássico adolescente dirigido por John Hughes (1950-2009) e lançado em 1985 no Brasil. O que pouca gente sabe que, meia década antes, esse era o nome de uma banda new wave/synth pop que Madonna em seus vinte, vonte e poucos anos, integrou antes de seguir em carreira solo. Menos ainda que ela não a cantora do grupo, mas a baterista.
Dirigido por Guy Guido, o documentário “Madonna and the Breakfast Club”, em cartaz nas telas do Rio nesta sexta (16), jogando um pouco de luz sobre esse período pouco conhecido da carreira dela, nos Cinemarks do Downtown e do Botafogo Praia Shopping.
Madonna and the Breakfast ClubPalco Cinemark apresenta: Madonna and The Breakfast Club.
Bola na tela. Também no Downtown, a partir desta quinta (15), “Eu Sou Brasileiro” narra outra carreira, em suas escolhas e dificuldades: a de Léo (Daniel Rocha), um jogador de futebol entre a partida na qual é descoberto por um olheiro e os sete anos seguintes.
Eu sou brasileiro.