Rua Joaquim Silva, na Lapa, é novo polo gastronômico no Rio

A Joaquim Silva conta com diversos bares e restaurantes de ótima qualidade, além de qualidades arquitetônicas e muita animação, e vem se firmando como um grande ponto turístico da cidade.

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Na linda fotografia de Diogo Tirado (flickr), vê-se o começo da badalada rua Joaquim Silva, com os Arcos da Lapa no fundo. (Foto: Diogo Tirado)

Já há algum tempo tem sido divulgado que a Escadaria do Selarón, na Lapa, se tornou o terceiro ponto turístico mais visitado do Rio de Janeiro. Realmente, são muitas vans com turistas, e até ônibus, que param bem na esquina da rua Joaquim Silva com a rua Teotônio Regadas, na Lapa, para que turistas possam subir as coloridas escadarias decoradas pelo artista chileno. As fotos dentre os coloridos azulejos, obtidos por Selarón em todo o mundo, estão dentre as mais instagramáveis na cidade maravilhosa.

A rua Joaquim Silva começa no iniciozinho da Rua Evaristo da Veiga, colada em outro ponto turístico super querido dos turistas, os Arcos da Lapa, e vai até a Praça Paris, de frente pro Aterro, cruzando a Rua da Lapa. O trecho mais badalado, já antes da pandemia, vinha se firmando como ponto de encontro de multidões descoladas, desde a manhã até a noite. Com isso, diversos imóveis na região vêm sendo reformados, para a alegria dos amantes do Rio Antigo, pois a rua tem imóveis lindíssimos.

As recentes inaugurações dos restaurantes Bandolim, na Rua Joaquim Silva 97, e do Boteco Seu França, no número 123, vieram coroar a construção de um polo gastronômico cada vez mais fervilhante – se a pandemia der uma trégua, é claro.

Na mesma rua, no número 82, sucesso absoluto é o restaurante Ximeninho, com seus famosos petiscos e cerveja e chopp a preço super acessível. Provavelmente vendo a quantidade de novos negócios sendo aportados no local, o tradicional restaurante de esquina passou por uma grande reforma nos últimos meses. A comida nordestina é muito gostosa, sem contar os salgados.

O Bandolim, no 97, é daqueles imóveis de chorar de lindo. Ocupando dois sobrados geminados ao lado do Hotel Marajó, com fachadas em estilo art nouveau restauradas à perfeição, o restaurante é especializado em comida vegana, com direito a bolinhos de feijoada vegano, e outros quitutes de deixar o mais carnívoro dos comensais bastante surpreso. Tem agradável música ao vivo, o que é muito apropriado por estar instalado no mesmo imóvel onde Jacob do Bandolim aprendeu a dedilhar o divertido instrumento. Também promove bazares, exposições de arte e pretende inaugurar no andar de cima uma espécie de hostel, segundo averiguamos.

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O Restaurante Bandolim fica em dois casarões geminados, e recebe para exposições, música, e uma refeição vegana daquelas que você nem nota que é vegana. (Foto: Divulgação)

O Boteco Seu França, no 123, foi inaugurado no ano passado, e sua decoração colorida e divertida combina bastante com a comida, que também é forte nos bolinhos, coxinhas, drinks de frutas e uma carne que quem provou garante que é deliciosa.

No número 105 fica outro imóvel lindo. O restaurante O Cortiço, resultado da reforma de um sobrado com direito a vila de casas nos fundos, tem uma linda decoração que é resultado de uma restauração absolutamente incrível. A feijoada é famosa, assim como o grelhado misto. E há quem diga que o caldinho de abóbora é de chorar. A fachada do imóvel, com lindas vitrines emolduradas por cantarias, é um ponto alto, mas não deixe de provar a moqueca de peixe.

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Os restaurantes da região apaixonam não só pela gastronomia, como também pelo visual. Um passeio pelo Rio Antigo. (Foto: Bandolim)

Pra quem gosta de Japonês e quer ter chance de admirar o bochicho da área e as construções do Rio antigo, além de visitar a escadaria, a dica é visitar o número 127. No sobradinho cor-de-rosa com uma pequena frente de duas janelas e uma porta, você encontra um japinha pra ninguém botar defeito, o Gohan. Avaliado com 4,7 estrelinhas pelos usuários do google, é uma unanimidade de quem trabalha no Centro. Serviço bom, comida fresca e com um ambiente super agradável. Tem alguns pratos bem gostosos de comida chinesa.

O número 134 da Joaquim Silva esconde um expoente de uma culinária cada vez mais querida em todo o mundo: a peruana. Lá funciona o Sabor Peruano en Rio, lugar de comer ceviche de joelhos. Uma dica especial é pedir a Causa Acepilhada, um passeio por todas as entradas do restaurante, que é descolado e serve também um polvo na brasa absolutamente sensacional. E nem vou entrar no mérito do apetitosíssimo espaguete com frutos do mar. Como bom amante do Rio Antigo, tenho que frisar que a loja é simplesmente linda, funciona num térreo de um edifício de apartamentos construído em estilo eclético.

A lista não termina por aqui, e conta com um bar querido por 9 entre 10 bar-maníacos: o Beco do Rato, no número 11, um pouco mais longe da escadaria do Selarón. No Beco, simplesmente tudo é bom. Mas os petiscos são ponto alto. Todos eles. E por vezes, ao som de música ao vivo. Tem aquele tipo de atendimento folclórico do Rio de Janeiro, mas a casa tem samba no pé.

Para quem está trabalhando, e quer um prato feito de qualidade, por preço justo, não dá pra não indicar o Bico de Ouro, no número 3A da Joaquim Silva. O Bar do Adalto também não fica atrás (número 15), e lá outro dia eu bati um pratão de arroz, feijão, purê e carne assada. Tava bom pra danar, com molho a campanha e farofinha na forminha de alumínio!

Sem ser na Joaquim, mas quase sendo, o destaque vai pro meu restaurante favorito no local. Trata-se da Adega Flor de Coimbra, quase na esquina da Joaquim Silva, mas na verdade com endereço na Rua Teotônio Regadas, 34. Lá, eu me refastelo nos bolinhos de bacalhau (sempre em formato comprido, nunca de bolinha), e na “Feijoada Portuguesa”, uma feijoada feita com feijão branco que vem fervendo, com muito lombo e carne seca, além de um paio português delicioso. É uma das minhas maiores alegrias ver aquela panelinha preta de ferro chegando, fumegando. A casa é famosa pela plaquinha “Proibido Beijo Ousado”, mas quando vou ao local acabo querendo mesmo é cair dentro da comida. O atendimento é ótimo, cuidadoso.

Se você, como eu, quer ir de carro, não tem nenhum problema, porque há um estacionamento enorme de frente para o Ximeninho, e você pode tranquilamente estacionar seu carro lá, e escolher, com calma, o restaurante. A área, apesar de ainda ter muitos prédios em mau estado, é extremamente policiada – todas as vezes que vou lá, tem viaturas da PM e da Guarda Municipal em frente à escadaria do Selarón. É um passeio enriquecedor, não só na gastronomia de bar – pela qual sou apaixonado – como também do ponto de vista histórico. São diversos imóveis lindos, daqueles que a gente fica parado contando os detalhes por um tempão antes de avançar pro próximo.

Cada vez mais esta área da Lapa parece firmar-se como destino turístico, aos pés de Santa Teresa. Vale a visita.

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12 COMENTÁRIOS

  1. Eu torço para que a rua se torne o que a matéria diz! Mas hoje é um lugar pavoroso, um ambiente “pesado”, imundo, todo pixado, com constante vazamento de esgoto e venda de drogas explicita. Uma rua que realmente deveria ser muitissimo bem cuidada.

  2. O governo deveria olhar com mais atenção para esta parte do Centro da Cidade. A Lapa está tomada por traficantes e a Rua Joaquim Silva foi palco de guerra ontem.

  3. A Lapa real é um dos maiores pólos narconômicos do Centro do Rio de Janeiro. Contudo, sonhar não custa nada, e o texto seguiu pelo caminho da ficção.

  4. Já imaginaram essa rua, do início nos Arcos da Lapa até a escadaria, com árvores bem podadas, com iluminação no entorno de cada tronco (tipo luz de natal), algumas bandeirolas de um lado da calçada ao outro, com os casarões reformados, bem iluminados, cada uma especialidade, mesas na calçadas, plantas e flores ornamentando o local, e principalmente, com segurança 24horas. Local de filme.

  5. O artigo tem sim uma dose de idealização por conta dos muitos problemas que a rua tem e da ausência do poder público na solução desses problemas, mas é justificável essa idealização: a rua é belíssima e poderia ficar ainda melhor com a presença dos órgãos públicos e um belo projeto de urbanização em toda a sua extenção que começa na Praça da Velha Guarda (vocês sabem onde fica?) e terminar na Praça Paris.

  6. Polo gastronômico? Torcer para que algo aconteça é uma coisa, inventar é outra. Este “jornal” muitas vezes chega a ser realmente engraçado.

  7. Rua feia suja abandonada. O fedor de cerveja entornada e urina se mistura ao de maconha. A noite parece mais o território livre para o uso de drogas. Pela manhã lá está a juventude vomitada no chão. Deprimente.

  8. Ótimas dicas! Realmente um local sensacional de se visitar. Aproveito para confirmar e exaltar que o Bandolim é encatador e a comida incrível e eu nem vegana sou. Provem as delícias do Bandolim, voltarei em breve lá .

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