Uma das principais experiências profissionais que tive ao longo da minha carreira, foi presidir a Companhia de Águas do Rio de Janeiro (CEDAE), parte dela hoje privatizada, que se marca como característica ter um elevado nível de produção de água, atendendo toda a região metropolitana do Rio de Janeiro, inclusive operando a Estação de Tratamento do Guandu, que é a maior Estação de água do mundo, produzindo 43m3 por segundo, e que conseguimos incluir no livro de Records, “Guinness Book”.
Além dessa experiência, a consciência da importância da água e de suas utilizações, foi colocada para mim, já na primeira infância, já que um dos primeiros presentes que recebi dos meus pais foi um pequeno aquário que requeria um tratamento para preservar a vida dos meus peixinhos, aliás um hobby que passei prazeirosamente para meu filho.
Essa semana, no dia 22 de Março, sexta feira, comemoraremos o Dia Mundial mundial da Água! É uma data muito marcante e que podemos dizer que é Carioca, pois surgiu do Rio para o mundo, pois foi criada em Março de 1992 durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como ECO 92.
Nessa Conferência foi divulgada a Declaração Universal dos Direitos da ONU relativos à água. Essa Declaração se faz em 10 artigos que, apesar de passados mais de 30 anos, são ainda muito atuais, pois acaba sendo um roteiro para ser seguido para a elaboração de políticas públicas, inclusive orientando as legislações que cabem em diversos níveis da administração. Abaixo, seguem alguns trechos desses importantes artigos da Declaração Universal dos Direitos da Água:
1- A água faz parte do patrimônio do planeta;
2 – A água é a seiva do nosso planeta;
3 – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados;
4 – O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos;
5 – A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores;
6 – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo;
7 – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada;
8 – A utilização da água implica respeito à lei;
9 – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social;
10 – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra
Mais recentemente, em 2015, a própria ONU criou 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), onde no seu “objetivo 6”, Água Potável e Saneamento, coloca como objetivo central “Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos”. Os ODSs fazem parte de uma política de sustentabilidade voltada às ações que devemos implementar em todo o mundo na chamada Agenda 2030.
Essa é uma data que não pode passar em branco e que cabe a consciência de cada um, inclusive nas atividades em escolas de educação básica, até ações empresariais e políticas públicas. No âmbito do dia a dia, são importantes ações do cotidiano residencial que vão desde a reforma de pequenos sistemas em suas residências que provocam vazamento ou lançam indevidamente esgoto em locais que desaguam em rios e mares, até ações mais complexas de executivos em processos de gestão da sua atividade e licenciamentos ambientais, onde a utilização de recursos hídricos se faz muito importante.
O dia 22 de Março, portanto será uma data muito importante para reflexão desse bem essencial que faz parte da nosso patrimônio do planeta e que merece cada vez mais atenção de todos!