Mais de 250 mulheres foram vítimas de violência por dia, durante o período da pandemia em 2020, no estado do Rio de Janeiro. Mais de 60% desses casos ocorreram dentro das próprias residências. Os dados são do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP) e fazem parte de um levantamento inédito do Núcleo de Estudos ISPMulher.
Esta semana, mais um caso de violência contra a mulher chocou a sociedade. Uma jovem, de 22 anos, foi assassinada a facadas, no Plaza Shopping Niterói. Ela era estudante de enfermagem e estava lanchando, quando um amigo do curso, que nutria dentro de si um amor não correspondido a assassinou. As câmeras de segurança registraram o momento do ataque. A vítima tentou se levantar, mas não resistiu.
Situações que envolvem crimes motivados por ódio ou sentimento de perda do controle e da propriedade sobre as mulheres, além de violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher, são chamados feminicídio.
O Instituto de Segurança Pública (ISP) registrou entre janeiro e abril, deste ano, 30 casos de feminicídio; um recorde desde 2017. Nos primeiros três meses de 2021, pelo menos oito mulheres foram assassinadas, deixando o País na terceira posição do ranking de eventos monitorados pela Rede de Observatório da Segurança.
Apesar dos muitos avanços, os dados continuam alarmantes. Nós, mulheres, não podemos parar de buscar soluções para dar um basta nesses crimes de ódio e reivindicar um mundo sem violência contra as mulheres.
Acredito que seja necessário que o poder público invista seriamente em ações de conscientização de respeito à mulher. Creio que isso possa ser de grande valia no futuro da nossa sociedade. Sou autora da lei municipal nº 5.439/2012, que propõe a implantação de ações socioeducativas na rede pública de ensino.
Se conseguirmos conscientizar os jovens sobre a importância de respeitarem as mulheres, incluindo a Lei Maria da Penha e a violência contra a mulher no currículo escolar, certamente poderemos acreditar em mudanças. Estas propostas precisam de fato serem levadas a sério para que possamos ter um futuro esperançoso. Precisamos cobrar isso!
Tânia, boa tarde! Dia 07 haverá um ato em frente ao Niterói Praza Shopping sobre o ato ocorrido e que serve também por todos os outros.
Sobre a conscientização. Tenho que quanto mais cedo melhor. Deve estar na prática, isto é, nas atividades e nas interações nas classes do infantil ao juvenil, do básico que é o respeito até o desenvolvimento da solidariedade e empatia para um futuro assentado nestas bases.