Símbolo histórico e político do Rio, Avenida Presidente Vargas completa 80 anos

Uma da principais vias do Centro do Rio, Presidente Vargas passou, e ainda passa, por uma série de transformações ao longo das décadas

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Imagem meramente ilustrativa da Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio - Foto Cleomir Tavares/Diário do Rio

Planejada e construída para ser um dos símbolos do Estado Novo (regime político instituído por Getúlio Vargas em 1937 e que vigorou até janeiro de 1946), a Avenida Presidente Vargas, que leva o nome do então presidente, completa 80 anos sendo palco histórico, político e social do Rio de Janeiro.

Seus quatro quilômetros de extensão, com nada menos que 80 metros de largura, ligando o Largo da Candelária à Praça da Bandeira numa linha reta, já foram cenários de marchas militares, como a que acontece na festa de 7 de setembro, e de manifestações populares históricas, como a das Diretas Já, em 1984, a de 2013, contra o aumento das passagens dos ônibus, entre tantas outras.

O início

Foram apenas três anos de obras até a inauguração oficial da avenida, em 7 de setembro de 1944. Dentro desse projeto, o governo de Getúlio Vargas inaugurou também, em 1941, o Palácio Duque de Caxias. O prédio, que abriga hoje o Quartel-General do Comando Militar do Leste, já sediou o Ministério da Guerra no tempo em que o Rio era a capital do Brasil (até 1960).

Na esteira do pacote de modernidade prometido na época, foi erguido ainda o novo prédio da Central do Brasil, com sua torre de 32 andares e quatro relógios. Para isso, o primeiro edifício, de 1858, foi para o chão. O estilo neoclássico sai para a chegada no art déco.

Mas o bota-abaixo é ainda mais remoto. Para a estação de trens ser instalada ali, a Capela de Sant’Ana, construída em 1735 aos pés do Morro da Providência, foi demolida. Naquela altura, o pequeno santuário já havia sido reformado e ampliado, tendo sido promovido à Freguesia de Senhora Sant’Ana do Campo. Em 1870, a santa ganha uma nova “casa”, erguida sobre os alicerces de uma cadeia, a atual Igreja Matriz da Paróquia de Sant’Ana, na Rua de Santana, próximo à Presidente Vargas.

Um ano após a inauguração da avenida, iniciou-se a obra do edifício Prefeito Frontim, nome de batismo do prédio número 2.700 da avenida, conhecido pelo apelido Balança Mas Não Cai. Antes mesmo da inauguração, em 1948, espalhou-se um boato (falso) de que o edifício tinha uma falha estrutural e ia desabar. Estudos da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ já apontaram que a lenda não se justifica. Mas há moradores que acreditam que a terceira torre foi construída entre as duas previstas no projeto original para ampará-las.

Passado apagado

A construção da Presidente Vargas resultou na extinção de diversas regiões do Centro do Rio, entre elas: As Rua General Câmara, Rua Senador Eusébio, o Largo de São Domingos e a partes da Praça Onze (onde aconteceram os primórdios dos desfiles de escolas de samba), Além de um trecho do Campo de Santana.

Avenida Presidente Vargas nos dias de hoje

Ao longo dos anos, a Presidente Vargas passou a abrigar também hotéis, prédios de escritórios, centros comerciais, instituições públicas – e até, camelôs e ambulantes. É uma das principais avenidas de circulação de pessoas de transportes da cidade. Além de abrigar a estação de trem da Central do Brasil, também possui ao longo do seu trecho quatro estações de metrô: Cidade Nova, Praça Onze, Central, Presidente Vargas e Uruguaiana.

Fachadas de prédios revelam novos tempos

Em termos arquitetônicos, a modernidade chegou trazendo as ‘towers’ (torres). Espelhados e com arquitetura arrojada, esses edifícios começaram a ocupar a área entre a Avenida Passos e a Rua Tomé de Souza, nos últimos anos. Esses prédios refletem a chegada de novos tempos, mas que ainda dividem espaço com fachadas mais modestas, porém históricas. 

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3 COMENTÁRIOS

  1. O edifício Balança Mas Não Cai fica no número 2007 da avenida e não 2700. A foto de abertura da matéria é da Av. Presidente Antônio Carlos na Esplanada do Castelo.

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