Wagner Victer: Revitalização do Galeão – O dever de casa da Prefeitura do Rio

O colunista do DIÁRIO DO RIO fala sobre o ombróglio do Galeão

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Pista do Aeroporto do Galeão - Foto: Reprodução

Não há a menor dúvida de que até o momento tivemos uma evolução extremamente positiva na possibilidade de uma solução definitiva para o imbróglio entre o Santos Dumont e o Galeão, culminando em um desfecho feliz nessa importante batalha. Isso ocorreu por meio da assinatura, pelo Presidente Lula, do compromisso de limitar os voos do Santos Dumont.

Nesse contexto histórico, essa mobilização tem sido conduzida por diversas forças políticas do Rio de Janeiro ao longo de cerca de 3 anos. Aqui mesmo, já produzimos muitos artigos e encaminhamentos nessa direção, o que, aliás, sempre provocou respostas reativas de lobistas disfarçados de liberais.

É inegável reconhecer que, nessa luta, o Prefeito Eduardo Paes se destacou como um dos mais engajados lutadores, contando também com a participação decisiva de alguns de seus Secretários, como Pedro Paulo, Chicão Bulhões e Cavaliere.

A verdade é que a busca pela solução definitiva para o Galeão envolve uma série de atividades que vão além da crucial restrição de voos no Santos Dumont (SDU). Isso requer um conjunto de outras intervenções, algumas de curto prazo e outras de médio prazo, incluindo obras.

Do ponto de vista do Governo do Estado, já existem movimentos positivos, como a instalação de câmeras, recentemente anunciada pelo Secretário da PM, Coronel Henrique. No entanto, é importante notar que o patrulhamento de motos ainda não está ocorrendo com a dinâmica necessária. Também há intervenções de recapeamento e proteção, anunciadas pelo Secretário de Transportes, Washington Reis. No entanto, essas ações estão atualmente limitadas ao trecho que vai da Ilha do Governador até os acessos à Baixada. Não estão abrangendo os trechos da Ilha em relação ao Centro, que, aliás, representam o percurso prioritário para os turistas que chegam ao Rio de Janeiro, visando se hospedar em hotéis da Zona Sul e da Barra da Tijuca.

São essenciais projetos básicos de engenharia e melhorias logísticas, especialmente um novo acesso à Rodovia Washington Luiz no sentido da Baixada, que atualmente está gerando engarrafamentos diários para o acesso ao Aeroporto do Galeão até a Ilha do Fundão. Além disso, são necessárias melhorias nos acessos à Linha Amarela. Essas intervenções requerem a definição de projetos básicos, orçamentos para licitação e, eventualmente, financiamento através da outorga da operadora do Galeão. Também existem ações de curto prazo sob responsabilidade da Prefeitura, que, diante dessa última evolução na restrição do SDU, devem ser executadas imediatamente.

É importante destacar que, até o momento, essas ações não foram cobradas para não favorecer os lobbies que tentavam enfraquecer o discurso pró-Galeão, além de evitar táticas tradicionais de desvio político, frequentemente usadas para evitar a adoção das medidas óbvias que foram tomadas para a restrição do SDU.

Como engenheiro e residente na Ilha do Governador, acompanho toda essa dinâmica da Linha Vermelha e seu acesso à Ilha do Governador praticamente desde a construção da própria rodovia. Como cidadão, apresentei algumas sugestões de estudos que espero que sejam analisadas e aprimoradas.

Recentemente, ao voltar para casa com meu filho Francisco, que também é engenheiro, contei 28 casas construídas em um nível acima das barreiras acústicas no lado do sentido Ilha/Centro. Essas construções, acima desse nível, representam claramente irregularidades que nunca foram permitidas, em parte devido às exigências de segurança para eventos internacionais, como os Jogos Olímpicos de 2016. Aliás, algumas dessas construções, possivelmente realizadas sem supervisão de engenheiros, podem até ceder em direção à pista, causando obstrução viária e colocando vidas em risco.

Não estou considerando aqui a preocupação derivada da “teoria da conspiração” relacionada à possibilidade de “snipers” de autoridades internacionais, mas, concretamente, essas construções não têm lugar naquele local. Além disso, muitas delas estão sobre um canal de drenagem que fica exatamente junto à face interna das barreiras, voltada para as comunidades. Essa situação já seria suficiente para justificar a ação de demolição pela Secretaria de Ordem Pública da Prefeitura, como inclusive já discuti várias vezes com o Secretário Breno Carnevale. Nesse processo, mesmo que a Administração Municipal opte por não demolir, resultando em perdas, uma rápida simulação de indenização da ordem de 100 mil reais por casa totalizaria cerca de 3 milhões, o que não é um montante significativo.

Portanto, a remoção dessas construções deve ser imediata e representará uma ação emblemática, uma vez que novas casas continuam a ser construídas, e em breve será impossível controlar a situação. Isso é o cenário que poderia levar à construção de muros, algo que seria totalmente inadequado dada a controvérsia que isso geraria.

Da mesma forma, outro ponto em que a Prefeitura pode agir diz respeito às barreiras acústicas. Essas estruturas, que funcionaram bem até os Jogos Olímpicos, agora estão danificadas, e mais de vinte delas precisam ser imediatamente substituídas.

Diferentemente da construção de muros, que como mencionei seriam polêmicos, a adição de grafites decorativos ou adesivos pode ser uma forma de complementar ou decorar essas barreiras, tanto na parte voltada para fora quanto na face voltada para dentro das comunidades. Isso poderia tornar a passagem mais aceitável e até mesmo criar oportunidades para atividades culturais envolvendo moradores dessas comunidades vizinhas.

A manutenção dessas barreiras também ajuda a limitar a entrada e a saída de moradores e vendedores naquela rodovia, que é expressa. Isso poderia ser complementado por ações da Guarda Municipal para, gradualmente, coibir a venda de produtos por vendedores ambulantes durante os congestionamentos, algo que não era praticado há cerca de 8 anos.

O princípio da “janela quebrada”, que teve êxito em Nova Iorque, é fundamental para resolver progressivamente a questão do acesso à Linha Vermelha. Vale ressaltar que isso não beneficia apenas o Aeroporto do Galeão, mas também os moradores da Ilha do Governador, da Baixada Fluminense e até mesmo aqueles que se dirigem à zona norte ou à Cidade Universitária da UFRJ, ou mesmo a elite que deseja acessar suas belas residências em Itaipava.

Essas intervenções simples e rápidas, esperadas da Prefeitura, representam uma evolução na busca de uma solução e demonstram claramente o compromisso contínuo com a revitalização do Aeroporto do Galeão. Não tenho dúvidas de que o Prefeito saberá cumprir essa tarefa, pois sempre manteve uma postura comprometida com essa causa, que se tornou uma rara bandeira unificadora em nossa sociedade.

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5 COMENTÁRIOS

  1. O Santos Dumont esta saturado isso e fato.sabado peguei um voo no SD realmente esta complicado apesar do voo ter saído no horário fica claro o esgotamento isso num sábado tivemos que pegar o ônibus até o meio da pista para embarcar isso e inaceitável. Agora tem o outro lado e insuportável pegar voo no galeão eu prefiro passar todo sufoco no SD do que pegar voo no galeão e um aeroporto complicado uma única entrada é saída engarrafamento o dia inteiro insegurança nas linhas vermelha e Amarela e assalto e arrastão e bala perdida tudo pode acontecer. Tem uns 5 anos que não vou ao galeão até a última vez, a sinalização é péssima estacionamento ruim nada funcionava no Galeão. Vc não sabe onde entra onde sai não tem um lugar para vc embarcar ou desembarcar de carros de aplicativos eu detesto o galeão se puder não pego voo nunca põe lar.em termos de mobilidade e com certeza o pior aeroporto do Brasil

  2. Maior problema do GIG é o transporte publico e a falta de linhas diretas pro centro e zona sul. Tem q aproveitar a conclusao das obras da transbrasil e o terminal gentileza, pra ao menos fazer uma linha expressa do BRT do Gentileza ao Galeao, sem necessidade do pssageiro fazer baldeacao do corredor Transbrasil pro Transcarioca. Ao menos o passageiro chegaria rapido ao Terminal Gentileza e de la teria acesso ao VLT pra Central(metro e trens), barcas e SDU. Ou a ideia fa changi de fazer um VLT ao Galeao, que poderia ser ligando o aeroporto ao Gentileza, e de la o passageiro segue na malha do VLT. Abracos

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