Um trimestre após a inauguração do Ponto de Apoio na Rua (PAR Carioca), programa da Prefeitura do Rio para acolhimento de moradores de rua, na Praça da Cruz Vermelha, os comerciantes locais estão reclamando do aumento de furtos na região. Um dos pontos críticos é a Rua Frei Caneca, reconhecida como a principal área de compras a céu aberto para materiais de construção na cidade. De acordo com os lojistas, os estabelecimentos estão sendo fechados devido ao medo de saques. “A rua está prestes a perder sua identidade característica, que é a concentração de várias lojas, uma ao lado da outra ao longo da via. Até agora, não vimos nenhuma solução, só surgem ideias que resultam em mais problemas como este PAR“, resumiu um vendedor de uma madeireira, que preferiu não se identificar.
Desde fevereiro, mesmo durante o movimento do Carnaval na região devido ao sambódromo, a situação já preocupava o vice-presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (Sindlojas), Roberto Cury. Segundo o empresário, houve uma queda de aproximadamente mil lojas, e a situação da Frei Caneca é uma das mais preocupantes no Centro.
O presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara do Rio, Rogério Amorim, afirmou que, apesar da mudança de escala da Guarda Municipal, não há presença dos agentes na cidade. “Era previsível, desde o início das discussões, que mudar a escala não aumentaria o efetivo nas ruas nem melhoraria a sensação de segurança“, destacou o parlamentar, que defendeu o armamento da GM-Rio em uma audiência pública realizada na Câmara de Vereadores nesta terça-feira.