Neste sábado (18/11), após a morte de uma jovem de 23 anos, Ana Clara Benevides, no show da cantora Taylor Swift, as redes sociais foram tomadas por relatos de problemas na organização do evento, que aconteceu no Estádio Engenhão. De acordo com a Folha de S. Paulo, bombeiros relatam que em torno de mil fãs desmaiaram no calor de sensação térmica de quase 60ºC graus que castigou o Rio de Janeiro na chegada da “Eras Tour”.
De acordo os relatos, o preço de um copo de água (350 ml) era de R$8 e não havia bebedouros disponíveis para os fãs. A equipe da artistas chegou a distribuir água para fãs que estavam próximos à grade, conforme as publicações nas redes, e Taylor pediu mais de uma vez que fosse dada água para o público. Os fãs citaram ainda a proibição a leques dentro do estádio.
No X (antigo Twitter), Igor Paiva fez um longo relato, que viralizou, sobre problemas com a organização das filas, dificuldades de obter informações e disse que a ventilação no espaço estava prejudicada por tapumes.
“O Estádio Olímpico Nilton Santos possui em sua estrutura vãos e áreas para promover a circulação do ar nas arquibancadas e nas pistas. Todas elas estavam cobertas por tapume, o que prejudicou – e muito – a ventilação do ambiente”, escreveu.
O Estádio Olímpico Nilton Santos possui em sua estrutura vãos e áreas para
— Igor Paiva (@atheon_apex) November 18, 2023
promover a circulação do ar nas arquibancadas e nas pistas. Todas elas estavam cobertas por tapume, o que prejudicou – e muito – a ventilação do ambiente. Mesmo com uma temperatura mais amena do lado de… pic.twitter.com/dpYtBOThBa
Por volta de meio dia deste sábado, RETIREM OS TAPUMES era um dos assuntos mais comentados na rede, junto a diversos assuntos relacionados a problemas no show. Apesar disso, nas fotos do evento não são vistos tapumes.
Não cancelaram o show, não deixaram entrar com água no evento, não deixaram circular ar com tapumes. O cerne do problema que causou a morte de uma jovem no show é o mesmo que causou as tragédias de Cromañón e da Boate Kiss: capitalismo. As vidas valem menos que o lucro. https://t.co/Z6aRGfsQoC
— judz (@nietzsche4speed) November 18, 2023
Cheguei super em cima da hora, passando das 16 pq o meu vôo atrasou, e nesse horário já tava meio nublado. E eu fiquei nas últimas fileiras, lá tava pegando um ventinho pq tinha uma parte que não tinha tapume, foi o que me salvou viu, a galera mais debaixo não tinha vento nenhum
— shakira do sertão rj1 (@bluxjayway) November 18, 2023
Os tapumes do estádio são de alumínio. Acho que eles se esqueceram que, além de bloquear as passagens de ar, o alumínio é um excelente condutor térmico.
— luke (@boymidnightrain) November 18, 2023
T4F EXIGIMOS RESPEITO
Em contraponto, um internauta mostrou uma foto em que algumas saídas de ar aparecem liberadas. Mesmo assim, ele concorda que houve negligência: “estava muito muito calor até nas arquibancadas superiores (gente desmaiando lá). T4F foi negligente com muita coisa”.
As passagens de ar não estavam bloqueadas. O palco é enorme e inibe um pouco.
— Rafael (@raf_eex) November 18, 2023
Estava muito muito calor até nas arquibancadas superiores (gente desmaiando lá). T4F foi negligente com muita coisa.
É muito equipamento e muita gente junta, ficará mais quente que o inferno pic.twitter.com/uT8CmKnEuO
O DIÁRIO DO RIO procurou a T4F, que até esta publicação não respondeu. Uma nota já havia sido divulgada:
“É com muita tristeza que informamos o falecimento de Ana Clara Benevides Machado, 23 anos. Na noite de ontem [sexta, 17], Ana Clara se sentiu mal e foi prontamente atendida pela equipe de brigadistas e paramédicos, sendo encaminhada ao posto médico do Estádio Nilton Santos para o protocolo de primeiros socorros. Diante do quadro, a equipe médica optou pela transferência ao Hospital Salgado Filho, onde, após quase uma hora de atendimento emergencial, infelizmente veio a óbito. Aos familiares e amigos de Ana Clara Benevides Machado nossos sinceros sentimentos”.