Boa notícia para a arquitetura e para o Rio de Janeiro em geral. O tradicional Solar dos Abacaxis, no bairro do Cosme Velho, está à venda. O preço de venda é de 4 milhões de reais, e a corretagem exclusiva é da tradicional Sergio Castro Imóveis, a mesma que vendeu recentemente o Largo do Boticário, a Fábrica do Sabão Português e a antiga sede do Touring na Avenida Brasil
Construída em 1843 pelo arquiteto José Maria Jacinto Rabello, discípulo de Grandjean de Montigny, para o Comendador Manuel Borges da Costa, a casa é um dos poucos exemplares de chalé neoclássico de estilo híbrido.
A partir de 1944, se tornou residência da poetisa Anna Amélia Carneiro de Mendonça (bisneta do Comendador Manuel Borges da Costa) e de seu marido Marcos Carneiro de Mendonça, historiador da vida do Marquês de Pombal e o primeiro goleiro da seleção brasileira de futebol e do Fluminense. Ambos pais da famosa crítica teatral Bárbara Heliodora.
Ganhou o apelido de Solar dos Abacaxis por conta de uma tradição mineira usada nesta residência de colocar réplicas da fruta nas sacadas.
De acordo com Bárbara Heliodora, a ideia dos abacaxis na fachada foi de sua mãe, que os trouxera do interior de Minas Gerais. Bárbara contou que no século XIX era comum que as sacadas das casas fossem adornadas com abacaxis em ferro.
O Solar foi frequentado por grandes personalidades da cultura brasileira, como: Ataulfo Alves e Suas Pastoras, Assis Chateaubriand, Gilberto Freyre, Carlos Drummond de Andrade, Austregésilo de Athayde, Franz Krajcberg, a atriz inglesa Vivian Leigh, o diretor italiano Franco Zefirelli, Fernanda Montenegro, Tonia Carrero, Ítalo Rossi e Paulo Autran.
A residência de 1.107 m2 de área edificada num terreno de 5.300 m2, está há anos vazia a espera de um novo morador ou de um novo centro cultural, restaurante, escola ou qualquer atividade que movimente esse ícone da arquitetura carioca. A mansão precisa de restauro e, como bem tombado, não pode ser demolida.
O solar também fica próximo a vários outros pontos turísticos do Rio, como o Cristo Redentor, a Casa Roberto Marinho. Além de ficar em frente do já citado Largo do Boticário, que virará um hotel da Rede Accor, que promete ser algo único. Só a reforma do Largo foi orçada em R$ 40 milhões. Grande vizinhança.
Quanto ódio! Meu Deus!
Espero que não seja vendido para os evangélicos ocuparem com mais um local de culto… senão, melhor que fique vazio.
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