Uma cidade naturalmente cultural, o Rio de Janeiro é cenário de muitas histórias, desde a literatura clássica até as grandes produções. Muitos livros que marcaram a literatura do país se passam na Cidade Maravilhosa e, por isso, o DIÁRIO DO RIO selecionou 8 obras cujas histórias acontecem no município. Confira:
A moreninha – Joaquim Manuel de Macedo
Um dos clássicos do Romantismo brasileiro, escrito por Joaquim Manuel de Macedo em 1843, “A Moreninha” se passa em dois cenários: na cidade do Rio e em uma ilha. Existe uma teoria entre os leitores de que se trata da Ilha de Paquetá.
Apesar do nome “Paquetá” nunca ter sido citado no livro, a forma que a ilha é descrita no livro, como próxima ao Rio de Janeiro e com algumas similaridades, faz com que os leitores acreditem se tratar da região. Não à toa, na Ilha de Paquetá existe a Praia da Moreninha e a Pedra da Moreninha, que fazem referência ao livro.
Dom Casmurro – Machado de Assis
Um dos mais famosos nomes da literatura brasileira, o livro que até os dias de hoje gera debates (afinal, Capitu traiu ou não traiu?) também se passa no Rio de Janeiro. O autor, Machado de Assis, lançou diversas obras cujo cenário é a Cidade Maravilhosa.
No caso de Dom Casmurro, o leitor acompanha o personagem por várias regiões da cidade, como o Museu Nacional, o Paço Imperial, o Jardim Botânico e o Centro. Inclusive, vale destacar que o escritor ganhará uma estátua na Rua do Ouvidor, que também é citada na obra.
Vale citar ainda que a Rua do Ouvidor chegou a ter 50 livrarias funcionando ao mesmo tempo, sendo a rua com o maior número de livrarias da América Latina.
O Cortiço – Aluísio Azevedo
Publicada em 1890, a famosa obra de Aluísio Azevedo “O Cortiço” narra a rotina de pessoas de vida simples que vivem em um cortiço do Rio de Janeiro, em Botafogo. Durante a narrativa, outras regiões da cidade, como o Centro, são citadas.
Triste Fim de Policarpo Quaresma – Lima Barreto
Escrita por Lima Barreto em 1915, a obra apresenta o personagem Quaresma, um nacionalista ingênuo e idealista, que mora no Rio de Janeiro. No texto, ele chega a citar, inclusive, um dos principais estádios do município, o São Januário, que fica localizado em São Cristóvão.
Quaresma passa a viver para fazer do Brasil um país grandioso. Para isso, ele bola estratégias como o retorno do tupi-guarani e insiste em redigir documentos oficiais nessa língua. A obra faz uma descrição política do Brasil da Primeira República.
A hora da estrela – Clarice Lispector
Clarice Lispector é mais uma autora que usou o Rio de Janeiro como cenário em muitas de suas obras, entre elas “A hora da estrela”, na qual Macabéa, uma moça recém-chegada do Nordeste à Cidade Maravilhosa, tem sua história narrada por um escritor fictício chamado Rodrigo S. M.
A autora já citou várias localidades cariocas em seus livros, mas vale um destaque especial para o Jardim Botânico, que foi citado em 6 textos de Clarice.
A Alma Encantadora das Ruas – João do Rio
Terceiro livro de João do Rio, reúne reportagens e crônicas publicadas entre 1904 e 1907 no jornal Gazeta de Notícias e na revista Kosmos sobre temas como a desigualdade e indiferença social, misturadas numa alegre e estranha homogeneidade com a vida de trabalhadores, mendigos, meninos de rua e a constelação dos tipos humanos que circulavam pelas ruas do Rio de Janeiro no início do século XX.
Cidade Partida – Zuenir Ventura
Um retrato da violência no Rio de Janeiro. Durante dez meses, o autor frequentou a favela de Vigário Geral. Ao mesmo tempo, acompanhava a mobilização da sociedade civil contra a violência.
Beijo no Asfalto – Nelson Rodrigues
Um homem casado beija a boca de outro homem que acaba de ser atropelado. Estampado como manchete de jornal, o “beijo no asfalto” torna-se o assunto mais comentado na cidade do Rio de Janeiro. Além deste, muitos outros textos de Nelson Rodrigues se passaram na cidade do Rio.
*Matéria escrita por Felipe Lucena e Larissa Ventura