Apesar de ser o líder na produção de Gás Natural (GN), o Rio de Janeiro tem a taxa mais cara do Brasil para residências, são R$ 12,25 que a CEG-Rio cobra por 1m³, quase o dobro da mais barata, a SERGÁS em Sergipe, R$ 6,15. A situação não é melhor no GN para comércio, a 2ª mais cara do país, são R$ 9,23 da CEG-Rio por 10 m³, quase o tripo que cobra CIGÁS (AM) – R$ 3,44. Já para indústrias, a mesma coisa, o Rio de Janeiro aparece entre as 5 primeiras mais caras de todo território.
A calculadora elaborada pela gerência de Petróleo, Gás e Naval da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) simula com a tarifa de gás natural e o valor total da fatura do consumidor por segmento – residencial, comercial, industrial e Gás Natural Veicular (GNV) – conforme a sua faixa de consumo e a última deliberação vigente em cada estado selecionado. Ao ser preenchido o consumo e o segmento, é calculado automaticamente o valor médio da tarifa de gás, possibilitando comparação em relação as 19 distribuidoras estaduais.
“Cada estado tem uma realidade própria de custos para o gás natural e a Calculadora é uma ferramenta importante na transparência e comparação para apoiar na calibração de políticas públicas e na melhoria da competitividade do gás natural no Rio de Janeiro e no país”, destaca o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
A Firjan lançou recentemente o “Perspectivas do Gás no Rio”, cujo estudo destaca que, além do recorde na produção nacional em 2023, frente ao ano anterior, o estado no Rio de Janeiro reforça a sua liderança na produção de gás, atingindo a marca recorde de 72% de toda a produção bruta do país e, também, recorde com 51% da produção disponível. Conforme o levantamento, a produção bruta de gás no Brasil foi de 145 MMm³/dia, entre janeiro e outubro de 2023, um crescimento de 5% frente a média de 2022 (138 MMm³/dia).
“O gás natural é muito rico no estado do Rio e pode ser ainda mais para a sociedade fluminense e para o país. Mas, o preço ainda continua caro para a indústria. É necessário baixar o preço para valorizar ao máximo os recursos do produto, pois é o energético de baixa emissão de carbono e perfeito para esse momento da transição energética”, diz Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da federação.
Como ilustração da funcionalidade da Calculadora, veja o exemplo para consumidores industriais de porte pequeno na cidade do Rio, com um consumo diário de 10.000 m3/dia, são apresentadas seis faixas de consumo – de zero a 200 m3 até de 100 mil m3 a 300 mil m3 –, o consumo e o custo por faixa. Já para o segmento residencial, o exemplo utiliza uma residência na cidade do Rio e o consumo de 10 m3 mensal.
Calculadora de Gás Natural
Conforme os resultados da Calculadora, chama a atenção que os estados mais próximos aos principais polos de produção nacional de gás natural nacional apresentam, apresentam tarifas em geral mais caras, como é o caso dos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Enquanto isso, os estados do Nordeste figuram entre os com menores tarifas, resultado da abertura do mercado em meados de 2021 que não ocorreu de modo harmônico entre as regiões e permitiu que a região acessasse, na época, fornecedores com melhores condições de preço.
Vale lembrar que a tarifa final ao consumidor é composta por algumas parcelas: o custo da molécula de gás natural, a tarifa de transporte, a margem de distribuição, impostos e taxa de regulação. Veja abaixo as cinco tarifas mais altas e as cinco mais baixas no Comparativo da Tarifa de Gás Natural por Distribuidora (R$/m3) para os segmentos industrial, residencial e GNV:
Segmento Residencial – 1m3/dia
Mais altas
- CEG (Região Metropolitana do Rio) – R$ 12,25
- COMGÁS (SP) – R$ 10,33
- GASMIG (MG) – R$ 9,22
- Gás Brasiliano (SP) – R$ 8,96
- CEG Rio (interior fluminense) – R$ 8,72
Mais baixas
- COMPAGAS (PR) – R$ 6,71
- CIGÁS (AM) – R$ 6,71
- COPERGÁS (PE) – R$ 6,49
- PBGÁS (PB) – R$ 6,35
- SERGÁS (SE) – R$ 6,15
Segmento Comercial – 10m3/mês
Mais altas
- Compagas (PR) – R$ 13,16
- CEG (Região Metropolitana do Rio) – R$ 9,23
- COMGÁS (SP) – R$ 8,57
- GASMIG (MG) – R$ 7,88
- SCGÁS (SC) – R$ 7,53
Mais baixas
- CIGÁS (AM) – R$ 3,44
- Copergas (PE) – R$ 3,59
- CEGÁS (CE) – R$ 4,47
- Sergas (SE) – R$ 4,90
- Potigás (RN) – R$ 5,38
Segmento Industrial – Consumidor Pequeno 1.000 m3/dia
Mais altas
- Naturgy SPS (SP) – R$ 5,55
- CEG (Região Metropolitana do Rio) – R$ 4,97
- NECTA (SP) – R$ 4,96
- MSGas (MS) – R$ 4,84
- Comgas (SP) – 4,74
Mais baixas
- Bahiagas (BA) – R$ 3,21
- Cigas (AM) – R$ 3,29
- Algas (AL) – R$ 3,47
- Copergas (PE) – R$ 3,59
- SCGas (SC) – R$ 4,08
Segmento Industrial – Consumidor Médio 10.000 m3/dia
Mais altas
- CEGÁS (CE) – R$ 4,44
- Naturgy SPS (SP) – R$ 4,42
- CEG (Região Metropolitana do Rio) – R$ 4,36
- Gás Brasiliano (SP) – R$ 4,24
- Compagas (PR) – R$ 4,15
Mais baixas
- CIGÁS (AM) – R$ 2,97
- BahiaGás (BA) – R$ 3,07
- ALGÁS (AL) – R$ 3,23
- GASMIG (MG) – R$ 3,53
- COPERGAS (PE) – R$ 3,55
Segmento Industrial – Consumidor Grande 30.000 m3/dia
Mais altas
- CEGAS (CE) – R$ 4,23
- Compagas (PR) – R$ 4,10
- MSGas (MS) – R$ 4,00
- CEG (Região Metropolitana do Rio) – R$ 3,99
- NECTA (SP) – R$ 3,94
Mais baixas
- Cigas (AM) – R$ 2,80
- Bahiagas (BA) – R$ 3,01
- Algas (AL) – R$ 3,13
- Comgas (SP) – R$ 3,47
- GASMIG (MG) – R$ 3,48
Segmento GNV
Mais altas
- CEGAS (CE) – R$ 4,10
- ESGas (ES) – R$ 3,97
- Potigas (RN) – R$ 3,86
- Gasmig (MG) – R$ 3,80
- Compagas (PR) – R$ 3,78
Mais baixas
- Bahiagas (BA) – R$ 2,86
- Cigas (AM) – R$ 2,95
- Comgas (SP) – R$ 3,21
- MSGas (MS) – R$ 3,26
- Copergas (PE) – R$ 3,26
É o Rio sempre de “pernas abertas” ajudando o país.
É o Rio sempre de “pernas abertas” ajudando o país. Cidadão paga muito e recebe bem menos, afinal de contas, tem que carregar algo nas costas…Cuidado aí, veja lá o que carrega.
Meteram a mão nos nossos royalties e nem ao menos tem compensação para o estado produtor um valor mais baixo do produzido para consumo no estado.
Certo seria lutar por independência do RJ…
Onde está a justificativa? Sempre desconfio do “vizinho” que gosta de aprovar leis pra saquear outros estados com energia e matérias primas baratas. Nunca se esqueçam da Lei José Serra do ICMS do petróleo que prejudicou e muito o Rio de Janeiro.
Pois é. O verdadeiro motor do Brasil é o Rio de Janeiro. Tudo isso acontece porque o Brasil, liderados por São Paulo, não deixa o Rio de Janeiro ficar com a maior parte dos lucros do petróleo e gás dos quais o Rio é disparado o maior produtor.
A politicagem e mídia Paulista impediram que nos anos 70, 80 e 90 o Rio construísse várias refinarias aqui no estado alegando que não podia deixar se concentrar em um único local, mesmo sendo a maior produção de petróleo e gás aqui no nosso território.
Já está na hora do Rio de Janeiro abandonar esse barco que já afundou chamado Brasil.