“Comunicação desalinhada”? Não pára de reverberar o grande escândalo em torno da publicidade feita pelo portal imobiliário Zap (site de classificados on-line de propriedade da OLX Brasil), na qual a empresa tentava convencer proprietários de imóveis a abandonar a intermediação de corretores e imobiliárias, e anunciar diretamente os imóveis em sua plataforma. Uma calculadora virtual mostrava quanto o cliente poderia ganhar se não contratasse um corretor. O fato teve uma repercussão imensa em todo o Brasil, e o furo, na imprensa, foi dado pelo DIÁRIO.
Além de notas de repúdio emitidas por empresas imobiliárias, sindicatos, associações ligadas ao mercado imobiliário e pelos próprios conselhos de classe, foram centenas de comentários, mensagens e e-mails de corretores e corretoras, por toda a internet, indignados com a situação.
Mas houve quem fosse além. A Lopes Imobiliária, maior imobiliária do Brasil, encaminhou uma carta (abaixo) comunicando ao Portal Zap a retirada de seu patrocínio do seu maior evento anual, o conecta imobi. A imobiliária solicitou o reembolso até mesmo das parcelas que já haviam sido pagas, alegando grave conflito de interesse entre a empresa e o Zap, por conta do ocorrido, e citou o link da matéria do DIÁRIO DO RIO.
Uma das mais antigas imobiliárias do país, a Lopes (LPS Brasil) foi fundada em 1935 em São Paulo. Tem, inclusive, importante atuação no Rio de Janeiro, onde atua fortemente em lançamentos de imóveis novos e também nos imóveis usados, através da chamada Rede Lopes, dentre as quais uma das principais empresas é a Enjoy.
O assunto dominou todas as mídias sociais e sites ligados ao mercado imobiliário, tendo em vista a grande indignação dos corretores e firmas imobiliárias, que são os principais anunciantes do Zap. O site inicialmente afirmou, através de seus consultores, que a notícia se tratava de ‘fake news‘ , mas depois emitiu pedido de desculpas pela “idéia infeliz” e reconheceu o erro, embora não tenha, segundo fontes do mercado, colocado isto em destaque em seu portal zapimoveis.com.br. Vale notar que o Zap é apenas um portal de classificados, e não faz parte do chamado processo de “uberização” da corretagem de imóveis, como ocorre com as startups Quinto Andar e Loft.
A repercussão da matéria foi enorme nos grupos de corretores do whatsapp, que fizeram coro e visitaram as redes sociais do portal, bombardeando a empresa com mensagens de protesto e palavras de ordem contra o desprezo às profissões imobiliárias. Surgiu aí a hashtag #respeitazap, em defesa da valorização da profissão. O volume foi tamanho que o portal apagou quase todo o conteúdo do seu instagram @zap_imoveis . Inúmeros corretores afirmam que cancelarão seus contratos com a empresa.
O Presidente do CRECI-SP – que, como conselho dos corretores do Rio, repudiou a iniciativa da empresa de classificados online – também enviou uma carta com grave reprimenda à atitude que os corretores de imóveis condenaram, e, nesta, fez menção ao título da matéria do DIÁRIO que revelou a história da calculadora virtual (foto).
O gerente geral da empresa, Marcos Leite, postou em seu perfil do Linkedin um pedido de desculpas a todos os “parceiros” do mercado imobiliário, no qual chamou o incidente de “comunicação desalinhada” e afirmou: “É importante esclarecer que essa comunicação, que já foi retirada, é fruto de um erro de processos internos e não reflete nossa estratégia de negócios discutida e colocada gradualmente em prática desde a aquisição do Grupo ZAP pela OLX Brasil.” O assunto não se pacificou em seu perfil, que recebeu inúmeros comentários de “parceiros” descontentes.
“Entendo que enquanto não houver uma retratação acessível a todos, no Site do Portal, fica muito difícil confiar na sinceridade da empresa. Não é razoável supor que alguém minimamente escolado em atendimento ao cliente possa achar que é normal aliciar “o cliente do cliente”. Seria como um hospital particular procurar os pacientes dos médicos assistentes e dizer: “economize com médico, use os nossos”, escreveu o diretor da Sergio Castro Imóveis, Cláudio Castro. Gabriela Albuquerque, da Cyrella Brazil Realty, foi mais lacônica: “Decepcionante“, afirmou. Dono da Bower Imóveis, Lyisael Gonçalves foi mais duro: “Vi que grandes imobiliárias cancelaram as inscrições e isso é só o começo. A ZAP nasceu como parceira dos corretores, como uma solução na divulgação, e agora viraram as costas“.
A confusão deixou também muitos memes divertidos por toda a internet, como não poderia deixar de ser, dada a criatividade do internauta brasileiro. A maioria fazia menção a traições amorosas, adultério e facadas nas costas.
O Zap foi recentemente vendido ao portal OLX, por valor superior a 2 bilhões. A empresa tem capital estrangeiro. O conecta imobi é patrocinado por outras empresas, como a Porto Seguro, a CrediPronto e o Banco Santander.
A CLASSE DEVE IR A BRASÍLIA LUTAR PELOS SEUS DIREITOS… DEVERIA SER PROIBIDA A VENDA DE IMÓVEIS SEM CORRETOR… DEPOIS QUEM PAGA O PATO É O CLIENTE
Pedro
Por isso fiz a ressalva de bons corretores. Claro q para situações complexas um advogado especializado deverá ser consultado. Exatamente por ser complexo e necessitar do conhecimento de outros profissionais que um simples site de anúncios é apenas uma parcela do todo. Postei várias mensagens nas duas notícias sobre este assunto que este site publicou. Se conseguires achar, dá uma olhada que faço vários destaques sobre o assunto.
Obrigado
Pedro
Por isso fiz a ressalva de bons corretores. Claro q para situações complexas um advogado especializado deverá ser consultado. Exatamente por ser complexo e necessitar do conhecimento de outros profissionais que um simples site de anúncios é apenas uma parcela do todo. Postei várias mensagens nas duas notícias sobre este assunto que este site publicou. Se conseguires achar, dá uma olhada que faço vários destaques sobre o assunto.
Obrigado
Pedro
Por isso fiz a ressalva de bons corretores. Claro q para situações complexas um advogado especializado deverá ser consultado. Exatamente por ser complexo e necessitar do conhecimento de outros profissionais que um simples site de anúncios é apenas uma parcela do todo. Postei várias mensagens nas duas notícias sobre este assunto que este site publicou. Se conseguires achar, dá uma olhada que faço vários destaques sobre o assunto.
Obrigado
Ricardo,
Você acabou de dar um ótimo exemplo do porquê um corretor não traz qualquer segurança jurídica. Você realmente acha que nenhum apartamento da Encol foi vendido por meio de corretores? Pelo contrário…certamente a esmagadora maioria, e os corretores em nada conseguiram evitar o desastre. A mesma coisa com a RJZ…
O ponto que você traz é eminentemente jurídico, sendo muito mais relevante então a contratação de um bom advogado do que de um bom corretor.
Além disso, o imóvel pode estar perfeitamente regularizado e mesmo assim a construtora falir e não conseguir entregar a obra. Isso é parte do risco de se comprar um imóvel na planta, e nem um advogado, nem um corretor conseguiriam elimina-lo por completo.
Atualmente existe a figura jurídica do patrimônio de afetação, justamente para, no caso de quebra das construtoras, ao menos se preservar alguns patrimônios separados objeto de incorporação imobiliária, em benefício dos adquirentes do imóvel.
Se a sua preocupação é jurídica, então indique um advogado.
Muito infeliz a atitude do portal. Um verdadeiro desrespeito aos
profissionais que pagam esta ferramenta e que sustentam suas famílias
com muito trabalho honesto. Uma retratação pública é o mínimo
espertado.
Eu anuncio no portal Plugimóveis há 5 anos, estou muito satisfeita. Aliás, eles somente anunciam imóveis de corretores e de imobiliárias.
Chamar a iniciativa de “escândalo” faz algum sentido? Essa página realmente vai continuar se auto intitulando “jornal” com esse tipo de matéria em favor de seus patrocinadores, sem nenhum disclaimer de conflito de interessas?
Pedro, isso me recorda um pouco o “auê” que os taxistas fizeram com a entrada do easytaxi (sim… os taxistas de ponto fizeram um estardalhaço já nessa época) e depois os ubers da vida. Os corretores têm real dificuldade em entender que o público não está satisfeito com o serviço deles e que por isso tem avaliado outras soluções. Não sei pq tanto destaque pra isso, numa boa…
Prezados Pedro Machado e José Vilarinho.
Talvez vocês não saibam ou lembrem, mas em 1996 a maior construtora do país, chamada Encol faliu. Deixou centenas de milhares de clientes na mão. Mas o fato não aconteceu de uma hora para outra. A situação financeira já esta fragilizada havia alguns anos e era conhecida dos bons profissionais que trabalham no mercado imobiliário. Porém muita gente comprou “pechinchas” , imóveis na planta a vista da empresa que estava prestes a fechar.
E isto ocorre no país toda semana. Compra direto pelo 5º andar de alguma construtora falida com ótimos apartamentos a preço de ocasião.
Comparar um simples transporte urbano eventual com complexos negócios imobiliários com reflexos a longo prazo é como comparar unha encravada com câncer no cérebro. A complexidade é bem diferente.