Samba do Rio: Dom Quixote de todos os Deuses

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Por Bernardo Moura

Enquanto algumas alucinações acontecem no mundo do samba, dou prosseguimento à análise das canções de mais duas escolas: União da Ilha e Imperatriz.

 

Bandeira da União da Ilha A União da Ilha, escola que há tempos não desfilava no Grupo Especial, será a primeira a apresentar seu "Dom Quixote de La Mancha, o cavaleiro dos sonhos impossíveis". A escola falará sobre a Espanha, com autoria de Rosa Magalhães. Contudo, para uma escola, que como dita antes, está ressurgindo ao primeiro escalão, sua safra de sambas foi fraca.

 

Dos nem tão bons, ficam os sambas: de número 3, por Barbieri, Ginho, Professor, Fabinho e Magno; o 4, de Gugu das Candongas, Marquinhos do Banjo, Barbosão, Ito Melodia e Léo da Ilha; o 7, de Jota Morais, Edson Magrinho, Anderson Diniz, Leozinho e Marquinho Spartano; o 13, de Bicudo, Nato, Rud, Cesar Coiffeur e Darci Maravilha e o 15, feito por Serginho do Seguro, Fábio Bala, Eli Doutor, Celinho e Paulinho Serrão. Estes todos ou não foram fieis à sinopse, ou melodicamente eram uma verdadeira montanha russa sem pé no freio.

Como regulares, ficam: o 5, feito por, Grassano, Gabriel Fraga, Márcio André Filho, João Bosco e Arlindo Neto; o 6, por Almir da Ilha, Milton Tubarão, Dudu, André Malheiros e Carlos Eduardo e o 16, Walkir, C.Gaspar, Jefferson Martin, Marquinho Simpatia e Carlinhos do Sete. Os sambas de número 5 e 16, seriam ótimos se mudassem algumas frases (ou palavras) que permitem a cadência perfeita. Aí, entrariam para os bons.

 

E naqueles, restam: os sambas de número 12 e 17. Feitos por Raphael Ilha, David Lima, Cesinha, Thiago Rocha e Pablo Lima e João Brizola, Celsão, Binho Guimarães, Zeca Foguete, Jorge Callado, respectivamente. São perfeitos e caracterizam a garra da escola no retorno ao Grupo Especial. E é desta garra, que a Ilha precisará na avenida para mostrar ao jurado que é capaz de vencer o carnaval de 2010. Com um destes dois sambas, a escola será bastante feliz.

 

bandeira-imperatriz A Imperatriz, de Max Lopes, dirá como é o "Brasil de todos os Deuses". Uma terra abençoada co"realismo mágico" que se fazem presente todas as religiões: o cristianismo, o hinduísmo, o judaísmo, o islamismo etc.

 

Dos sambas restantes até agora, fiquei impressionado com a qualidade dos mesmos. Dos nove existentes, apenas dois coloquei na lata do lixo. O de número 14, composto por Henrique César, Ismael de Castro, Jorge Ripper, Bizuca e Tião Pinheiro e o 17, feito por Leandro Thomaz, Clebinho da Imperatriz, Ronaldo Faria, Neto e Edu da Penha. Apesar de serem fiéis à sinopse, não funcionaria na Sapucaí.

 

Nos regulares, ficam quatro: o de número 4,de Leleco, Maninho do Ponto, Zé Luiz, Billamizade e Tuninho Professor; o 5, de Di Andrade, Aldir Senna, Joca, Claudia Brasil e Bira da Globo; o 6, de Dominguinhos do Estácio, Jorge Xavier, Cláudio Gama, Cristóvão e Ribamar e o 11, por Iuri Cruz, Frank, Edson e Lucas. Estes, a escola poderá conseguir uma boa colocação. Seus sambas são medianos. Algumas estrofes que não casam ou têm seu refrão não muito fácil ou na mesma sintonia das outras partes do samba.

 

O samba de Dominguinhos, caracterizando como seu estilo, é uma poesia, quase um conto. Porém, não facilita a agilidade do samba, aí tem horas que parece que estagna.

 

E dos bons, restam os três últimos: o 1, feito por Zé Katimba, Armenio Poesia, Fredy Vianna, Mauricio Paiva e Inácio Rios; o 2, de Jorge Arthur, Valtenci, Otto, Josimar e Carlos Kind e o 3, de Jeferson Lima, Flavinho, Gil Branco, Me Leva e Guga. Nestes são ótimas melodias, a bateria brinca e são fáceis de serem cantados, com grandes chances de empolgar o componente.  Ou seja, a escola pode escolher qualquer um desses e faturar o primeiro lugar.

 

Em suma, parabenizo à esta escola pela ótima qualidade dos sambas. A nação compositora deve se sentir orgulhosa pelos dias e noites de trabalho suado, com o fim de montarem boas melodias que impulsionassem a escola.

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