A segurança pública segue como um dos principais desafios para o estado do Rio de Janeiro. De acordo com o último relatório mensal do Instituto Fogo Cruzado, foram 239 tiroteios na Região Metropolitana somente em março deste ano.
Os limites geográficos do Grande Rio incluem a capital, os municípios da Baixada Fluminense e o leste metropolitano. Apesar disso, os números indicam ligeira queda em relação a março de 2023, quando foram contabilizados 379 disparos com arma de fogo – uma queda de 37,0%.
Os dados disponibilizados pelo instituto apresentam as ocorrências dos tiroteios conforme a localidade. Neste sentido, o relatório mostra que a zona oeste da cidade do Rio liderou o índice de casos, somando 38,5%. Outras regiões que apresentaram grande concentração destas incidências incluem a zona norte da capital do estado (29,7%), baixada fluminense (18,0%) e todo o leste metropolitano (10,9%).
A distribuição da violência armada mostrou-se ainda mais evidente quando se observa os bairros com maiores registros de tiroteios em março de 2024. Isto se deve ao fato de que entre os cinco bairros com maior incidência de troca de tiros, todos estão localizados na zona oeste da capital fluminense. Em Gardênia Azul, foram contabilizados 13 tiroteios, resultando em duas vítimas, enquanto o bairro de Campo Grande teve sete tiroteios, com três mortos e seis feridos.
A cidade do Rio de Janeiro concentrou 71,1% (170) dos tiroteios que aconteceram no mês passado. Destes, 54,1% ocorreram na zona oeste. Os demais municípios mais afetados pela violência armada em março incluem São João de Meriti (5,4%), São Gonçalo (5,0%) e Nova Iguaçu (4,6%).
?Dentre os conflitos armados observados, 25,1% destes foram tipificados como resultado de ações e operações policiais. As ações das forças de segurança causaram 38 vítimas em março de 2024, sendo 12 mortos e 26 feridos. Em comparação com o mesmo período do ano passado, as operações policiais atingiram 133 das 212 pessoas baleadas (62,7%).
“Sozinha, a zona oeste concentrou mais tiroteios que as regiões da baixada fluminense, leste metropolitano e centro somadas. Isso é fruto de um problema histórico na região, que é marcada pelo forte controle de grupos milicianos sobre os bairros da zona oeste. Os dados que registramos nesse relatório estão ligados a esse histórico. É preciso investir em segurança pública de forma igualitária em todas as regiões do Grande Rio, e esse levantamento é o ponto de partida para que as políticas públicas mais eficazes sejam pensadas para preservar a vida da população.” Destaca Carlos Nhanga, coordenador regional do Instituto Fogo Cruzado no Rio de Janeiro.