A Região Portuária presencia um novo marco na história imobiliária do Rio de Janeiro com o grande sucesso dos mais recentes lançamentos imobiliários e comerciais na região, que inclui o histórico bairro do Santo Cristo. Desde 2013, quando o velho viaduto da Perimetral começou a ser implodido, a região tem sido alvo de importantes e constantes investimentos, muitos deles impulsionados pela Prefeitura do Rio. 10 empreendimentos estão em fase de projeto e construção, todos localizados no bairro do Santo Cristo, um total de mais de 6.200 unidades, alguns prestes a serem entregues aos compradores. Este boom é, segundo especialistas, um reflexo do êxito de vendas dos empreendimentos vizinhos, combinado com uma infraestrutura de ponta, acessibilidade de transporte, opções de lazer e uma vista deslumbrante para a Baía de Guanabara.
O mais recente empreendimento, chamado de Heitor dos Prazeres – Condomínio Pierrot, reforça o renascimento do Porto do Rio, sendo para muitos um testemunho do acerto estratégico da administração municipal e um modelo de revitalização urbana bem-sucedida. Em uma parceria entre a construtora Cury, a Caixa Econômica Federal e a empresa Porto 2016 Empreendimentos Imobiliários, o projeto conquistou o mercado e alcançou a marca impressionante de mais de 60% de suas unidades vendidas em apenas quarenta dias após o início das vendas, totalizando 815 unidades comercializadas até a última segunda-feira (27/05). Um marco para um empreendimento tão grande e volumoso.
Localizado próximo a uma outra área que receberá uma grande revitalização, a Região da Leopoldina, o Condomínio Heitor dos Prazeres vai ocupar o espaço de um antigo esqueleto abandonado, que será demolido, próximo aos acessos da Linha Vermelha. O empreendimento que homenageia o artista polivalente será o primeiro residencial naquela região, marcando uma nova era de desenvolvimento para a área. Com um total de 1.282 unidades, a previsão é de que todos os blocos sejam entregues em até dois anos, proporcionando um novo lar para milhares de pessoas. Quando completamente ocupado, o condomínio abrigará uma população estimada em até cinco mil residentes. As unidades, com preços iniciais a partir de R$ 305 mil, têm atraído um público diversificado. Segundo dados da construtora, os principais interessados por unidades na Região Portuária vêm de bairros próximos, como o Catete, Lapa, São Cristóvão, Glória e Copacabana. 30% de cidades da Região Metropolitana e 2% do estado de São Paulo.
Em entrevista exclusiva com o DIÁRIO DO RIO, Fabio Pedreira, Gerente Geral de Vendas da Cury, empresa responsável pelo empreendimento, reforça o sucesso de moradia na região: “O Porto Maravilha está crescendo como um bairro totalmente planejado, toda infra estrutura foi pensada já com a expectativa de atender as milhares de pessoas que virão morar e se hospedar aqui. Então teremos, além de um bairro novo e moderno, uma nova perspectiva de lazer e turismo na região. Não apenas o turismo corporativo, que já é pujante pela localização privilegiada – estando ao lado do centro e principais vias para toda cidade – como o turismo de lazer, com a proximidade e fácil acesso de tantos atrativos da cidade.”
Fábio também se inspira na revitalização bem-sucedida de outras metrópoles ao redor do mundo: “Hoje, temos muitos brasileiros que moram fora do país, investindo nos nossos empreendimentos do Porto Maravilha. Pessoas que conhecem o sucesso da revitalização de outros portos ao redor do mundo, como da Argentina e Barcelona e sabem que o potencial de valorização da região ainda está engatinhando.”
Pioneira na região, a Sergio Castro Imóveis tem uma sede própria na Gamboa desde 2008. A filial da histórica imobiliária que remonta ao ano de 1911 funciona num sobrado de 1899 e já atua no mercado secundário de apartamentos nas imediações: “Os apartamentos aqui são muito procurados e já há filas de espera para alguns condomínios da região, como o Moradas da Saúde”, pontua o diretor regional da empresa, Marcos Queiroga.
O Santo Cristo
O sucesso reflete em todo o bairro do Santo Cristo, que tem testemunhado um renascimento imobiliário nos últimos anos. Praticamente todos os sete empreendimentos residenciais lançados recentemente na região foram um sucesso de vendas. O pequeno bairro portuário está localizado no extremo norte da Zona Central e passou por um intenso processo de degradação ao longo dos anos, especialmente a partir do final da década de 70, quando foi inaugurada a segunda fase do Elevado da Perimetral.
Devido à sua proximidade com o Porto e o Centro do Rio, quase todo o bairro foi ocupado por empresas e indústrias, que ao longo do tempo foram abandonando suas antigas instalações e se mudando para outras regiões do município. Durante anos, o único núcleo residencial mais consolidado do bairro foi o Morro do Pinto, atualmente conhecido por abrigar o famoso Bar do Omar.
O bairro passou por uma das mais significativas transformações urbanísticas do país em um período de dez anos. A região ainda será beneficiada com a recente criação do Parque do Porto, anunciado no último domingo (19/05) pelo prefeito Eduardo Paes. De acordo com Paes, o ”Parque do Porto”, como foi batizado o futuro espaço de lazer carioca, abrange praças flutuantes temáticas, ciclovias, áreas verdes e um novo píer para a atracação de cruzeiros na cidade. Ainda segundo o prefeito, trata-se do ”Parque do Flamengo do século XXI, mas sem aterro”. Para muitos especialistas, a área tem o potencial de se tornar uma das mais valorizadas da cidade, dada sua localização privilegiada e a possibilidade de combinar moradia e trabalho em um mesmo espaço.
Tá mais fácil eles desmembrarem essa região e criar um novo bairro com o nome de “Porto alguma coisa” do que revitalizar o verdadeiro bairro do Santo Cristo, que é composto por casarios da segunda metade do século 19 e comeco do seculo 20, que se encontra pilhado, abandonado e caindo aos pedaços.
Que eu saiba, o bairro do Santo Cristo continua cheio de casarões históricos abandonados, descaracterizados, fiação aérea visível, casas pichadas, tudo caindo aos pedaços. Mas de acordo com a matéria, estão revitalizando o bairro.
Tá mais fácil eles estarem criando um novo bairro com o nome de “Porto alguma coisa” e deixar o verdadeiro bairro do Santo Cristo na mesma situação
Sim, bairro Santo Cristo, e não Centro, como gostam de afirmar. Dali até o Centro, passa-se por Gambôa e Saúde.
No mais, boa sorte pra quem se aventurar a pagar caro para morar cercado por favela, sumidouro da Baía da Guanabara e pelo valão de esgoto da Francisco Bicalho.