Ruas do Mercado e do Ouvidor sofrem com ‘gerador da discórdia’ que pode ser um risco e ocupa espaço público

Equipamento fica ''estacionado'' em área pública e serviria a uma ''casa de saliência'' que funcionaria na rua do Mercado num prédio de aparência arruinada, bem no coração da Pequena Lisboa; aparelho, quando liga, faz um barulho insuportável e solta fuligem e fumaça, além de estar estacionado há meses no espaço público

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Todo mundo que gosta de boemia conhece o tradicional e delicioso “Samba da Ouvidor”, que ocorre aos sábados na rua do Ouvidor entre a Primeiro de Março e a rua do Mercado. Da mesma forma, quem ama história e o Rio antigo é sempre apaixonado pela região da Praça XV e do Paço Imperial, terra de Centros Culturais de grande interesse geral, muita cultura e bens tombados como o Arco do Telles, a Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores e todo o conjunto tombado da área, protegido desde os anos 30 pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico Nacional.

A região é lotada todos os dias e até mesmo nos sábados, quando os restaurantes bombam e chega a haver fila de espera. Isto é, quando o estrondo e a fuligem gerados por um gerador de energia colocado em pleno espaço público não coloca todo mundo pra correr. O equipamento amarelo ocupa a visão de quem quer ver o belíssimo casario que reina na região que vem ganhando muitos investidores, que têm reformado e inaugurado novos negócios por ali.

Dados da Sergio Castro Imóveis dão conta que mais de 10 imóveis históricos foram vendidos recentemente e estão para ser restaurados naquele pedacinho que, segundo a empresa, não chega a ter 40 imóveis particulares. Mas a região ainda sofre com a informalidade e a confusão contra a qual muitos comerciantes locais começaram a insurgir-se.

Mas a turma da bagunça ainda tem força. O próprio samba da ouvidor, uma unanimidade carioca, vem sofrendo com a fuligem do gerador que parece ser ligado só pra incomodar os artistas e o público em geral. Em volta do gerador, reina a confusão: camelotagem ilegal, lonas de caminhão azuis usadas como toldos por cima do próprio gerador (uma espécie de bomba relógio inflamável – uma possível boate Kiss a Céu aberto) que nas noites de quinta, sexta e sábado fica cercado de cadeiras e mesas de PVC. Especialistas em segurança consultados pelo DIÁRIO condenam o uso do gerador embaixo de lonas plásticas e cercado por mesas, cadeiras e multidão. A bagunça , porém, vai além e tem a ver com a informalidade. “Os camelôs pagam pelo ponto ao dono da casa saliência que funciona na rua do Mercado”, disse uma fonte que tem medo de se identificar. O gerador também ocupa espaço público.

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Se pagam ou não, pouco importa. A verdade é que fica todo mundo sempre abafado em volta do motor barulhento do gerador amarelo, onde se lê: “para chupar pago R$ 300,00” (foto). O gerador afasta o bom comércio e os povo boêmio que gosta de samba, e de comer nos restaurantes formais que pagam imposto e geram emprego. Quando ele é ligado, a região é invadida por camelôs clandestinos e, no fim de festa, o que se vê é lixo revirado e muitas fezes e urina nas ruas de trás, como no Arco do Teles e na Travessa dos Mercadores.

É verdade que a subprefeitura do Centro tem trabalhado para corrigir este panorama. Acabou com a balbúrdia ilegal das festas “rave” que fechavam o Arco do Telles como se fosse uma boate,e “deixavam um mar de mijo como resultado”, nas palavras de um tradicional comerciante local, que revelou que o caos tem também origem em imóveis invadidos pelos organizadores destes eventos ilegais: os prédios 18A, 20 e 21 da Travessa do Comércio estariam invadidos e seriam de propriedade de associações religiosas. Apesar do panorama, instituições como a Irmandade dos Mercadores têm restaurado seus imóveis e igrejas, e um vento de otimismo já começa a ser sentido na região, apesar da fuligem e da informalidade, que devem ser erradicadas o quanto antes para que haja mais turismo e um público com nível cultural suficiente pra apreciar um bom samba ao vivo, e as construções históricas da região.

Vale notar que para realizar eventos, instalar toldos e geradores nas ruas da Pequena Lisboa, é preciso autorização não só da Prefeitura e do Corpo de Bombeiros como do Iphan, pois a legislação federal é clara ao especificar que qualquer instalação provisória em região que seja conjunto tombado nacional ou mesmo próximo a bem tombado federal necessita de autorização expressa e oficial do Iphan.

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4 COMENTÁRIOS

  1. O camelô entrou no meio da reportagem para o quê exatamente?

    Quando a classe média da cidade foi proibida de ter escravizados, passou a se incomodar e odiar os vendedores de rua que a sustentaram antes.

    • Vc sabe o que é comércio ilegal? Pare de mi-mi-mi, é por imundos como vc q esse país não vai pra frente, sempre um imbecil lacrador querendo defender ilegais alegando q são minorias

  2. Esse gerador pertence ao clubmix bar no número 25 da rua do mercado, está lá há pelo menos 5 anos porque desde está época eles não pagam conta de luz e o gerador fica constantemente na rua

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