De acordo com a pesquisa de Índice de Progresso Social (IPS) do município, encomendada pela Prefeitura do Rio de Janeiro e analisada pelo Instituto Rio21, o índice de qualidade do meio ambiente sofreu uma redução de 13,89 pontos entre 2016 e 2020.
Enquanto em 2016 o índice foi de 50,26, em 2020 esse valor havia caído para 36,37. Nessa escala, quanto mais próximo 100 o valor, melhor é a qualidade do meio ambiente. Sendo assim, a drástica redução da nota revela uma piora significativa na qualidade do meio ambiente da cidade.
O índice de qualidade do meio ambiente é determinado a partir de duas variáveis: degradação das áreas verdes e coleta de lixo seletivo. No caso da degradação das áreas verdes, o indicador é calculado por meio da diferença entre o tamanho da área coberta por vegetação arbóreo-arbustiva e gramíneo-lenhosa no ano de referência e o da área de mesmo tipo em 2013. Sendo assim, os dados mostram que o Rio presenciou uma perda de 1% das áreas verdes em 2020, em comparação com a extensão da vegetação de 2013.
Por sua vez, o nível da coleta de lixo seletivo sofreu uma pequena queda. Em 2016, 2,77% dos resíduos sólidos recolhidos pela Coleta Seletiva Domiciliar apresentavam potencial de reciclagem. Já em 2020, esse valor caiu para 2,23%, uma redução de 0,54 pontos percentuais.
“O baixo nível de reciclagem no Rio é um desperdício de potencial. Há uma oportunidade não apenas para reduzir os problemas ambientais, como também para gerar emprego e renda. É um setor da economia que merece mais atenção, há muito a ser aproveitado”, opina Carolina Carvalho, assistente de pesquisa do Instituto Rio21.
Em 2019, o DIÁRIO DO RIO publicou uma série de matérias sobre o problema do lixo na cidade. Como mostram as reportagens, o histórico é antigo e as soluções lentas.
Um ponto a ser destacado é que o índice de qualidade do meio ambiente varia bastante de acordo com a região administrativa. Na Pavuna, a qualidade do meio ambiente é basicamente inexistente. Sua nota é de 0,89. Em comparação, Botafogo alcança um valor de 62,56. A diferença entre as regiões é de 61,67 pontos, uma distância enorme.
“O Rio de Janeiro sofre com desmatamento desde quando os europeus chegaram aqui. E continua, hoje em dia, muito pela ação de construções irregulares em áreas de preservação ambiental ou em regiões com menos fiscalização. O Rio é uma cidade privilegiada por sua natureza e se ela continuar de pé, temos muito mais a ganhar”, explica o ambientalista Marcus Costa.