Papo de Talarico: Elvis não morreu e a luva de pedreiro

O rei do rock e suas semelhanças com o Luva de Pedreiro

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
filme elvis na crônica de alvaro tallarico
Austin Butler vive o astro no novo filme (divulgação/Warner)

Vivo em alguns mundos, algumas bolhas, nessa vida de jornalista. Uma delas é o de críticos de cinema e blogueiros de cultura. Essa semana pude ver Thor: Amor e Trovão, numa manhã, em uma daquelas sessões para a imprensa dar suas impressões. A sala de cinema estava lotada. Muitos usavam blusas da Marvel e ostentavam seus super-heróis favoritos. O filme foi uma bomba. Um festival de piadas sem graça num roteiro ridículo. E não sou desses que odeiam esse gênero cinematográfico, pelo contrário, cresci lendo quadrinhos e sonhava em vê-los na tela grande bem antes de virar moda.

Entretanto, dá uma tristeza ver as salas de cinema completamente dominadas somente por esse estilo. Há tantos outros bons filmes por aí. No momento, por exemplo, Tudo Em Todo Lugar Ao Mesmo Tempo, A Suspeita, bom drama nacional com Glória Pires, Um Dia Qualquer e As Verdades, são alguns deles. Mas para encontrar salas com tais películas é quase viver uma jornada cinematográfica.

Elvis Presley

Posteriormente, fui convidado para outro filme tipicamente holywoodiano: Elvis. Sim, o rei do rock está de volta ao cinema. Numa ótima atuação de Austin Butler, provando que Elvis não morreu. Claro, segue vivo com suas músicas e importância histórica para a cultura pop. E, agora, mais ainda. A House of Iona/RCA Records já lançou a trilha sonora nas plataformas digitais, tem mistura de hip hop com Elvis e novas versões de clássicos do astro, na voz dele e de outros. Nesse longa-metragem de Baz Luhrmann é valoroso ver a influência do gospel e da cultura negra no rapaz. Saí da exibição cantando “Suspicious Minds”.

Porém, uma das reflexões que o longa traz é essa explosão de possibilidades financeiras em cima do cantor, que vira um produto e gera outros produtos, e acaba, graças a um empresário inescrupuloso e manipulador, ficando preso nesse ciclo. Interessante comparar tal situação com o influencer Iran Ferreira, do canal Luva de Pedreiro, fenômeno nas redes sociais e vascaíno convicto, cujo sonho era conhecer São Januário, estádio do Vasco da Gama, o Gigante da Colina. O jovem nasceu no interior da Bahia, na cidade de Quinjingue. Saiu no Diário do Rio que a direção do Vasco convidou Iran para gravar um vídeo, o qual iria para as redes sociais oficiais do clube. Mas o cachê de R$ 700 mil reais cobrado pelo empresário do rapaz impediu a realização do sonho.

Como tantos, Elvis morreu jovem, engolido pelas pressões do sistema em que estava inserido e dos seus aproveitadores. O mundo está cheio de armadilhas, falsos amigos que não querem lhe ver bem, falsos profetas que desejam lhe conduzir para a perdição. Mas há também o bem e muitas vezes basta um simples facho de luz para iluminar o caminho. Vale a pena provar o doce sabor do realismo esperançoso.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Papo de Talarico: Elvis não morreu e a luva de pedreiro
lapa dos mercadores 2024 Papo de Talarico: Elvis não morreu e a luva de pedreiro

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui