A Prefeitura do Rio apresentou, na manhã deste domingo (03/01), o plano inicial de enfrentamento à COVID-19 na cidade. O anúncio foi feito após uma reunião do prefeito Eduardo Paes (DEM) com integrantes do secretariado municipal, que contou ainda com a participação do governador do Estado Cláudio Castro (PSC) e de outros representantes dos governos federal e estadual.
Entre as ações planejadas, estão a vacinação da população, a abertura de novos leitos de internação, a ampliação da testagem e a ativação do Centro de Operações de Emergências em Saúde – COE COVID-19 RIO. Também será lançado um aplicativo para que as pessoas possam fazer a autonotificação de casos.
– Nós queremos que haja uma integração nas ações de combate à COVID-19 entre a Prefeitura e o Governo do Estado. Uma das medidas que os secretários já estão tomando é integrar todas as normas, resoluções, regulamentos para o cidadão. Vamos trabalhar em conjunto, em parceria. Vamos centralizar a nossa ação num trabalho de conscientização – disse o prefeito Eduardo Paes, após a reunião no Palácio da Cidade, em Botafogo.
O prefeito frisou que, em relação à vacinação, vai seguir o Programa Nacional de Imunização, a ser anunciado pelo Ministério da Saúde. E o governador garantiu que o estado do Rio está preparado para iniciar a vacinação assim que o governo federal liberar o calendário.
– Na semana passada já chegaram oito milhões de seringas e, ainda em janeiro, (vamos receber) mais oito milhões. Tenho a certeza de que, se a vacinação começasse na quarta-feira, estaríamos 100% preparados.
Em seguida, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, apresentou o plano de enfrentamento à COVID-19. A cidade deverá ter, até o fim de janeiro, 343 novos leitos para atendimento aos casos da doença. Além de 193 novas vagas na rede pública, a Prefeitura publicou, no Diário Oficial deste domingo, um chamamento para contratar 150 leitos da rede privada. Já os equipamentos e profissionais do Hospital de Campanha do Riocentro serão remanejados para os hospitais Ronaldo Gazolla, Souza Aguiar, Salgado Filho e Hospital Universitário Clementino Fraga Filho.
– Todos os recursos serão empenhados, ao máximo, para garantir o funcionamento de todo o sistema de saúde do Rio – destacou Soranz.
Também neste domingo, foi publicado um decreto que dá total transparência à ocupação e abertura de leitos na rede municipal de saúde, com acesso pelo portal http://smsrio.org/censo. O secretário de Saúde informou que, atualmente, existem 1.493 leitos livres na cidade. Mas ressaltou que é necessário haver uma central de regulação única das vagas nos hospitais.
– (A transparência) Não funcionará se a gente não tiver uma regulação única e trabalhar de maneira integrada com os três entes – governos federal, estadual e municipal.
Sobre a vacinação, Soranz explicou que, de início, o objetivo é o de imunizar 2,6 milhões de pessoas nas primeiras quatro etapas do plano de vacinação, a partir do cronograma do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde. A estratégia envolverá 450 pontos de vacinação na cidade, a maioria nas Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde, com 10,5 mil profissionais envolvidos.
A tendência é a de que, na primeira fase, deverão ser imunizados trabalhadores da saúde, pessoas a partir de 60 anos, pessoas com comorbidades, professores, indígenas, quilombolas e profissionais das forças de segurança e salvamento e serviços essenciais, além de funcionários do sistema prisional.
A Prefeitura também prevê ampliar a testagem de casos suspeitos de COVID-19. Inicialmente, deverão ser testadas cerca de 450 mil pessoas. As unidades de saúde oferecerão os testes de maneira fácil e sem burocracia. Pelo aplicativo Rio COVID-19 será possível realizar a autonotificação e o agendamento do teste diagnóstico, caso seja indicado.
Haverá ainda um monitoramento da situação epidemiológica para identificar as áreas com necessidade de maior atenção e fortalecimento das ações de proteção à vida. Um boletim semanal será divulgado com a situação de toda a cidade, dividida por região administrativa (RA).
– É fundamental identificar precocemente quem pode estar doente ou transmitindo a doença. Informar quando teve, onde mora, olhar o rastreamento do contato e fazer o georeferenciamento dos casos – enfatizou Soranz.
O Diário Oficial deste domingo traz ainda a composição do Centro de Operações de Emergências em Saúde – COE COVID-19 RIO, que funcionará nas dependências do Centro de Operações da Prefeitura do Rio (COR) e atuará em parceria com o Comitê Especial de Enfrentamento da COVID-19 (CEEC), composto por especialistas das três esferas governamentais.
As atribuições do COE COVID-19 RIO são planejar, organizar, coordenar e monitorar as ações de enfrentamento à doença; elaborar protocolos e análises relacionadas à situação epidemiológica na cidade; divulgar informações relativas à emergência de saúde pública; e deliberar sobre os estágios de aplicação das medidas protetivas para cada Região Administrativa (RA) do município.