Wagner Victer: caso Galeão, a multiplicação que o resultado dá negativo

Não há o que comemorar, só há o que lamentar

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Nas operações da Matemática, um número multiplicado por outro número negativo dará sempre um resultado negativo, e é exatamente isso que aconteceu no caso do anúncio da saída do Grupo Changi – de Singapura – da Concessão do Aeroporto do Galeao.

Vi algumas pessoas comemorando a eventual saída do grupo e logicamente só vejo o lado positivo no fato de suspender a inexplicável modelagem de concessão do Santos Dumont, mas, nessa Multiplicação, um conjunto de outras  perdas são muito óbvias e pelo menos algumas (sete) têm que ser percebidas de maneira muito clara:

Item 1 – A saída da Changi representa uma sinalização péssima para captação de novos  investidores internacionais para o Brasil em diversas áreas, até porque quando não se viabiliza a permanência do grupo que opera o melhor Aeroporto do mundo – que é o de Singapura – isso mostra que algo de errado está acontecendo;

Item 2 – Certamente, o Grupo Changi utilizará o princípio contratual de querer obter de volta os vultuosos investimentos que já  foram colocados, inclusive bloqueando  parte da transferência da  outorga da futura concessão; e, portanto reduzindo os investimentos  do futuro Concessionário.  Até como cláusula contratual da próxima venda, essa questão é muito óbvia e surgirá em breve;

Item 3 – A saída da Changi claramente faz com que possa haver, na futura concessão,  conflitos de interesse empresarial  por conta dos grupos já estabelecidos, para que se faça o equilíbrio entre as operações de Aeroportos já consolidados, especialmente em Minas Gerais, São Paulo e Brasília. Portanto, há o risco de não trazer o melhor benefício econômico para o Rio de Janeiro, caso isso formalmente e de maneira muito rígida não esteja amarrado no edital de concessão, o que será  uma equação extremamente difícil e merecerá atenção de todos, inclusive do CADE;

Item 4 – Das empresas que atuam na operação de aeroportos do Brasil, logicamente os possíveis interessados – até porque investidores internacionais com esse ato serão afastados – são praticamente “um monopólio de poucos”. A maioria dos players é composta ou de empreiteiros ou Fundos em situações comprometidas que, certamente, estão longe de qualquer expertise consolidada na operação de Aeroportos. Bem diferentes de um grupo como esse de Singapura, que inclusive possui suporte governamental de um país bastante sólido financeiramente;

Item 5 – O Brasil se colocará  num certo conflito natural e com  uma ampla dificuldade de captar para o país novos  investidores que operem Aeroportos com tradição internacional  tendo basicamente como possível interessado apenas o Grupo Suíço que atua no Sul, diante de todo o imbróglio colocado recentemente, potencializado pela questão da disputa autofágica entre dois Aeroportos em uma mesma cidade e que deveriam ser complementares como é o caso de Santos Dumont e Galeão;

Item 6 – Como possivelmente terá que ser abatida da futura outorga parte do que foi investido pelo grupo de Singapura, os valores a serem obtidos pelo próprio Governo  futuramente na nova cconcessao do Galeão serão muito menores do que os existentes no  contrato de concessão  atual. Isso mesmo que este  eventualmente  sofresse uma redução diante da concordância da aplicação do equilíbrio econômico-financeiro. Ou seja, se afastou um investidor de ponta e qualificado: o Brasil, se conseguir, trará um outro possivelmente não com tanta expertise e ainda recebendo menos do que receberia do Changi;

Item 7 – Claramente, uma nova modelagem é complexa: só o início de todos os estudos demorará mais de um ano para toda sua estruturação e aprovação burocrática. O Grupo atual, que ficará até o processo da nova licitação, certamente não fará investimentos e reduzirá gastos em manutenção, e o Rio de Janeiro certamente perderá  mais uma vez nesse processo.

Portanto, não há o que comemorar, só há  o que lamentar!  Temos que ter uma conclusão muito clara de que isso foi um “case” de má condução de um processo de estruturação de um setor que é extremamente importante para o Brasil, mas especialmente muito mais para o Rio de Janeiro; isso não só para seus usuários, mas especialmente para outros setores como indústria, turismo e para  diversas atividades econômicas. E por derradeiro, o negativo impacto direto na questão dos empregos nas chamadas atividades do aeroporto indústria e afetando diretamente bairros muito próximos como: Ilha do Governador, Ilha do Fundão, Bonsucesso, Ramos, Maré, Baixada Fluminense entre outras regiões.

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12 COMENTÁRIOS

  1. Sou ex Funcionário de uma prestadora de serviço para Empresas Aéreas. Vítima de tudo que foi dito de alguns comentários feitos agravado pela Pandemia (COVID). Onde ficou evidenciado muitos outros fatores dos quais nós Aeroviários já sabíamos que o Galeão sempre foi mal Estruturado, Localizado e Administrado. As obras expansão para Olimpíadas eram desnecessárias talvez tenha sido a última oportunidade de um grupo de Políticos de ganhar mais dinheiro.O apelo de um Santos Dumont ampriado para Internacional agora ganhou força pois pela sua localização torna se mais atraente para maioria dos passageiros em muitos sentidos. O Galeão infelizmente é um bolo solado que nem com bom recheio dá jeito.

  2. Tambem podera , comprou um fusquinha a preço de ferrari. E abram o olho com a Riogaleao . Pois até o final do contrato , esta vai fazer de tudo para entregar o aeroporto o mais vazio possivel.

  3. Trabalhei de 77 a 2000 no então Airj com uma única pista. Cansei de presenciar o pátio cheio de aeronaves de várias empresas do mundo todo. Aí resolveram aumentar a capacidade construindo outro terminal, e não deu certo. Junte-se isso o fato de Sergio Cabral não fazer questão de competir com os concorrentes com relação a valores de ICMS. A Azul foi uma das empresas que optou por investir em Viracopos por esse motivo. A terminal Rio está muito abaixo de sua capacidade operacional, o inverso da terminal São Paulo. Qualquer investidor que apostar no aeroporto Tom Jobim (eu prefiro esse nome) fará um excelente negócio..

  4. Concordo plenamente com o Sr. Wagner Victer !
    Realmente não temos muito o que comemorar com a saída de um player importante aqui no RJ; e até me arrisco, ao fazer um comparativo rápido, com o caso da CCR BARCAS e SUPER VIA.
    Estamos perdendo investidores e possíveis investidores em nossa cidade, por causa de má gestão, por falta de segurança (principalmente) e por último visão de futuro.
    SEGURANÇA
    Fica difícil você chegar numa cidade e já sair no saguão do aeroporto, e ser abordado, por taxístas ,falsos taxístas e até supostos motoristas de aplicativo. (Começa aí a insegurança!)
    Caso você não opte por um táxi, ou aplicativo e resolva ir de transporte público, como exemplo.: BRT; será bem demorado e dependendo do período, não vai haver BRT.
    Aí, você entra na Linha Vermelha e fica parado em um engarrafamento, provocado por um ´´arrastão´´.
    MÁ GESTÃO
    No tempo de INFRAERO e até mesmo, mais tempos atrás, ARSA; planejou-se a construção do Terminal 02,obra essa que demorou décadas para ficar pronta, e quando estreou, os tempos eram outros! Não havia mais o número de passageiros para demanda estimada. (cias aéreas ,haviam saído ou falido) Ex.: VASP,VARIG e Aerolineas. E com o 11de Setembro, piorou! Mais empresas faliram ou foram embora do RJ ou até mesmo , pararam de voar aqui no BR. ( Fora os cortes de verbas, para manutenção; dados pelo governo federal ,nos tempos de ARSA e depois INFRAERO).
    PLANEJAMENTO – VISÃO DE FUTURO
    Faltou planejar, o número de pessoas, que iriam usar o GIG e o retorno desse investimento, depois, a concorrência de Guarulhos e Confins, por passageiros. Sendo eles todos aeroportos perto do RJ e administrados todos pela mesma regional(antes das privatizações).
    Mesmo com a Copa e as Olimpíadas, não houve o retorno esperado e agora com a pandemia(O que ninguém esperava no mundo todo) ´´a pá de cal´´.
    Somasse aí, a burocracia (burrocracia) brasileira e a corrupção dos órgãos brasileiros, que só fizeram atrasar a nossa vida!
    Com isso tudo aí descrito, fica difícil, manter o RJ em pé de igualdade com qualquer outra cidade da nossa federação. ninguém quer investir numa cidade chata para fazer investimentos, cara, burocrática ,sem segurança e muito corrupta.
    Como o SR. Wagner Victer, descreveu, perde a indústria(porque o funcionário dela leva mais tempo no deslocamento de casa ao trabalho, do que em outras capitais).
    Perde o funcionário e cidadão do RJ(porque não consegue ir ao trabalho numa simples bicicleta ,por causa de assalto ou bala perdida ;ou é assaltado dentro do 473,415,433 ou 457ou qualquer outra linha de Ônibus Municipal e até mesmo, algumas linhas metropolitanas ;pra quem mora fora da capital).
    Perde o aeroporto (porque não atrai investidor) e somos 02 aeroportos (GIG e SDU).

  5. O RJ precisa entender que estamos em competição. SP reduziu o ICMS em um contexto que a cidade já possuía desenvolvimento suficiente para atrair seus passageiros. Vira oposição virou hábito aéreo. O RJ não pode acreditar que o status de cidade maravilhosa fará com que os consumidores, investidores paguem prêmio a vida toda por estar aqui.

    A estratégia deve ser uma concessão casada Galeão/SDU, ao invés do econômico contratual ser outorga pro governo façam redução de tarifas, ICMS, tarifas aeroportuárias. O governo do RIO precisa abrir mão de arrecadação em prol do desenvolvimento social. Estamos a 30 anos perdendo espaço pra SP, Campinas, BH, Brasília. Agora o Sul do país.

    Lutem por a cidade que seja maravilhosa para todos os 12 milhões de habitantes da região metropolitana. Não apenas paras os 1 milhão que moram na orla turística.

    • O pt enganomu a changi. Fizeram os cingapura de babaca….. botaram minhoca na cabeça deles e eles iludidos comprarm este aeroporto fusquinha a preço de ferrari.

  6. Bom dia!

    Acredito que faltou ao jornalista e na matéria uma visão mais profunda e longa sobre o assunto GALEÃO . Isso porque faltou comentar a própria licitação feita em 2013 do aeroporto TOM JOBIN . Feita e direcionada para o grupo Odebrecht a empreiteira ofertou mais de 300 % de ágio pagando 19 BI por uma concessão arranjada. Valor este atualizando de mais de 30 BI .
    Falo com a clareza de quem trabalhou e trabalha no aeroporto até os dias de hj.
    O aeroprto NUNCA recebeu a atenção da operadora RIOGALEÃO que e a empresa administradora a quase 8 anos o aeroporto , antiga empresa do consórcio CHANG + ODEBRECHT . Nunca tratou os seus cessionários com clareza , lisura e respeito . As empresas aéreas pagaram valores altíssimos em taxas de embarque , desembarque e estadias das aeronaves afugentando as CIAS AÉREAS para outros HOB . Locações de espaços e lojas com valores estratosfericos, com promessas de fluxo de passageiros que nunca atingiu ou atingiria .
    Perdemos e jogaram fora o proveito de uma COPA DO MUNDO E UMA O L I M P I A D A S 2 0 1 6 !!!
    Com os aeroviarios ainda e pior …. Banheiros sujos , instalações precárias, não há até hj refeitório e, vestiários pro seus colaboradores e auxiliares (exigência de lei para qq empresa com mais de 10 pessoas) Comer e se trocar nos banheiros e praça de alimentação ficou rotina em um aeroporto tão importante como o TOM JOBIN . TODOS comem na praça de alimentação que deveria ser PRINCIPALMENTE dos passageiros e quem usufruta dos comércios local. ESSE CEVERAMENTE castigado pela RIOGALEÃO. Com alugueis e com contratos viciados e com valores estratosfericos . RATEIOS ABSURDAMENTE caros , inexplicáveis e sem nenhuma comprovação . Levou a falência a maioria de operadores de décadas operando no aeroporto e com certeza alguns milhares de pai de família.
    E claro que a RIOGALEÃO veio atrás de obras e negociatas quando ganhou o TOM JOBIN intenção que parece não ter mudado na transferência das cotas da ODEBRECHT para a Chang a pouco tempo a trás, prova disso a ausência total de representantes originários de Singapura e permanências de diretores e administradores da antiga ODEBRECHT no aeroporto .
    Peço ao jornalista e ao usuário que olhe com atenção as dependências comum do aeroporto. Sem forração nos tetos do terminal a mais de 2 anos , elevadores escadas rolantes disponível ,quantidade de banheiros e banheiros limpos e abastecidos .
    Basta olhar o aeroporto desde sua entrada , lá na base aérea. Conservação paisagistica de patrimônio deixado por Burle Max na entrada do aeroporto . “O mato come ali” ! sem manutenção . Sem falar na faxada DOS TERMINAIS caindo aos pedaços …. DOS TERMINAIS ..NAO ? .. DO TERMINAL , pois o terminal 1 está fechado e tbm abandonado .
    Até os camelos foram embora !!
    Pra mim sem dúvida a operadora é seus adm que ai estão são os verdadeiros responsáveis pelo abandono e quase quebrado TON JOBIN .
    Colocar responsabilidade na atual gestão governamental, após o embrolio feito e ter uma visão simplista e não profunda do assunto ou no mínimo tendenciosa sobre CHANG/RIOGALEÃO/AEROPORTO TOM JOBIM .

    Att

    Paulo Mandarino
    Presidente da ACAP
    Associação dos cessionários e concessionários aeroportuário do Rio de Janeiro

  7. O Aeroporto do Galeão virou fantasma, agora para o turista estrangeiro fazer turismona Cidade Maravilhosa, primeiro vai a Guarulhos conexao e vir depois desfrutar das maravilhosas belezas naturais da Cidade Rio de Janeiro. Isso tudo com o grande apoio do governador Doria ao reduzir o ICMS no combustivel das aeronaves com a condição dessas Empresas aereas ter seu ponto principal chegar/ partir de São Paulo.

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