O espetáculo “Pandemônio”, em cartaz no Teatro Poeirinha, em Botafogo, na zona Sul do Rio de Janeiro, conquistou o público carioca e teve sua temporada estendida até o dia 29 de setembro.
Com uma narrativa ambientada em um futuro próximo, onde a intolerância domina e dissidentes do Novo Regime são caçados e executados, a peça acompanha a história de Kika, vivida por Jessica Marques, e Anton, um pastor interpretado por Pedro Carvalho, que estão escondidos em um bunker há meses.
“Kika é uma mulher sem papas na língua, sedutora e de alto astral. Sem dúvidas, ela é defensora dos direitos humanos, detesta qualquer tipo de preconceito e discriminação. É totalmente desbocada, implicante e inconsequente”, afirma a atriz Jéssica Marques, que tem alcançado grande sucesso com sua atuação na nova temporada da minissérie Justiça 2.
Convocado para viver um pregador que, embora firme em sua fé, questiona os métodos de aplicação da religião, Pedro Carvalho, ator com duas décadas de carreira em Portugal, faz sua estreia nos palcos brasileiros com “Pandemônio”.
“Fiquei completamente apaixonado por ‘Pandemônio’, que é um texto muito necessário. Não é panfletário, mas consegue tocar na ferida ao abordar a vida de um pastor evangélico e uma atriz lésbica obrigados a viver em um bunker. É uma realidade que poderia ocorrer nos dias de hoje”, argumenta Carvalho.
Desde o início, o público sabe que ambos serão encontrados e mortos. A narrativa intrigante, inspirada em clássicos do cinema como “Irreversível” (2002) e “Amnésia” (2000), revela os acontecimentos de trás para frente, levando os espectadores a descobrir gradualmente o que os levou a esse desfecho trágico.
Com texto de Alessandro Marson, conhecido por sucessos televisivos como “Novo Mundo” e “Nos Tempos do Imperador”, e direção de Breno Sanches, a peça explora temas contemporâneos, como os desafios de uma sociedade ultraconservadora dominada por uma ideologia religiosa. Além disso, Marson ressalta que o grande desafio foi escrever um espetáculo fora da ordem convencional.
“Ao contar uma história de trás para frente, é crucial revelar desde o início o destino dos personagens. Isso exige uma construção cuidadosa para garantir que o impacto final seja potente”, expõe o roteirista.
Esse desafio do dramaturgo se reflete na direção, com o cuidado de Breno Sanches em criar um universo distópico que transcende fronteiras nacionais. “Este porão, onde a história se desenrola, poderia ser qualquer lugar. Reflete preocupações universais e atemporais, abordando temas que ressoam em diferentes épocas e culturas”, comenta Sanches.
Serviço
“Pandemônio”
- Local: Teatro Poeirinha
- Endereço: R. São João Batista, 104 – Botafogo
- Data: Temporada até 29 de setembro
- Horário: Quinta, Sexta e Sábado às 20h00, Domingo às 19h00
- Preço: R$ 35,00 (meia) / R$ 70,00 (inteira)
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