Desde a última quinta-feira, (19/05), a cidade de Itaboraí está em evidencia, entretanto, por possíveis processos e manifestações contra preconceitos religiosos. Na festa de 189 anos da cidade, o pastor Felippe Valadão ameaçou os terreiros de Umbanda do município e disse sobre “converter” os dirigentes dos centros espíritas da região.
Devido as ameaças, o deputado estadual, Átila Nunes (PSD), entrou com duas representações no Ministério Público na manhã desta segunda-feira, (23/05), contra o pastor Felippe Valadão e o prefeito de Itaboraí, Marcelo Delaroli, por disseminação de ódio religioso e uso de dinheiro público privilegiando uma religião nas comemorações do aniversário da cidade.
O deputado afirmou que esse comportamento do prefeito de Itaboraí é um reflexo da política do ‘terrivelmente evangélico’. “O prefeito de Itaboraí, assim como muitos prefeitos pelo país, usam recursos públicos para promoverem shows gospels para atender aos vereadores da bancada religiosa. Assim também tem sido no Congresso e nas Assembleias Legislativas”, afirmou Nunes.
O relator da CPI da Intolerância Religiosa pede o ressarcimento de R$ 145 mil reais gastos no show gospel, bem como a condenação do prefeito no mesmo valor. O dinheiro será destinado às vítimas de intolerância religiosa.
A vereadora Benny Briolly também agiu contra o preconceito religioso. No domingo, (22/05), a vereadora de Niterói reuniu diversas lideranças das religiões de matriz africana de todo o Estado do Rio de Janeiro e movimentos sociais para manifestação em frente à Praça Marechal Floriano para ato contra a Intolerância religiosa, mesmo local em que o Pastor atacou as religiões de matriz africana.
A coordenadoria de Diversidade Religiosa da Prefeitura do Rio divulgou uma nota de repúdio contra o ato de intolerância ocorrido na última quinta-feira. O coordenador, Pai Márcio de Jagun, afirma que o órgão se solidariza com os religiosos que sofreram ataques em Itaboraí.
“O preconceito religioso possui um viés étnico racial e precisa ser banido de nossa sociedade. Entendemos que o respeito a todos os credos é a base da cidadania e que a laicidade é um patrimônio da democracia”, declarou o coordenador executivo da Diversidade Religiosa no Rio, Pai Márcio de Jagun.
O crime de intolerância religiosa prevê pena de 1 a 3 anos de reclusão e multa.