O terreno do Hospital Nossa Senhora do Socorro: o Socorrinho, no bairro do Caju, na Zona Portuária do Rio de Janeiro, terá um novo destino, em 2023.
No lugar será construído um cemitério israelita. Ainda não se sabe qual será o destino da capela do antigo prédio, que não é tombado. Na unidade, que foi abandonada pela Santa Casa de Misericórdia, funcionou um asilo durante anos. Em 2019, o DIÁRIO DO RIO noticiou a crise pela qual passava a instituição, com problemas de má conservação, não pagamento de funcionários, e risco de ser demolido.
Na época, Fabiana Keller, voluntária que organizava ações para salvar o Socorrinho, retratou o drama vivido por funcionários da instituição, e pelos velhinhos ali alojados:
“Os problemas não são somente estruturais. Os funcionários não recebem salário desde 2017 e, apesar disso, continuam indo trabalhar em respeito e amor aos idosos. Estes, abandonados pelo governo e por suas famílias, estão passando necessidade. Faltam-lhes alimento, vestimentas, roupas de cama e, acima de tudo, respeito,” disse Keller ao jornal.
O Hospital Nossa Senhora do Socorro foi fundado, em 1855, no terreno doado por José Clemente Pereira, para atender aos doentes do surto de cólera que abateu o Rio de Janeiro. Na época, o número de enfermos recolhidos ultrapassava em quatro vezes sua capacidade de leitos. Consternado pela situação, D. Pedro II visitou os doentes atendidos pela Santa Casa, consolando-os e distribuindo donativos.
Na década de 1970, a obra da alça da Ponte Rio-Niterói, que passaria pelo terreno, teve o seu curso mudando para preservar a capela que, por seu caráter histórico e religioso, não pôde ser demolida.
Com informações são da Página S.O.S. Patrimônio e do Diário do Rio.