Eram 19h44 quando a Estação Primeira de Mangueira esquentava sua bateria à frente do Setor 1. Logo na abertura, a Presidente Guanayra Firmino inflamou a torcida com um discurso emocionante que terminou com a frase de ordem: “Alcione merece ser chamada de rainha!” A chuva já dava uma trégua quando a verde e rosa começou sua apresentação.
A liberdade do número de componentes da comissão de frente nos ensaios técnicos tem proporcionado que grandes corpos de bailarinos se apresentem simultaneamente. O da Mangueira trazia cerca de 30 componentes. Com uma coreografia muito bem construída, homens e mulheres ao final reverenciavam o nome de Alcione que estava escrito em três caixotes que a comissão trouxe consigo.
Logo após, o Casal Matheus Oliverio e Cintya Santos fizeram uma segura apresentação. Com uma dança bonita e correta, a dupla mostrou o entrosamento necessário para buscar o 40.
A evolução da escola foi muito ajudada pela Sapucaí, que em coro e independente de torcida, cantava o samba da escola. Aos 30 minutos a bateria fez um paradão acompanhado com completo breu das luzes. Todo o samba foi fortemente cantado apenas pelos presentes e desfilantes.
A segunda escola a se apresentar foi a Unidos do Viradouro. Última Vice-Campeã do carnaval, a vermelha e branca de Niterói trouxe um enredo sobre Dangbé. Pela agremiação quem fez o discurso foi o Presidente de Honra Marcelo Calil que enfatizou: “não existe escola sem comunidade!”
Mais uma comissão com muitos componentes – e que cada vez mostra como o quesito não precisa de grandes tripés – coreografada pelo casal Priscilla Mota e Rodrigo Negri trazia dançarinos com roupas de estampa africana e passos de dança que remetiam aos rituais. Ao final, surgia uma Cobra, animal símbolo da entidade homenageada.
O casal de Mestre Sala e Porta bandeira Julinho Nascimento e Rute Alves passou bem. Com uma coreografia bem realizada, o casal também se credencia na busca de mais um 40.
De volta ao carro de som da Viradouro, Wander Pires levou o samba com firmeza. Cantado com força pelas alas e componentes da escola, principalmente nas paradinhas do refrão de cabeça.
Passavam das 22h quando a atual campeã do carnaval, Imperatriz Leopoldinense, iniciou sua apresentação. Após o esquenta, coube ao Diretor Executivo João Felipe Drumond fazer o discurso para a comunidade e deixar o recado: “Imperatriz, nós somos do tamanho do nosso sonho! Rumo ao Bicampeonato!”
A comissão de frente de Marcelo Misailidis, trouxe a mais bela das indumentárias dos ensaios técnicos. No melhor estilo de quando as comissões se preocupavam com as fantasias e a dança, os integrantes vieram vestidos de ciganos e faziam as tradicionais danças do povo.
O casal de Mestre Sala e Porta bandeira Philipe Lemos e Rafaela Theodoro, coreografados pela bailarina Ana Botafogo, fizeram mais uma de suas brilhantes apresentações. A dupla que apresenta muita química também se destacou no ensaio com uma dança limpa e bem-marcada.
A verde e branco de Ramos preparou uma grande caravana cigana nas primeiras alas, criando assim um grande impacto para quem assistia. Eram homens e mulheres vestidos de cigano, desfilantes com perna de pau também caracterizados e todos de vestes coloridas e brilhantes.
Toda essa grande abertura contou com a ajuda da Sapucaí ao longo do desfile. O samba, que ninguém mais se lembra ser uma junção, funcionou muito bem e foi bem cantado. O Refrão que faz menção à cigana nas paradinhas era acompanhado por palmas e o de cabeça fazia todos abrirem os braços e dizer: “vai clarear”
Agora as escolas de samba entram em contagem regressiva para os desfiles que ocorrem partir de domingo, 11 de janeiro. 12 escolas disputam o título de campeã do carnaval carioca e após essa temporada de ensaios técnicos vemos o alto nível que se encontra a disputa do grupo especial.