Dizer que eu amo 100% do que faço é mentira! Eu amo demais, mas sou uma pessoa normal e sei dos meus pontos fortes e fracos e do que gosto ou não gosto da minha rotina como relações públicas: por exemplo, eu gosto de criar novos projetos, mas eu não gosto tanto assim de escrevê-los ou montá-los, porém sei todas as informações que precisam ser colocadas, ou seja, não gosto do fazer relacionado a essa ação; também não gosto de cobrar cliente, pra falar a verdade abomino, acho um saco e acho que tira todo o lado, digamos assim, positivo do meu trabalho!
Pronto, contei a verdade. Não escondo isso de ninguém: são minhas deficiências, mas também são serviços operacionais (que outra pessoa poderia fazer). Porém isso não impede o meu prazer em trabalhar. São coisas que no momento em que forem “transferidas” para outros profissionais vão me dar um alívio.
O grande ponto é que quando percebo que meu trabalho agrada as pessoas, dá resultado e proporciona momentos inesquecíveis é quando chego no ápice do meu orgulho! Só reafirma que eu amo o que faço e que tenho prazer em trabalhar, em “perder” horas, em estar sempre trabalhando. E eu sei que a maioria das pessoas não pode dizer isso. Na maioria dos casos o trabalho é só uma forma de trocar tempo por dinheiro e tempo por título: eu não preciso ser Diretor Global de Relações Públicas para ter o melhor cargo do mundo; eu tenho minha própria empresa, atendo clientes da maneira que quero, gasto o meu tempo como desejo e cobro e entrego o que é justo na minha opinião.
Eu já vivi o sonho corporativo, de crescer no organograma da empresa, ir ganhando mais e tendo mais status. Mas cansei. Ao mesmo tempo em que existem benefícios, existem as contrapartidas: poucas vezes pude trabalhar da maneira que eu achava correta; muitas vezes queria continuar na empresa para adiantar um projeto, mas tinha que ficar de olho nas horas extras; na maioria dos casos tinha ideias interessantes para atingir certas metas, mas não podiam ser executadas porque não era o modus operandi da empresa. Vamos falar sério aqui: isso tudo é muito “cortador de onda”; vai dando uma depressão não poder fazer do jeito que você imagina.
Hoje isso mudou: se um cliente está querendo mandar em mim ou na maneira que eu trabalho, posso rescindir o contrato; se ele está demandando muito mais do que o estipulado inicialmente em um projeto, posso alterar as condições de trabalho. É a possibilidade de chegar num acordo bom pros dois lados que me dá o verdadeiro prazer de trabalhar.
Por isso, se você se sente obrigado a acordar e ir trabalhar, se percebe que o trabalho que você executa não representa sua verdadeira vontade de passar o tempo ou se sente desmotivado, você tem muito a refletir e pesar!