A cidade do Rio de Janeiro, aclamada pelas suas belezas naturais, também é um belo e riquíssimo cenário a céu aberto da arte monumental. Não é de ontem que o DIÁRIO DO RIO denuncia a falta de urgência na restauração e manutenção das obras de arte espalhadas pelas ruas e praças da cidade. Os ataques à história Brasil são registrados diuturnamente na depredação, saque e desmonte do nosso acervo patrimonial.
Obra prima de Félix Charpentier, de 1902, a estátua em homenagem ao Visconde do Rio Branco, instalada no início da Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, por exemplo, teve o braço esquerdo arrancado. No Passeio, Centro, a estátua de Mahatma Gandhi, na praça que o leva o seu nome, teve o cajado furtado. A movimentada Cinelândia também registrou um caso inominável de vandalismo, com o furto da placa principal do monumento ao Marechal Floriano, obra de Eduardo de Sá. No Campo de Santana, datado de 1873, também, no Centro, os coroamentos dos portões foram arrancados, como observou o ex-diretor do Patrimônio Histórico Estadual, Alexei Bueno, em um artigo publicado na coluna de Ancelmo Gois (O Globo).
Em todos os espaços públicos cariocas é rotineiro o desmanche da memória e da cultura do Brasil. No Passeio Público, o desaparecimento de bustos é corriqueiro. O emblemático chafariz do Mestre Valentim está órfão da figura do anjinho com a cartela “Sou útil inda brincando” há anos. O local é o primeiro jardim público brasileiro e conta com tombamento federal.
Também estão em ruínas os chafarizes da Colônia, Reinado e Império, sendo que no Chafariz da Rua do Riachuelo, de 1817, a maior parte das letras de bronze foram arrancadas – o monumento era o único que as tinha na cidade Rio. Recentemente, monumentos da Praça Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na Zona Sul da cidade, foram vandalizados. Infelizmente, casos não faltam.
Ao enumeramos com desditosa facilidade os inúmeros casos de degradação patrimonial e do dinheiro público, indagamos o que faz quem deveria defender a memória e a identidade nacional? O que faz o Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que não vê o estado dos monumentos do Rio de Janeiro? Como bens tombado por entidade federal, caberia à Polícia Federal investigar para descobrir a autoria de tais crimes, que são alimentados por uma rede de ferros-velhos que se alimentam da arte, da memória, e dos recursos do patrimônio público.
O Rio de Janeiro, com a sua resiliência, não é somente uma cidade de belezas naturais internacionalmente reconhecidas, é também um lugar onde a arte de monumentos, inclusive de cemitérios, também é extremamente rica e reconhecida no exterior. Uma cidade não se faz apenas com a exaltação do novo, do contemporâneo. Ela é também construída sobre as camadas das memórias cultivadas por várias gerações, que ao viveram o seu presente manifestaram a sua fé em um futuro, que para elas seria melhor.
Tratar o patrimônio púbico com negligência ou ser negligente com quem saqueia e destrói tais manifestações artísticas é desprezar quem veio antes de nós, e manifestar para que está aqui que os esforços feitos pelos que vieram anteriormente não têm valor. Se nada tem valor, como se constrói o futuro? Não se enganem o futuro não é escrito sem a tradição.
O Dudu prefeito da cidade vai resolver isso no próximo mandado se ganhar já que em 4 anos não foi tempo suficiente para resolver os problemas.
Eu tô a dois anos esperando a prefeitura aparecer para podar as árvores reclamadas várias e várias vezes no 1746.
Mas o cara têm coisa mais importantes para resolver como os shows na cidade, da Madona e tal e falta dinheiro e tempo para resolver os problemas do município do Rio onde pagamos os impostos para serem gastos com a Madonna e mmmm na Av.Brasil já que o mesmo anda de helicóptero e não encara congestionamentos
Parabéns a jornalista pela reportagem.
Infelizmente somos (Brasileiros) negligente com nosso passado.
Mas não é esse jornal que faz campanha para o Eduardo Paes?
Faz o D de Dudu!
Infelizmente não tem como combater esse tipo de crime, pois quem rouba essas coisas são pessoas dependentes químicos e não tem como os donos de ferro velho saber a procedência do material que essas pessoas levam aos estabelecimentos, eu sei pois trabalhei em um ferro velho e não podemos simplesmente desconfiar e acusar as pessoas de roubo sem provas. Talvez seja interessante criar monumentos com outros tipos de materiais, como pedras por exemplo.
Tem que fechar os ferros velhos (a maioria controlados por milícia e tráfico). Abrir cooperativas de reciclagem. Abrir 2 ou 3 ferros velhos na cidade extremamente fiscalizados e com controle de tudo que entra e sai.
Fazer um aparato de segurança passiva nos monumentos (câmaras, travas, etc) e reforçar a segurança ativa (patrulha e vigilância).
Aumentar o efetivo e verba da Conservação.
Fazer peças similares, mas sem valor comercial (plástico, alumínio, etc).
Com isso, eu duvido se não reduziria bastante os furtos e vandalismo.