Rodrigo Amorim: Discurso mais frouxo e o verdadeiro inimigo das milícias

O deputado estadual Rodrigo Amorim critica o deputado federal Marcelo Freixo por usar policiais penais em sua segurança pessoal que não são cedidos

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

Antes de abordar o assunto principal desse artigo, quero fazer uma retrospectiva. Há alguns anos, quando a então DRACO, delegacia especial da Polícia Civil, já investigava milicianos, o deputado Marcelo Freixo embarcou na onda causada pela tortura covarde sofrida por três funcionários de O DIA e criou na Alerj uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Até hoje o parlamentar se vangloria de “ter indiciado 225 pessoas” com a tal CPI, embora não haja notícias de alguém atualmente cumprindo pena graças a ele. Há, sim, mais de mil presos por participação em milícias só no atual governo Cláudio Castro. Na minha opinião, o governador Cláudio Castro é mais inimigo das milícias do que o deputado Freixo jamais sonhou ser! Mas diferentemente do deputado, o governador não usa a tragédia alheia para divulgar seu trabalho e sim se baseia em fatos.

E os fatos não são favoráveis ao parlamentar. Mesmo nos tempos da CPI, antes mesmo da instalação, a Polícia Civil conseguiu prender o responsável pela tortura dos jornalistas no Batan, bem como outros cúmplices. O trabalho sério foi feito pela Polícia Civil. Os fogos de artifício foram acesos pelo deputado, mesmo assim deram chabu.

Eis que 11 anos depois daquela CPI, descobrimos que o tal deputado, hoje na Câmara em Brasília, utiliza policiais penais em sua segurança pessoal que não são cedidos formalmente pela SEAP. São pessoas que, caso se envolvam num sinistro, não poderão sequer reivindicar direitos ou prestar seus deveres – ou seja, sem quererem, sem jamais terem pedido tal coisa, eles se tornaram “milicianos”. Graças ao deputado que diz ter “combatido as milícias”!!!

Logo que recebi as denúncias, apurei a relação de seguranças e solicitei uma análise à SEAP, que me confirmou tudo: houve negligência na formalização da relação de trabalho entre os policiais e o deputado. A SEAP vai mais longe: enviou ofícios urgentes ao deputado em Brasília, exigindo esclarecimentos, e o parlamentar que se arvora defensor da legalidade JAMAIS RESPONDEU aos mesmos! Já temos mais de cem páginas de respostas da SEAP confirmando todas as denúncias! E como presidente da Comissão do Servidor, convocarei o deputado para prestar esclarecimentos – já que uma das minhas providências será defender o direito desses policiais de não sofrerem represálias. Não quero a corda arrebentando do lado mais fraco!

Cabe lembrar que este cidadão passou os últimos anos se apresentando como arauto da moralidade e da honestidade, um bastião da “coisa pública bem-feita”. Decepção para seus eleitores! E ele ainda vem arquitetando uma candidatura a governador, toda com o discurso de que vai “consertar o Rio” e “reformar a polícia”. Reformar a polícia de que forma? Transformando todos em trabalhadores informais, como os seus seguranças? Que discurso ele vai adotar? Talvez nem importe, porque agora sabemos: até o discurso é frouxo!

Rodrigo Amorim é deputado estadual.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Rodrigo Amorim: Discurso mais frouxo e o verdadeiro inimigo das milícias

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui