O teste da vez foi com o tão esperado Peugeot 3008. Um legítimo SUV de respeito, que faltava na gama de carros da francesa aqui no Brasil. A novidade já chega premiado, como o carro do ano na Europa.
A Peugeot trouxe o 3008 em uma configuração única e aposta na relação custo-benefício de seu modelo. Isso porque o conteúdo, de fato, é bastante generoso, mas o preço (R$ 143 mil) fica um pouco acima do praticado pela concorrência direta: Volkswagen Tiguan 1.4 TSI, Jeep Compass (testamos ele aqui também), Hyundai New Tucson 1.6 turbo e Kia Sportage 2.0.
A novidade da companhia que inicia com a chegada dessa segunda geração se chama Total Care. Um programa implementado pela Peugeot para melhorar o seu pós-venda. São facilidades, como o reboque gratuito ao longo de oito anos em caso de pane ou colisão e outros pontos de melhoria do processo de revisão e atendimento. A empresa promete controle de qualidade total em todos os carros, entrega de peças substituídas, obediência aos valores divulgados e também revisões em até 24 horas ou o seu dinheiro de volta.O objetivo é desfazer alguns preconceitos contra os carros franceses. Nada mais justo já que o 3008 será o carro de imagem da Peugeot e também o top de linha, pois o irmão maior, o 5008 está descartado para o Brasil.
Design
Além de deixar no passado as linhas externas que causavam estranheza, a Peugeot adotou um aspecto mais robusto e másculo no 3008 – até para justificar a classificação de SUV que a marca quer impor ao modelo. A linha de cintura alta, com uma charmosa ondulação sobre a roda traseira, empresta um ar refinado ao modelo. Já as rodas aro 19 e o caimento da última coluna, bem inclinada, dão um visual mais esportivo ao modelo. As colunas central e traseiras são revestidas em material preto brilhante, o que provoca a sensação de ter teto flutuante. A frente é dominada pela grade com detalhes cromados e a traseira traz uma faixa, também em preto brilhante, que liga as lanternas que trazem lente fumê.
O SUV da Peugeot tem muito a oferecer neste quesito. O espaço interno é excelente, com muita área para a cabeça, os ombros e as pernas, e o acesso ao interior é bem facilitado pela altura do veículo. Os bancos são confortáveis, o ar-condicionado bizone é rápido, apesar do tamanho do habitáculo, e o teto solar elétrico e panorâmico deixa o ambiente ainda mais agradável. A capacidade do porta-malas cresceu e agora acolhe 520 litros de bagagem.
É nesse ponto em que os carros da Peugeot mais se aproximam das marcas de luxo. O bom gosto e a qualidade começam nos materiais escolhidos para os revestimentos e alcançam cada detalhe no interior. No caso da versão trazida para o Brasil, a Griffe, a forração de bancos, volante, painel das portas e apoio de braços central é em couro com costuras aparente. No console frontal, uma faixa de tecido refina o estilo e quebra a monotonia. Todas as superfícies internas são em material emborrachado ou macios e a combinação de cromados, alumínio e black piano é muitíssimo bem dosada. Uma verdadeira aula de design.
O 3008 traz bancos com desenho imponentes, há o pequeno volante com as bases achatadas e o painel de instrumentos elevado numa tela TFT de 12,3″ configurável. Os plásticos são emborrachados e o painel tem acabamento suave ao toque, com tecido que lembra jeans na parte central e faixa de LEDs azul percorrendo diversos pontos do carro. Por dentro, o Peugeot passa a sensação de estar em uma categoria acima dos seus concorrentes.
Já o console central elevado cria dois habitáculos separados. O câmbio tem alavanca eletrônica, com engates como nos BMW, e teclas que lembram um piano servem para comandar as funções do ar-condicionado, sistema de som e configurações do carro, entre outros itens. Tudo aparece na tela central elevada, sensível ao toque, de 8 polegadas.
O vinco do capô como também a visão ‘restrita’ da janela traseira, remetem muito ao Range Rover Evoque. Já fizeram alguns vídeos mostrando bem essas semelhanças.
Desempenho
O motor é o mesmo de antes, um 1.6 turbinado capaz de render 165 cv com gasolina (ele não é flex) e 24,5 kgfm de torque, estes já disponíveis em 1.400 giros. A plataforma, porém, mudou, Com a nova plataforma modular, a segunda geração chega com uma dieta bem interessante, ele perdeu ao todo 159 kg, o que se entende de uma direção mais leve e com melhores retomadas.
Na prática, essa redução de massa tornou o carro mais reativo, embora a ficha técnica tenha mudado muito pouco. Na verdade, só a velocidade máxima se alterou, passando de 202 km/h para 206 km/h. A mudança se concentrou na eficiência energética: o teste do InMetro revelou uma redução de cerca de 10% no consumo de combustível em ciclo urbano. No nosso teste ele fez 10,6 km/ dentro da cidade e na estrada fez 11,8 km/l.
Com seis marchas, a caixa automática Aisin oferece a opção esportiva (S), que faz as trocas em faixa de rotação mais alta e deixa tudo mais rápido. Na subida da serra carioca, mostrou uma tocada mais divertida para explorar toda a cavalaria. Na posição D o motor trabalha em rotação mais baixa, para favorecer o consumo, mas ainda assim o torque é suficiente para deixar o carro bem ágil, mesmo nas subidas. Pisando fundo, as trocas de marcha são feitas nas mesmas 6.000 rpm nos dois modos, as borboletas ao volante são bastante úteis em longos trechos que pedem mais potência do carro.
Pontos positivos
- Design ganha nota máxima por dentro e por fora;
- Volante pequeno instiga o condutor a uma direção mais agressiva;
- Diferencias exclusivos como massageador nos bancos motorista/passageiro da frente e carregador de celular por indução (sem necessidade de cabos, poucos aparelhos compatíveis);
- Nota máxima em segurança com 5 estrelas no EuroNCAP;
- Experiência única em conforto e teto solar panorâmico.
Pontos negativos
- Mal chegou e já teve Recall – mau posicionamento do chicote elétrico do motor de arranque;
- Falta do sistema Start-stop que ajudaria ainda mais a sua autonomia;
- Borboletas fixas não entregam uma boa posição para utilização principalmente em longas curvas;
- Sensores para ponto cego e abertura do porta-mala com a passagem do pé sob para-choque também fazem falta (nesta faixa de preço ele poderia contar com eles para ganhar ainda mais clientes).
Ficha Técnica
- Preço: R$ 143 mil;
- Motor: 1.6, quatro cilindros, turbo, gasolina;
- Potência: 165 cv a 6.000 rpm;
- Torque: 25,5 kgfm a 1.400 rpm;
- Transmissão: Automática, 6 marchas;
- Tração: dianteira;
- Suspensão:Independente (dianteira) e eixo de torção na traseira;
- Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira;
- Pneus: 235/50 R19
- Dimensões: 4,44 m (comprimento) / 1,91 m (largura) / 1,63 m (altura), 2,68 m (entre-eixos);
- Tanque : 53 litros;
- Porta-malas: 520 litros
- Consumo: 9,2 km/l (cidade) / 11,5 km/l (estrada) com gasolina;
- 0 a 100 km/h: 8,9 segundos;
- Vel. Max: 206 km/h;
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Produção: Sochaux, França.
Deixo aqui um vídeo do Peugeot 3008 feito pelo pessoal da Webmotors:
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