Seguindo tendência internacional, gigante Amazon decreta o fim do trabalho remoto

Dia de 2 de janeiro de 2025 é a data em que o home office estará extinto dos domínios da Amazon. A tendência de abandono do home office pelas empresas é mundial, mas os empregados tentam resistir

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Centro de distribuição da Amazon na Pavuna /Foto: Jorge Duenes (Reuters)

A gigante Amazon comunicou aos seus colaboradores que, a partir de 2 de janeiro de 2025, todos os trabalhadores da empresa passarão a trabalhar cinco dias por semana presencialmente. A posição da companhia norte-americana é a mesma de diversas outras grandes empresas pelo mundo, entre elas: UPS, Boeing, J.P. Morgan, Goldman Sachs, Google, Tesla, X e Disney, que já acabaram com o home office, como modelo de trabalho.

O home office integral ou híbrido foi uma resposta considerada por muitos como necessária diante da paralização global causada pela pandemia de Covid-19, que esvaziou o espaço público, e com ele o mundo do trabalho, para confinar a todos dentro de casa à espera de uma catástrofe ou de um milagre. Mas esse tempo acabou.

O modelo, no início, foi mesmo a saída encontrada por muitas empresas para não amargarem mais prejuízos ou fecharem as portas. Isso foi em 2020, o ano em que “novo normal” foi decretado por uma criatura microscópica que, felizmente, teve todo o seu pretenso poder debelado pela ciência e pela própria realidade, que não é afeita a rodeios. Agora, o teletrabalho vem sendo considerado vilão da produtividade e da criatividade por muitas empresas, cujos líderes já se conscientizaram que devem voltar ao trabalho presencial, apesar de esta não ser a vontade de quem está em casa no “bem bom” – os funcionários. É mesmo as mais modernas empresas de tecnologia parecem ter chegado à mesma conclusão.

Diante disso, a empresa de Jeff Bezos, que contava com 1,53 milhão de funcionários no fim do segundo trimestre, bateu o martelo pelo fim do trabalho remoto. A decisão foi comunicada agora por meio de um memorando interno, no qual o CEO, Andy Jassy, “convocou” todos os funcionários, que ainda não trabalhavam presencialmente, a retornarem integralmente aos escritórios da Amazon.

“Decidimos que voltaremos a estar no escritório da mesma forma que estávamos antes do início da Covid-19”, escreveu Jassy no documento, também postado no site da mega companhia, nesta segunda-feira (16).

“Quando olhamos para os últimos cinco anos, continuamos a acreditar que as vantagens de estarmos juntos no escritório são significativas”, disse o executivo, acrescentando que, “no mínimo, os últimos 15 meses em que voltamos ao escritório pelo menos três dias por semana fortaleceram nossa convicção sobre esses benefícios,” conforme reproduziu o Neofeed.

Em maio de 2023, a gigante americana, assim como muitas empresas, já havia determinado a volta ao trabalho presencial por pelo menos três dias semanais. Antes de adotar tal medida, a Amazon havia tomado uma medida drástica, sob o argumento de racionalizar os custos, demitiu mais de 27 mil profissionais entre o fim de 2022 e o início de 2023. Nesse desmanche, as mais afetadas foram as equipes ligadas a negócios, como a Amazon Web Services (AWS) e Alexa.

A mudança de abordagem quanto ao melhor modelo de trabalho, agora 100% presencial, mais propício para “inventar, colaborar e estar conectado uns aos outros e à cultura da Amazon”, se deu em alinhamento a um grupo de grandes empresas, que já haviam adotado o mesmo roteiro.

Na gigante da diversão Disney, com o retorno de Bob Iger ao posto de CEO, no início de 2023, foi determinada a redução da jornada híbrida de trabalho, adotada na pandemia para minimizar os estragos. A pedido de Iger, os funcionários voltaram a trabalhar nos escritórios quatro dias da semana.

A J.P. Morgan e Goldman Sachs já haviam tomado a mesma decisão bem antes da Disney. Em 2021, os bancos determinaram que os seus funcionários voltassem a trabalhar cinco dias por semana nos seus respectivos escritórios.

Como é óbvio que ocorreria, os empregados resistem, pois querem continuar evitando o trânsito, sem contar outras vantagens como a falta de controle superior e a possibilidade de executar outras tarefas no meio do dia. No setor público, a situação se agrava, até por não existir praticamente nenhum tipo de controle de produtividade mesmo no trabalho presencial; agora, imagine no trabalho em casa. Por isso os processos se acumulam e se empilham sem nenhum progresso no TJRJ, como informam diversos advogados consultados pelo DIÁRIO que citam ser quase impossível encontrar um servidor no fórum, que foi tomado por estagiários, por exemplo.

No decurso de 2024, muitas instituições já anunciaram a volta ao presencial, inclusive as empresas de tecnologia e internet, como é o caso da Amazon – que se adaptaram rapidamente à lógica do coronavírus, mas já retornam ao normal. Especialistas, no entanto, mostram que esse retorno tem gerado a esperada resistência em muitos trabalhadores.  “Ninguém quer controle, ninguém quer abrir mão do que considera um benefício. Mas quem paga o salário quer produtividade e entrega pessoal. É óbvio que ninguém quer devolver prêmio de loteria”, explica – pedindo anonimato – a diretora de RH de uma grande empresa do setor de Óleo e Gás no Rio.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Todo dia o Diário do Rio fazendo sua campanha para voltar do trabalho presencial…

    Não adianta. Ninguém quer comer comida ruim e cara no Centro. Ninguém quer ficar 2h dentro do ônibus, do metrô, do trem abarrotado. Ninguém quer ficar 8h em um ambiente tóxico como um escritório.

    Os bons funcionários vão continuar em home office. São disputados a tapa. Quem quer esse profissional vai ter que oferecer benefícios interessantes.

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