Venda de imóveis no Rio de Janeiro bate recorde

Levantamento aponta que este foi o mês de novembro com melhores números de venda na Zona Sul e na Barra nos últimos 10 anos

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Vista aérea da Zona Sul | Foto: Flickr RioTur.Rio

São os números mais altos para um mês de novembro do mercado imobiliário dos últimos 10 anos. Dados de um estudo da start up imobiliária HomeHub, com base em dados oficiais da Prefeitura do Rio, apontam que, em relação a novembro de 2019, as vendas de imóveis residenciais na Zona Sul cresceram 30% e na Barra da Tijuca, incríveis 74% no mês passado (nov/2020). Nos últimos 3 meses, entre setembro e novembro, as vendas acumularam alta de 16% na Zona Sul e de 22% na Barra, quando comparados com o mesmo período do ano passado. Tudo isto apesar da pandemia do novo coronavírus.

Para quem não sabe, quando um imóvel é comprado, é preciso pagar um imposto chamado ITBI, à Prefeitura Municipal. Este imposto, calculado à razão de 3% do valor que a prefeitura avalia o imóvel adquirido (este valor pode até ser diferente do valor da transação, o que quando ocorre, ocorre sempre para mais), é arrecadado pelo município, que todo mês emite um relatório do valor arrecadado com este imposto, na cidade toda e por bairro. É neste procedimento que se baseia a pesquisa: o levantamento feito pela prefeitura mensalmente para controlar sua arrecadação vinda da venda de imóveis.

Segundo Josué Madeira, fundador da Enjoy Imóveis, o mercado está aquecido em todas as regiões e não apenas na Zona Sul. Ele destacou ainda que alcançou as expectativas para o ano.

O volume de vendas tem vindo em um patamar elevado desde junho. Não foi nosso recorde de vendas, mas em setembro, outubro e novembro as vendas tiveram números bem parecidos, sempre em alta. Neste ano, até novembro, as vendas foram 50% melhores que ano passado, alcançando as expectativas.”

Madeira destaca, ainda, que as expectativas para 2021 são positivas:

Para o próximo ano, nós temos a expectativa de crescimento em 25%. Acredito que o mercado vai voltar ao patamar de antes. Tinha uma curva de crescimento que foi interrompida pela Covid e foi retomada em junho. Não acho que vai continuar no patamar de crescimento que está hoje, por conta desta demanda reprimida, mas vai continuar em crescimento.”

Os dados da pesquisa apontam ainda que este foi o mês de novembro com melhores números de venda na Zona Sul e na Barra nos últimos 10 anos. Segundo Adames Torres, diretor comercial da Sérgio Castro Imóveis, alguns fatores levaram a esse cenário.

Essa alta nada mais é que reação natural e esperada à baixa taxa de juros, e tem também as boas condições de crédito nos bancos – melhores da história! Isso tudo cria um cenário favorável para o mercado imobiliário. A pandemia também influenciou muito, porque as pessoas começaram a buscar imóveis maiores, já que toda a família ficou em casa (devido ao home office). Isso também deu uma alavancada boa nas vendas”, ele afirmou.

Vale ressaltar ainda que, conforme noticiado pelo DIÁRIO DO RIO, o investimento no mercado imobiliário se tornou mais rentável, acessível e seguro, pois com a taxa de juros Selic baixa, as aplicações bancária estão com baixo rendimento, tornando o investimento em imóveis ainda mais atrativo, assim como a venda de bens duráveis. As vendas de carros, motocicletas e artigos de luxo estouraram.

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2 COMENTÁRIOS

  1. […] O mercado imobiliário tem tentado criar eufemismos para tratar de um velho conhecido de todos. O apartamento térreo. Nos novos lançamentos, foi apelidado de “garden“, mas ainda costuma ser o último a ser vendido, segundo especialistas. Uma gourmetização imobiliária, sem sombra de dúvida. A verdade é que, com o crescimento desordenado da cidade, ao menos nos bairros mais movimentados, estes imóveis se tornaram muito indesejáveis e os corretores, mesmo com seus argumentos otimistas, não conseguem mudar o fato de que, ao menos no Rio, se tornaram grandes elefantes brancos. E isto vem continuando apesar do grande aumento das vendas de imóveis ocorrido nos últimos meses. […]

  2. São os investidores (rentistas).
    Continua o RJ com grande déficit habitacional e a maior parte da população empurrada para as áreas com pouca infraestrutura e deficiência ou falta de serviços essenciais, crianças em idade escolar fora das escolas, vivendo o dia à própria sorte enquanto pais se vêem forçados a trabalhar longe de casa, e, portanto, pouco contato com os filhos que ficam vulneráveis de serem cooptados pelo crime.
    O estado tem que agir contra o rentismo e as desigualdades.

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