Atravessar o sinal antes de fechar, correr enquanto um carro se aproxima ou pensar que o motorista sempre vê o pedestre são comportamentos comuns entre os cariocas. Muitos não tomam cuidado ao atravessar as ruas. Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), divulgados no início da Semana Nacional do Trânsito, revelam que, entre janeiro e junho deste ano, 1.436 pessoas foram atropeladas no estado do Rio de Janeiro, o que representa uma média de oito casos por dia. A cidade lidera as estatísticas.
A Avenida Brasil, a maior via expressa do município, concentra o maior número de ocorrências neste ano, com 50 atropelamentos nos primeiros seis meses de 2024. Em seguida, aparecem a Avenida Santa Cruz, com 22, e a Avenida das Américas, com 21. Mais de um terço das vítimas tem entre 30 e 59 anos e é do sexo masculino. A capital fluminense contabiliza 658 registros, seguida por São Gonçalo (100) e Nova Iguaçu (81).
Além do aumento nos atropelamentos, os acidentes de trânsito também cresceram 23%. Nos primeiros seis meses, ocorreram 12.914 casos, uma média de 71 por dia. Desses, 751 resultaram em mortes. O ISP registrou ainda 13.389 casos de lesões corporais culposas, a maioria ocorrendo à tarde, entre meio-dia e 18h. Os homicídios culposos, concentrados majoritariamente à noite, entre 18h e meia-noite, somaram 1.123 circunstâncias.
Motoristas jovens, entre 18 e 29 anos, são os principais autores de infrações de trânsito, como dirigir sem habilitação. Já os estudantes, comerciantes e entregadores lideram entre os infratores. Em comparação com o mesmo período do ano passado, as infrações por dirigir sem habilitação e adulteração de sinal identificador apresentaram aumentos expressivos no estado, de 22,7% e 50,2%, respectivamente.
“Queremos oferecer uma ferramenta estratégica que apoie a formulação de políticas públicas voltadas para a educação no trânsito e também conscientize a sociedade sobre a importância da prevenção de acidentes. Esses números reforçam a necessidade de fortalecer programas do Governo do Estado como a Operação Lei Seca, as ações do Detran.RJ e outras iniciativas estaduais voltadas a enfrentar a insegurança no trânsito”, afirmou a diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz.
