O dia 12 de outubro acumula algumas efemérides como o Dia da Criança, instituído por decreto em 1924, a chegada às Américas, em 1492, por Colombo e uma das principais festas litúrgicas nacionais, celebrada como feriado dedicado à Nossa Senhora da Conceição Aparecida, estabelecido pelo Papa João Paulo II quando da consagração da Basílica, na cidade de Aparecida, em São Paulo.
Em 16 de julho de 1930, essa manifestação mariana fora proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira principal, consagrando a coroação da imagem ocorrida em 1904, em nome do Papa Pio X, com seu tradicional manto azul doado pela Princesa Isabel.
Esta devoção está diretamente associada ao aparecimento (daí a denominação de Aparecida) de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição, coberta de limo, encontrada por pescadores no Rio Paraíba do Sul, em outubro de 1717, nas imediações de Guaratinguetá.
Esta pequena imagem de terracota, escurecida pelo tempo e pelas águas fluviais, após algumas mudanças de abrigo, está num altar na Catedral Basílica de Nossa Senhora Aparecida, templo capaz de abrigar trinta mil fiéis.
Os cultos de matriz africana também celebram a data religiosa, estabelecendo um sincretismo predominante com orixá Oxum, evocada nos templos representando a energia das águas em movimento, como as cachoeiras.
Na cidade do Rio de Janeiro, existem cerca de uma dezena de paróquias dedicadas à Nossa Senhora da Aparecida, distribuídas pelos mais diversos bairros.
No entanto, uma das mais antigas igrejas erigidas à esta devoção é a Matriz Nossa Senhora da Conceição Aparecida, situada à Rua Ferreira de Andrade, 103, no Cachambi, Rio de Janeiro, criada em 11 de fevereiro de 1931.
A igreja está implantada no entroncamento de duas ruas, o que lhe confere um destaque visual valorizado por sua elegante torre única, escalonada, com repertório art-déco, voltada para nordeste, banhada pelo sol da manhã.
Originalmente, toda a fachada era revestida de pó de mármore branco e um embasamento cinza. Internamente, a linguagem art-déco presente nas três fachadas ainda se encontra mais valorizada: o coro, sobre o acesso principal, conta com seu guarda-corpo serrilhado; o altar-mor com mesa geometrizada; o teto apresenta figuras geométricas em sua composição; alguns vitrais também adotam o art-déco em suas representações.
Acervo particular
Devido às decisões tomadas em relação à sua modernização, a fachada foi pintada de azul, o revestimento de piso foi trocado e foi incluído um acesso coberto para a porta principal, descaracterizando a unidade estilística da edificação.
Estas alterações não interferem nas celebrações programadas para o dia da Padroeira, 12 de outubro, com realizações de missa solene presidida por D. Orani Tempesta, às 10h e a procissão, às 16h, entre tantas outras comemorações como a abertura do templo à 7h para visitação interna e oração, conforme comunicado distribuído pela igreja aos paroquianos e moradores da região.
Uma grande particularidade desta festa, que deverá ser retomada após dois anos, é a chegada da imagem da Padroeira trazida por uma procissão de motociclistas em veículos de diversos modelos e acabamentos, recebida por uma chuva de pétalas de rosas, sem nenhuma relação com a apropriação deste grupo, que já foi sinônimo de liberdade, por discutíveis intenções políticas.
A vizinhança imediata da igreja, durante todo o dia 12 de outubro, contará com o retorno das tradicionais barraquinhas da Paróquia, conduzidas pelos paroquianos de forma voluntária, favorecendo a confraternização entre os frequentadores e devotos, ao som do dobrar dos sinos, alternado alegria e momentos de reflexão e fé.
Obrigado por nos oferecer essa dica. Já coloquei aqui na minha lista de Igreja para conhecer e visitar aqui no Rio. Gostei muito do texto e das descrições.
Viva Nossa Senhora de Aparecida, rainha do Brasil, e que continue zelando por essa terra de Santa Cruz.