Papo de Talarico: Salve Roxy tenta manter vivo cinema tradicional do Brasil

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Cine Roxy, em Copacabana - Foto: Reprodução

O que acontece quando uma cidade perde sua história? Qual a importância da cultura para o Rio de Janeiro? Com essas perguntas em mente vejo uma reunião de pessoas que amam a arte, o cinema, Copacabana e a cidade maravilhosa lutarem para que o tradicional Cine Roxy siga com sua essência. São moradores e membros do grupo Salve Roxy, que luta pela reabertura desse que é um dos mais tradicionais cinemas do Brasil. O local foi inaugurado em 03 de setembro de 1938 e se destacou por grandes estreias que só posteriormente entravam em outras salas do circuito carioca.

O Cine Roxy Copacabana foi um projeto do arquiteto Rafael Galvão, com capacidade para 1.630 espectadores. Contudo, há agora um outro projeto que pretende fazer do Roxy uma casa de espetáculos voltada para o público estrangeiro. Alexandre Accioly arrendou o Roxy e pretende que lá aconteçam shows de folclore e, supostamente, “cultura nordestina”. Importante ressaltar que a Prefeitura do Rio de Janeiro tomou a ótima decisão de preservar o ramo de atividade do Cine Roxy, ao incluí-lo no Cadastro dos Negócios Tradicionais e Notáveis da cidade. Ou seja, com tal determinação, por lei, o Roxy entra na lista de bens imaterias da cidade. Isso quer dizer que qualquer mudança no negócio, inclusive em seu ramo de atividade, precisa de autorização.

Eu tive minha infância entre Madureira e Del Castilho. Via filmes no Pólo 1. Lembro de Tartarugas Ninja 3, Batman – O Retorno, e tantos outros. Na adolescência, fui morar na Tijuca, e amava os cinemas de rua da praça Saens Peña. Todos acabaram, tristemente. Viraram igrejas e lojas. Cada cinema que fecha é uma derrota para a cultura.

O Cine Roxy faz parte de minha vida adulta, em sessões do Festival do Rio, e outras esporádicas. Mas o afeto por um cinema resistência, de rua, em um dos bairros mais famosos do mundo, me faz querer que esse lugar icônico mantenha sua raiz cinematográfica.

No próximo domingo, dia 13 de novembro, às 11h, em frente ao Roxy, em Copacabana, haverá uma manifestação democrática pela permanência desse histórico cinema carioca.

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10 COMENTÁRIOS

  1. Salvem o Cine Roxy! A cidade do Rio de Janeiro tão abandonada, tão esquecida! Não podemos perder mais esse espaço emblemático da história e da cultura cariocas.

  2. Estive nos atos para impedir a derrubada do Cinema Icaraí, ultimo cinema de rua aqui em Niterói. Morei por um período em Copacabana e adorava ir ao Roxy. Fico na grande torcida por sua manutenção.

  3. Um dos melhores cinemas do Rio de Janeiro sem dúvida. Foi um dos poucos no Brasil que podia exibir filmes produzidos em cinerama, ou mais modernamente em 70 mm no formato super, algo excepcional nos tempos em que a tevê era de tubo de imagem e com o tamanho máximo de tela em 26″. Mesmo posteriormente sendo transformando, manteve-se firme em seus propósitos de sala de exibição para grande público. Muito bom será que o Cine Roxy não termine com essa ideia de casa de shows.

  4. Eu morava na Rua Bolivar, que faz esquina com o Roxy. Muito triste fiquei quando o fecharam. São muitas boas lembranças. Mantenha-se o que tem histórias.

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