Empresário que figura na lista de homens mais ricos da Argentina comprou obras de arte roubadas na Zona Sul do Rio

As peças foram vendidas por Sabine Boghici, filha que deu um golpe de R$725 milhões na própria mãe; os quadros foram vendidos para Eduardo Costantini, por R$1,5 milhões cada

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Foto: Malba.org

Duas pinturas adquiridas em 2021 por Eduardo Costantini, milionário argentino fundador do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba), foram vendidas por Sabine Boghici, que manteve a mãe em cativeiro por quase dois anos para cometer um golpe de US$ 140 milhões dólares, aproximadamente R$725 milhões de reais, em obras de arte.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que das 16 obras de arte roubadas, duas foram parar nas mãos de Costantini, que garantiu que as comprou de boa fé, sem saber, logicamente, do problema da origem das obras; até porque compradas de uma filha do proprietário original.

As obras são o “Elevador Social” (1966), de Rubens Gerchman, e “Maquete para Meu Espelho” (1964), de Antonio Dias, cada um avaliado em US$ 300 mil dólares, ou, R$1,5 milhões.

Eduardo Costantini e o Malba

Eduardo Francisco Costantini, segundo a revista “Forbes” de 2019, é o 17º homem mais rico da Argentina, com uma fortuna de US$ 790 milhões. Ele trabalhou em empresas do setor financeiro e, em 1980, fundou a Consultatio Bursátil. Onze anos depois, criou a Consultatio S.A., com as unidades de negócios imobiliários, se tornando um empreendedor e empresário imobiliário argentino.

Costantini também é um colecionador e amante das artes. Em 2001 fundou o Malba, Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, que fica localizado em Palermo Chico e concentra a principal coleção de arte latino-americana do mundo. São quase 700 obras, incluindo a coleção pessoal do economista de formação. Quando criou o museu, ele doou as suas 223 obras para a instituição.

Eduardo é o famoso comprador do quadro mundialmente conhecido de Tarsila do Amaral. Em 1995, ele arrebatou em um leilão da Christie’s, em Nova York, o “Abaporu” (1928), de Tarsila do Amaral, quadro mais valioso da arte brasileira e símbolo do modernismo local. Costantini adquiriu a obra por US$ 1,3 milhão e diz que não a venderia nem por um avião de dinheiro

Golpe milionário na própria mãe

O renomado economista e imobiliário argentino agora está envolvido, indiretamente, em um dos crimes mais chocantes do Rio em 2022.

Na última quarta-feira, (10/08), Sabine Boghici, foi presa por um golpe milionário contra a própria mãe, na Zona Sul. A idosa de 82 anos, Geneviève Boghici, foi enganada e ameaçada pela filha durante dois anos e sofreu um prejuízo, estimado por ela, de R$ 725 milhões, entre pagamentos sob extorsão e quadros roubados, incluindo obras de Tarsila do Amaral e de Di Cavalcanti.

Sabine é filha de Jean Boghici, um grande colecionador e negociante de artes romeno, morto em 2015.

Costantini esclarece, em um comunicado à imprensa por meio da Malba, ter comprado quatro obras de arte moderna brasileira por meio do galerista Ricardo Camargo em 2021. Na transação, as informações de procedência de duas dessas obras — “Elevador Social” (1966) de Rubens Gerchman e “Maquete para meu espelho” (1964) de Antonio Días — identificavam a filha da idosa, Sabine, como a proprietária.

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