Rogério Amorim: Há o que fazer pela Uruguaiana?

Para Rogério Amorim, Eduardo Paes comete sincericídio ao admitir que não tem o que fazer em Segurança Pública e isso se reflete no Camelô-Shopping da Uruguaiana

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Recentemente o prefeito Eduardo Paes criou o bordão que define brilhantemente seu governo. Ao comentar sobre questões de Segurança Pública, ele admitiu que a Prefeitura “não tem o que fazer”. Eu achei o sincericídio do prefeito no mínimo justo com a população, que terá assim a oportunidade clara de se livrar dele nas eleições do ano que vem. Mas acho que ele poderia continuar falando. E dizer logo que não tem o que fazer pelo BRT (que ele deveria ter entregado em 2016), que não tem o que fazer pela Saúde, que não tem o que fazer pela Guarda Municipal (corporação que ele mesmo a cada dia rebaixa mais) e que não tem o que fazer pela Educação e seus cavalos taradões. Dentro da Educação, ele também não tem o que fazer pelos mediadores escolares que não estão sendo contratados pelo Ferreirinha CPX, deixando sem assistência algumas milhares de crianças com diversas condições limitadoras; já fiz dezenas de requerimentos de informações de pais que me procuram pedindo socorro, mas pelo jeito o Ferreirinha “não tem o que fazer”.

Em suma, Eduardo Paes não tem o que fazer. Talvez se ele tivesse o que fazer evitaria vídeos constrangedores como aquele em que anuncia a Cinelândia para a torcida do Fluminense e o espaço da Sapucaí, nobre, de carnaval, para a torcida do Boca Juniors – clube de um país onde o racismo é frequente nas partidas contra times brasileiros.

Vamos supor que Eduardo Paes resolvesse ter o que fazer – que tal melhorar a cidade? Eu faço a primeira sugestão: comece pelo Centro, esse Centro que ele diz estar “revitalizando” e que permanece em degradação completa. O tal “quadrilátero” da Cinelândia se torna um mendigódromo e o Porto Maravilha é cada vez mais deserto. E agora temos a novidade: um Camelô-Shopping, que é a ocupação escancarada, sem meio-termo, da Rua Uruguaiana. Uma lona azul cobre toda a área por onde deveriam passar pedestres, protegendo do sol e da chuva uma espécie de filial Centro da famosa Feira de Acari. Material de procedência bem duvidosa sendo vendida sem recolhimento de impostos, tudo atrapalhando a passagem dos pedestres e também a visualização dos comerciantes que geram empregos e pagam taxas incríveis da Prefeitura.

Além de tudo, trata-se de um problema de Segurança Pública (ah, mas isso ele já disse que não tem o que fazer), pois é evidente que ali pode haver produtos de contrabando ou roubo.

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Qual será a resposta do prefeito ao novo Acaródromo da Uruguaiana? “Não tem o que fazer?”. Talvez esse seja o caso de trocar o verbo “ter” pelo verbo “saber”. Sim, o nosso prefeito já não sabe mais o que fazer pelo Rio de Janeiro.

Qual será a resposta do prefeito ao novo Acaródromo da Uruguaiana? “Não tem o que fazer?”. Talvez esse seja o caso de trocar o verbo “ter” pelo verbo “saber”. Sim, o nosso prefeito já não sabe mais o que fazer pelo Rio de Janeiro.

Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.

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4 COMENTÁRIOS

  1. Moro em Londres há muitos anos, mas por ser aeroviário, passamos férias no Rio todos os anos. As vezes duas idas num ano. Este setembro, durante 10 dias no Pestana, nunca vi tanta pobreza, mendigos dormindo na calçada
    com crianças, as vezes. Na frente do Copacabana Palace vimos um homem bem vestido, mas praticamente drogrado no chão à beira da estátua e turistas tirando fotos, mas com cuidado para não sair o “cadáver” na foto. Fomos ao Quick Galetos na Dudivier e ao voltar do banheiro havia uma senhora pedindo um pedaço de galinha da minha mulher. Na frente deste mesmo restaurante uma mulher jovem drograda com as calças nos joelhos mostrando a bunda e puxando seu carrinho. Outro dia, num ônibus passando atrás do Copacabana Palace as 18 horas vimos um arrastão na calçada. Outro dia passeando na calçada perto do Excelsior, um jovem nos abordou (somos velhos) e disse para mudarmos de rumo pois ali na frente havia um grupo de jovens que pareciam perigosos. Nossa estadia foi constantemente interrompida com problemas de segurança. Ano passado fomos roubados no calçadão as 7 da noite com todo mundo passando como se nada tivesse acontecido. O Rio está uma tragedia apesar do povo ser tão bom. Não vamos voltar até que eu possa ler que as coisas melhoraram. Continue, Sr. Rogerio na sua valente campanha para mudar a administração da Cidade Maravilhosa.

  2. Se o Eduardo Paes tivesse o que fazer sobre segurança pública isso seria um fato inédito no Brasil.

    Um prefeito tomando decisões sobre polícia e tantas outras instituições de segurança pública. Funções essas, todas do Governador.

    • O problema de segurança no Rio se deve a favelização desenfreada, responsabilidade da prefeitura. Me diz qual cidade tem 1200 favelas? Que poiciia da jeito nisso ?

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