Por Bernardo Moura
No próximo final de semana, o Rio vai parar. Ou melhor, virar. A partir de sexta feira acontece o "Viradão Carioca". Evento que rolará dois dias inteiros e vai interligar a cidade culturalmente. De Sul a Oeste. Mais que isso, será uma mistura de ritmos brasileiros.
A exemplo de São Paulo, pois lá este tal tipo de projeto já acontece há três anos, o Rio decidiu fazer igual. Uma breve pesquisa no orkut mostra que o evento já conquistou o coração paulistano. Na rede social, existem várias comunidades sobre o assunto e inúmeros depoimentos dos paulistas de amor (ou ódio) ao evento. Tem até pesquisa do melhor concerto.
O Viradão intercambiará ritmos. Para isso, trocou tudo de lugar. Rock no lugar de samba, pop no lugar de funk, forró ao invés de ópera… enfim uma mistureba danada. E para os shows de samba, haverá convidados especiais, digo, de outros ritmos também.
Daria certo? Para o pesquisador de samba, carioca radicado no Recife há 16 anos, Paulo Perdigão, sim. O mundo muda a todo momento e o samba não poderia ficar de fora:
– Mistura-se com jazz, com reggaee, com rock, e com tantos outros rítmos. Na verdade, o samba esta aí sempre aberto a novas concepções, tem pessoas que como eu, ainda olham o samba com sua formação tradicional. É aquela história do Paulinho da Viola "Ta legal/ eu aceito o argumento/ mas não me altere o samba tanto assim".
A começar pelos três grandes palcos que serão montados na cidade com shows gratuitos: Santa Cruz, Praça Quinze e Madureira. Em Madureira, na quadra da Portela, a Velha Guarda convidará Teresa Cristina. Isto em pleno sábado, dia de feijoada. No domingo, Alceu Valença mostra o melhor de seu forró. Na Praça Quinze, começa sexta feira, com Dudu Nobre, Gustavo Lins e Beth Carvalho com tema "O Rio de Janeiro, fevereiro e março". No sábado, o funk embalará as ondas da Baía de Guanabara. E em seguida, entram em cena os novos sambistas: Mart´nália, Bangalafumenga, Edu Krieger e Rodrigo Maranhão.No domingo, o Cordão do Boitatá vai promover a orgia carnavalesca em pleno mês de junho.
Em outros bairros como Méier, Bangu, Tijuca, Lapa e Copa, terá um palco itinerante (o Viramóvel) que contará com mais atrações. No de Bangu, Kelly Key, Moska, Milton Nascimento e Martinho da Vila serão presenças confirmadas. Não podendo esquecer-se que a Mocidade Independente de Padre Miguel convida a Vila Isabel para uma homenagem a Luiz Carlos da Vila. E há ainda, os palcos sobre rodas que passará por Pavuna, Leme, Méier e Leopoldina.
Nas Lonas Culturais, ninguém ficará parado também. Na de Vista Alegre, Farofa Carioca e Elza Soares farão um belo par, já que homenageiam Wilson Simonal. Em Campo Grande, os blocos Simpatia é Quase Amor, Suvaco de Cristo e Gigantes da Lira promovem o Viradão por lá. E no Parque dos Patins e no Bairro Peixoto, o Império Serrano promove uma oficina para os pedestres.
Portanto, é samba que não acaba mais. Para ninguém botar defeito.