Quem está cansado do calor infernal do verão carioca, aproveite que os meteorologistas estão dizendo que Verão 2019/2020 terá temperaturas mais amenas, ou seja, será apenas escaldante. Para os especialistas do Climatempo, neste verão choverá mais e as temperaturas serão menores que janeiro e fevereiro deste ano.

Mas para azar da cidade, são esperadas fortes chuvas, e os problemas ainda podem aumentar. Em entrevista ao Extra, a meteorologista Patricia Madeira disse que “a chuva de janeiro a fevereiro vai cair sobre solos que já estão com bastante água acumulada, por causa da chuva volumosa da segunda metade da primavera de 2019. Podemos pensar em um verão com maior chance de deslizamentos de encostas, maior número deste tipo de evento no sudeste, e começando mais cedo “

Vale lembrar que a Prefeitura do Rio não investiu o suficiente na prevenção dos temporais. Na CPI das Enchentes foi pedido o indiciamento de Marcelo Crivella e secretários, o relator da CPI, o vereador Tarcisio Motta lembrou na época que “Não podemos naturalizar o fato de que a prefeitura não fez a prevenção porque não tinha dinheiro. É uma questão de prioridade, de planejamento e de gestão. Não é por falta de dinheiro que há troca de secretários toda hora ou não se executa planos que já estão prontos. A cidade está sob uma gestão negligente e incompetente, e por isso a prefeitura precisa ser responsabilizada”, diz o parlamentar.

Entre as mais de cem recomendações que compõem o relatório, estão: realizar a revisão completa do sistema de alerta e alarme comunitário para chuvas fortes e sua ampliação para as áreas dos maciços da Pedra Branca e do Gericinó; expandir os mapeamentos de riscos geológicos para, no mínimo, todas as áreas de ocupação informal da cidade; criar o programa de agente comunitário de Defesa Civil; criar um plano de ação para emergência com protocolos para integrar órgãos e secretarias; proibir que a verba destinada à prevenção e ajuda às vítimas seja remanejada para outras áreas; e aumentar o valor do aluguel social e ampliar o acesso ao benefício.

De acordo com o documento, os serviços prestados à população na prevenção de desastres são desiguais nas diferentes áreas da cidade. Toda a região que engloba o Maciço da Pedra Branca e integra a macrorregião de drenagem da baía de Sepetiba foi ignorada pelo sistema de alerta e alarme. Com relação à coleta e tratamento de esgotos, enquanto a AP-5 (área de planejamento que engloba Bangu, Realengo, Campo Grande, Guaratiba e Santa Cruz) tem apenas 33,28% de seu esgoto coletado e tratado, o restante da cidade registra um índice de 73,62%. O mapa das vulnerabilidades urbanas do Rio de Janeiro expõe o apartheid socioambiental que divide a cidade entre áreas privilegiadas e territórios descartáveis.

O máximo que a Prefeitura do Rio fez até o momento foi colocar cancelas em locais com perigo de deslizamento em dias de chuva.

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