Você já esteve em um relacionamento no qual perdeu a libido pela outra pessoa? Primeiramente, temos que reconhecer que ter libido e tesão quando estamos conhecendo alguém, quando nos encontramos duas ou três vezes na semana, é fácil. O difícil é manter esse tesão quando incluímos ingredientes como rotina, dinheiro, discussões, filhos e responsabilidades.
Precisamos ter o discernimento e a maturidade para saber que esse tesão é insustentável e passageiro. Se você entrar em um parâmetro de comparação com o que tinha nessa época, já lhe digo logo, você vai se frustrar.
Mas, e quando o tesão e a libido praticamente acabam?
Isso acontece por alguns motivos. Um deles é quando a admiração pela outra pessoa diminui. Sabe quando o seu parceiro ou parceira se acomoda na vida, não corre mais atrás de nada, vira um inútil funcional? Ou seja, uma pessoa que não tem a mínima força de vontade de levantar a bunda do sofá e assumir algumas responsabilidades.
Outro fator é quando a mulher se vê na posição de resolver tudo, ou seja, uma dinâmica desequilibrada, onde ela assume o controle de tudo e passa a tomar todas as decisões sozinha. Isso também é chamado de Papel da Mãe ou da Cuidadora, muito comum em relacionamentos de codependência, onde um lado dá muito e o outro só recebe.
Outro motivo é pela simples maneira de como nós, humanos, funcionamos. Somos atraídos pelo novo, por novos estímulos, mas quando optamos por ficar em uma relação, esses estímulos tornam-se familiares e com menor capacidade de nos excitar.
E qual seria a solução? Afinal, ela existe?
O paradoxo é que, para o fogo voltar, ambos devem voltar para si, ao invés de voltarem para o casal. Isso é confuso, porque muitos casais acreditam que, comprando brinquedinhos ou lingeries, vão conseguir reacender esse fogo, mas essa não é a melhor estratégia.
O que gera uma real mudança é a busca contínua por crescimento e evolução pessoal.
É vital que ambos os parceiros se vejam não apenas como amantes, mas como indivíduos, com ambições, sonhos e aspirações próprias. É nessa interseção que o desejo verdadeiro pode reacender-se. Nada desperta mais tesão do que uma pessoa com vida própria.
Portanto, lembre-se: é na individualidade que nasce o desejo, e esse é o maior paradoxo de todos.
Daí a necessária separação entre casamento/relacionamento conjugal estável e vida sexual; uma coisa não tem nada a ver com a outra. Sentir tesão por outra pessoas (e fazer sexo com ela) não significa necessariamente que você quer acabar com seu relacionamento conjugal. Tais coisas não se misturam. Misturá-las é sintoma de ignorância e imaturidade. Daí o absurdo da lei que trata da tal “infidelidade conjugal”, que eu nem sei se ainda está em vigor (se estiver, reflete bem nossa falta de inteligência e bom senso).