Moradores dos arredores da comunidade da mata do Parque da Catacumba, na Lagoa, vão acionar o Tribunal de Justiça contra a Prefeitura do Rio. As principais reclamações são falta de transparência no monitoramento de expansão da favela e ainda a preocupação com o possível crescimento da população ilegal, que acarreta risco ambiental como queimadas.
“Estamos reunindo provas para recorrer às vias judiciais. A favelização traz o risco iminente de incêndio e estamos muito apreensivos. Mesmo com o acesso difícil, vetado com um portão fechado, conseguimos ver umas 10 casas lá que antes não tínhamos ciência. No máximo, havia uma história antiga, de 30 anos, que havia um morador somente”, conta um síndico, que não quis se identificar por temer represálias.
O grupo se reúne através do whatsapp e já possui 20 prédios das ruas Eugênio Jardim e Pompeu Loureiro, ambas em Copacabana, onde a comunidade tem acesso, porém, a expectativa que o movimento cresça com edifícios ainda mais próximos de onde moram as famílias. A mobilização surgiu após o DIÁRIO DO RIO publicar sobre a localidade depois de uma denúncia de um morador, que percebeu construções após usar um aplicativo do Google – o que gerou tensão nos demais vizinhos.
“Engraçado que desmatamento do bem pode, mas se fosse da Amazônia, ia partir muita reclamação do grupo da Secretaria (em referência à Secretaria Municipal de Ambiente e Clima, liderada pela petista Tainá de Paula, que fiscaliza o local)”, opina.
Em nota, a Secretaria Municipal de Ambiente e Clima reitera que realizou vistorias no local e arredores e não foram constatadas expansão das moradias. O órgão ainda completou que as famílias moram ali há 40 anos e justificaram que o suposto desmatamento teria sido causado por um morador que desbastou a área da sua casa com uma enxada, retirando os cipós que estavam nas luminárias e nega haver crime ambiental na mata do Parque da Catacumba e arredores.
Segundo o Abren- Sistema de Assentamento de Baixa Renda, do Instituto Pereira Passos (IPP), o censo de 2010 já apontava a existência de 13 domicílios e 25 moradores e que lá estão estabelecidos desde 1999.
Não entendo o porquê aceitar que permaneça comunidade ali… não é a expansão em si. Mas a comunidade mesmo nem sequer deveria existir…