Evento ilegal que fechava Rua do Carmo é encerrado pela Prefeitura do Rio; material irregular foi apreendido

A festa "Me encontra lá" ocorria clandestinamente, sempre nas noites de quinta a sábado, sujando a rua, fechando logradouro público e gerando acúmulo de camelôs, lixo, e urina nas calçadas e fachadas da região. A algazarra ia além das 2 horas da manhã e aterrorizava frequentadores e moradores.

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A festinha ilegal, logo antes de começar, na rua do Carmo - Foto do Leitor

Uma grande operação realizada, nesta sexta-feira (4), pela subprefeitura do Centro, chefiada pelo seu titular Alberto Szafran, encerrou, cancelou e desmontou mais um grande evento ilegal que vinha sendo realizado sucessivamente todas as quintas, sextas e sábados, na histórica rua do Carmo – altura do número 54, quase na esquina da rua Sete de Setembro, área de casarios históricos, igrejas bicentenárias e que vem se recuperando aos poucos dos efeitos da crise e da pandemia. A festa irregular se espalhava quatro vezes por semana por todo o logradouro já funcionou sob o título de “Me Encontra Lá” algumas vezes, com direito a perfil no instagram e nada menos que 25 mil seguidores.

Imensas tendas coloridas já haviam sido montadas, com cabos amarrados em bens tombados nacionais, como é o caso do histórico Oratório de Nossa Senhora dos Navegantes, bem tombado pelo Iphan nacional e que está em processo de restauro, após 26 anos de luta para que isso acontecesse. Dois banheiros químicos eram utilizados no local, que, mesmo assim, todo dia de manhã era “inundado de urina e fezes“, segundo o porteiro Rafael, de um dos prédios próximos. Segundo um funcionário de um comércio próximo, toda a lateral da Igreja de Nossa Senhora da Antiga Sé, na rua Sete de Setembro, virava mictório público, por conta da absoluta incapacidade de apenas dois sanitários – sempre sem papel higiênico suficiente – em dar conta do grande público. Os banheiros foram apreendidos pela equipe da Secretaria de Ordem Pública.

A prefeitura arrancou todas as tendas e apreendeu todo o material ilegal. Mais de dez grades daquelas portáteis utilizadas em grandes eventos se encontravam na rua, possivelmente com o intuito de fechar o logradouro público, privatizando o espaço que é de todos. A tal festa que ocorria ao menos três vezes por semana contava com muitas carrocinhas de camelôs clandestinos, que as utilizam para vender comida e bebida de procedência desconhecida aos frequentadores do evento, cujo barulho ensurdecedor ia até as 2 da manhã todos os dias, segundo relatos. Ao contrário do que se imagina, o DIÁRIO DO RIO verificou que há moradores no local, que têm medo de se identificar.

Toda a calçada coberta do antigo edifício do extinto Banco Andrade Arnaud (na Rua do Carmo 43), construído em estilo art déco bem na esquina da rua Sete de Setembro virava um grande depósito de lixo e mercadorias de camelôs. Segundo condôminos do prédio, o odor de urina era terrível e os organizadores dos evento ilegal não efetuavam a limpeza depois da festa, deixando pilhas e mais pilhas de lixo, garrafas vazias e latas jogadas pelo chão.

Com informações de moradores e frequentadores da região, conseguimos verificar que uma portinha numa lateral de um imóvel da Rua do Rosário, esquina com Visconde de Itaboraí, uma espécie de pracinha, é a entrada de um depósito de camelôs, com carrocinhas e barracas, que também recebem manutenção no local. Trata-se de uma porta lateral numa parede de pedra, que, quando está fechada, nem se nota que existe. Uma boa quantidade de carrocinhas de camelôs são guardadas no local, que também é uma oficina que trabalha para os ambulantes clandestinos. (foto)

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Esta empena lateral de prédio tem uma pequena porta que dá acesso a um depósito de camelôs utilizado pelos eventos ilegais da região, que vem sendo combatidos pela subprefeitura desde que Alberto Szafran assumiu o cargo

Um grande trabalho de ordenamento urbano vem sendo realizado pela subprefeitura e pela SEOP, que vem tentando diminuir a clandestinidade e a informalidade na região do Centro, assim como a atuação de pequenas milícias que controlam depósitos de camelôs, pontos de ambulantes nas ruas e invasões criminosas de imóveis em toda a região. Conhecido como “Xerife do Centro“, Szafran é um entusiasta da revitalização da região e vem atuando desde o raiar do dia até a madrugada, na tentativa de correr atrás do tempo perdido durante a gestão do prefeito anterior.

A subprefeitura do Centro vai atuar até que essas pessoas entendam que há uma lei a ser cumprida, e que fechar o espaço público sem licença é proibido. Temos atuado pela limpeza e pelo ordenamento urbano de forma incessante, com o apoio dos comerciantes, proprietários e frequentadores da região. Vamos continuar agindo assim. O morador e quem trabalha aqui já sabe que pode contar com a subprefeitura”, dispara Szafran, que ressaltou que o aumento constante do número de frequentadores da região aos sábados, domingos e feriados demonstra um ganho de confiança do carioca na segurança e ambiência do grande Centro. “Ninguém vem passear onde não se sente seguro. Nada disso seria possível sem a permanente cobertura da SEOP, que muito tem trabalhado conosco pra resolver os problemas da região“, termina orgulhoso dos números da Aliança Centro que demonstra atendimento a mais de 60% das demandas dos proprietários da região nas últimas semanas.

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No dia 1/6, a festa teve o nome de “Me Encontra Lá”; pelos stories do Instagram @meencontrala_, diversas outras foram feitas no local e já havia mais 2 já marcadas

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