Ainda bem que o DIÁRIO DO RIO é um jornal online. Porque se fosse impresso já estaríamos irritados de gastar dinheiro com tinta pra imprimir que o histórico Chafariz da Glória foi novamente (novamente!) vandalizado por criminosos. Falamos disso aqui. Depois aqui. Mais adiante, aqui. Não vou cansar vocês. São cerca de 20 matérias explicando como o chafariz de 1772 foi destruído, depenado, arrebentado, pichado, subtraído, transformado em moradia de mendigos, arranhado, quebrado, depauperado. E outras tantas explicando como o Poder Público tinha consertado o pobre monumento, que fica numa das vias de maior destaque e visibilidade da região, numa avenida larga e de onde é possível vê-lo a centenas de metros de distância. O monumento foi pintado, restaurado, reconstituído, adotado, abraçado e fotografado por protetores do patrimônio, a cada vez que foi vilipendiado por vagabundos sem cultura cujo maior prazer é justamente ver seus garranchos em destaque em mídias como esta. O ódio é deles. Mas o prejuízo é nosso. E a incompetência é das autoridades.
Só que nossas autoridades estão fazendo o que é o sonho de muita gente: jogando o dinheiro (o nosso!) pro ar, consertando sem parar e achando graça porque, afinal, o dinheiro não é deles, e ainda podem aparecer bonitinhos na foto de cada uma das dezenas de restaurações que, no fim das contas, só ocorrem justamente porque não são capazes de colocar 2 gatos pingados passando pra lá e pra cá na frente do monumento – aproveitando para garantir a segurança da região, que – neste caso – tem bares, restaurantes, moradores e muita história. Acabaram de divulgar que serão gastos mais de 20 milhões de reais para revitalizar a Praça Paris, quase em frente ao pobre chafariz de menos de 10 metros que eles não conseguem manter 1 semana sequer sem ser destruído por esses calhordas que odeiam…tudo. E a Praça Paris, vai durar quanto tempo?
(texto continua após o vídeo)
Citamos aqui este monumento em específico mas podemos citar vários outros. Na Praça XV, a incomparável incompetência do bispo-prefeito ocasionou a subtração de praticamente todo o monumento ao General Osório, que era inclusive cercado por grades que haviam sido fundidas com os canhões paraguaios que apreendemos depois de derrotar o ditador Solano López. Ou os óculos do Carlos Drummond de Andrade, em Copacabana, que viraram uma espécie de fetiche de ladrões de galinha. Mas o caso da Glória é emblemático pois nele a gente acaba vendo o ódio que esses vândalos têm do que é belo e do que traz à tona nossa herança. Vândalos burros – pleonasmo – pois esta herança pode trazer divisas bilionárias que seriam utilizadas em favor de todo mundo, inclusive deles e das causas que por ventura defendam em suas cabecinhas limitadas.
A cidade do Rio de Janeiro precisa valorizar seu patrimônio histórico, não só porque isto é o que um povo civilizado faz; mas porque só com educação patrimonial, só conhecendo nosso vasto patrimônio cultural aqui deixado por nossos antepassados, é que vamos conseguir amá-lo e sair do ciclo vicioso de destruição contínua de algo que não só traz beleza pra nossas vidas como também pode nos gerar imenso e vultoso fluxo financeiro vindo do turismo.
Sim, turismo. Nem só de bundas, verde e paisagem precisa se sustentar o turismo de uma cidade. Muito menos de uma cidade que foi Capital de um Império Colonial que se estendia pela América, Europa, Ásia e Oceania, que possui algumas das mais belas igrejas barrocas do mundo, construções do século XIX de fazer inveja a Capitais Européias, monumentos e prédios no estilo Belle Epoque, e mesmo construções no badalado estilo Art Déco, do qual o Cristo Redentor é o maior ícone mundial. Isso sem contar ícones do modernismo – essa vai pra quem chama as belezas do nosso Centro Histórico de ‘velharias’- e prédios contemporâneos de arquitetura imponente como o Museu do Amanhã, o futuro (?) Museu da Imagem e do Som em Copacabana, e até a Cidade da Música ou a Catedral Metropolitana.
Patrimônio Histórico e Cultural bem cuidado trabalha por nós; é máquina de fazer dinheiro, e de fazer cultura. Máquina de fazer gente melhor. Em certas capitais da Europa, mais de 30% da população está trabalhando em prol ou por conta de algum patrimônio histórico; não só os restauradores, artistas, artesãos, mas o funcionário que trabalha, por exemplo, na Confeitaria Colombo ou no Gabinete Português de Leitura, deve seu emprego a toda aquela beleza. Quando um imóvel histórico destes está aberto e funcionando, ele às vezes se torna um atrativo maior até do que a atividade ali exercida. Quem nunca foi num restaurante em algum país estrangeiro, atraído pela beleza do prédio, e no fim, depois de comer, acabou pensando: “isso aqui é mais pelo visual do que pela comida”? A mesma coisa pode ocorrer aqui; e em qualquer lugar.
Claro que tudo isso é muito bonito, “conhecer pra amar” é óbvio que é um processo longo. Este processo tem que começar agora. E as autoridades que escolhemos pra cuidar da nossa cidade também têm que começar a trabalhar agora. Chega de pagarem sucessivos restauros do mesmo monumento com nosso dinheiro, que acabam tratando como se fosse lixo, simplesmente porque são incompetentes para criar um sistema de vigilância que pegue um ou dois vagabundos como este que pichou agora pela milésima vez o Chafariz da Glória e os faça servir de exemplo. É certo que não é impossível haver vigilância que nos faça parar de ser palhaços, principalmente num caso como este em que já sabemos o local e o crime que vai ser cometido. A propósito, o maior problema da guarda não era a escala? Cadê a força que também tem que cuidar do patrimônio público?
Descrição Oficial do Monumento no site do IPHAN
Durante o vice-reinado do Marquês do Lavradio (1769-1779), foi construído o Chafariz da Glória, no ano de 1772, no qual se lê a seguinte inscrição em latim, aqui traduzida: “Luiz de Almeida, Marquês do Lavradio, que refreou as inundações do mar, construindo um grande muro, aumentou as rendas e dignidade do Conselho, restaurou os edifícios públicos, cortou os outeiros, igualou, tornou mais cômodas as ruas e renovou a cidade. O Senado e o Povo do Rio de Janeiro, ergue em 1772”. O chafariz foi restaurado na década de 60, em conseqüência da alteração sofrida em 1905, durante a reforma urbana do Prefeito Pereira Passos. Trata-se de um tanque amplo de cantaria para o qual vertem quatro bicas. Possui duas pilastras encimadas por entablamento e frontão curvo, o qual possui no centro um tímpano de alvenaria, o qual termina em cimalha, sobre a qual se encontra uma urna com forma caprichosa.
Enquanto o couro não comer em quem picha Patrimônio, vão gastar rios de dinheiro do contribuinte. Umas férias em Bangu numa cela bem cheia.
Poderia haver uma solução, e seria colocar paredes e teto de vidro ou plástico inquebráveis
Literalmente seria uma redoma em volta do patrimônio
Primeiro: concordo em gênero, número e grau com o texto da matéria!
Em segundo: isso em nada tem a ver com governantes, seja da esfera municipal, estadual ou federal!!
Isso tem a ver com educação que deve vir de casa, de família, isso tem a ver com atitudes, ser do bem, ter respeito, e tudo isso não depende de governantes e sim da própria índole de cada um, o bom senso!!
Mas, concordo que deveria haver punições, para que os vândalos, os criminosos em geral, aprendam a dar valor, a se importar, e a não fazer mais o errado e o que prejudica a todos nós!!
Fico muito indignada que o brasileiro adora copiar as coisas dos estrangeiros e me pergunto pq não copia o que funciona, o que dá certo, lá fora, em vários países, a população respeita, valoriza, admira e preserva seus patrimônios históricos, as pessoas respeitam as leis e as regras!!
Um belo exemplo, são os japoneses, como eles são evoluídos, é tudo tão limpo, eles têm tanto respeito, educação, empatia, compaixão, admiração pelos seus idosos!!
Ah que sonho conviver com gente assim!!
Ah que sonho viver num país assim, onde as coisas em geral funcionam!!!!
Ah que sonho!!!!!
Precisamos evoluir como cidadão. Não e possível que tanta coisa errada passe batido e ninguém cobre ou pague pelo erro.
É fácil resolver. Autorizem o abate dos pichadores nos locais de danos ao patrimônio público ou privado.
Já tivemos e estamos tendo um outro presidente vândalo. Relaxa. Quando a população de fato acordar… talvez algo mude.
Há alguns anos, em São Paulo, uma guarnição da PM flagrou uns pichadores. Um dos soldados pegou a lata de tinta e pintou a cara do safado. Logicamente foi punido, o que eu, pessoalmente, considerei uma grande sacanagem, o soldado deveria ter sido condecorado e pintar a cara dos pichadores deveria ter se tornado praxe.
Enquanto tratarem a nossa história tida como sem valor , viveremos assim .
Quanto menos a população tiver conhecimento histórico mais fácil será manipulado .
Afinal pra que abrir a mente da população ?
Para os vândalos e sem cultura somente gradiar tudo e desativar a água. Aí sim vai ter solução. Um país onde seu povo não preserva seu patrimônio é um povo sem história.
Muito simples: convoquem um advogado do Grupo Prerrogativas de SP, valorosos defensores do garantismo (e contrários ao punitivismo) para estar presente quando os infratores, se e quando.forem apanhados, ganharem um pito bem enérgico e prometerem não fazer esse estrago (e outros) nunca mais!!!
o DRio está fazendo o que a PrefeituraMRJ pede entusiasticamente: Cobrar. E ela está atendendo de acordo com o lema “você cobra, a Prefeitura faz”. De acordo com a matéria a administração está fazendo muita m&rd@! pois se não consegue cuidar de um chafariz e mantê-lo, que dirá do resto da cidade. Quanto ao turismo, realmente “bundas, verde e paisagem” não sustentam o turismo. Contudo “conhecer para amar” passa pela educação, seja no contexto estético e artístico como também pela ética, com reflexos no direito de propriedade e manutenção. Mas com a massificação de ocupações sociais e os coletivos, que em sua maior parte não são responsáveis nas ações que fazem e, portanto, não são cobrados por erros e atuações, estão gerando a destruição tão retratada. Síntese disso aí são os vândalos que destruíram a reputação turística da cidade na festa do Copacabana Palace, que seria o “show do século” e se tornou o RoubAlok”. #reacaogeraacao
É por causa desses destruidores lixos que o patrimônio histórico do Rio de Janeiro é destruído. Não sabem dar valor a aquilo que é restaurado com nosso dinheiro, assim.como as estações de BRT em Jacarepaguá. Nada vai parar num lugar enquanto esse monte de ratos de esgoto continuarem quebrando tudo.
A questão é sobre manter o restauro. A polícia faz plantão a menos de 100 metros do local quase diariamente, entre a rua Cândido Mendes e Hermenegildo. O efetivo maior poderia se dar pela criação de uma guarita próxima entre o cruzamento da principal. A rua da Glória é passagem entre bairros, uma guarita na rua principal tornaria inclusive o bairro mais seguro e coibiria a depredação não só ao chafariz, como também das luminárias da mureta e assim por diante.
Sim, somos palhaços. Um condenado está no governo aumentando impostos, cortando verbas pra educação e saúde, soltando bandidos e gastando milhões em viagens sem nenhum pronunciamento efetivo e oficial muitas vezes. Muito tarde pra perceber q somos feitos de palhaços e o pior é pq muitos querem ser feitos como tal……
Na verdade só foi pintado de branco, né? Só tacar cal por cima de novo e tá tudo certo.
Quanto a Guarda Municipal. Ela na prática protege patrimônio privado. Nunca vi um guarda municipal impedindo qualquer vandalismo em um praça ou qualquer lugar público, mas já vi dando “apavoro” em frente a comércio e prédio e hotel.
Patrimônio público com muitas ocorrências deveria ter um esquema de segurança dedicado e melhor, com câmeras e patrulhamento, mas esse nosso tipo de Estado odeia tudo que é público.
Uma boa parte da população não se importa com a história da cidade. Nem sabem o que significa esse chafariz ou os outros monumentos. Então, não se importam que sejam preservados. Pessoas sem educação ou cultura.
Uma boa parte da população não se importa com a história da cidade. Nem sabem o que significa esse chafariz ou os outros monumentos. Então, não se importam que sejam preservados. Pessoas sem educação ou cultura.
Uma coisa eu admiro no comunismo: O PELOTÃO DE FUSILAMENTO!
Parece chacota… Quantas e Quanta vezes ele foi recuperado e os gestores não estão nem aí! A cultura no RJ é pior que vergonhosa.
Lamentavel