Nos bastidores das gravações da novela “Renascer”, da TV Globo, um tesouro arquitetônico pouco conhecido vem ganhando destaque. A fazenda que serve de cenário para as tramas de José Inocêncio, interpretado por Marcos Palmeira é localizada no bairro da Taquara, na Zona Oeste do Rio. A propriedade surpreende pela sua arquitetura colonial e pela proximidade com os Estúdios Globo, chamando atenção da direção da novela.
A fazenda, conhecida como Fazenda da Taquara, abriga um dos mais antigos engenhos da cidade. Localizada na Estrada Rodrigues Caldas, 780, foi construída na segunda metade do século XVIII e mantém as características rurais típicas da região da Baía de Guanabara, com um amplo avarandado adornado por colunas toscanas de alvenaria e um piso que chama atenção pelos seus desenhos.
Uma das peculiaridades da fazenda é a sua capela, dedicada a Nossa Senhora dos Remédios e Exaltação da Santa Cruz, erguida em 1738. Com imagens valiosas em seu interior, a capela é um verdadeiro tesouro histórico.
Em 1938, a propriedade foi tombada pelo IPHAN e, posteriormente, uma Área de Proteção Ambiental (APA) foi estabelecida em seu entorno, com cerca de 100.000 m² de área preservada. A medida visa proteger a casa grande e seus anexos, que permanecem sob a responsabilidade dos descendentes do barão da Taquara, garantindo a preservação desse patrimônio histórico.
A fazenda também tem uma história bem curiosa vinculada à família real brasileira. Durante uma enfermidade da princesa Januária, em 1843, D. Pedro II decidiu hospedar-se no Engenho da Taquara para que a princesa pudesse se recuperar. Durante sua estadia, o imperador despachou os negócios de Estado a partir da fazenda, aproveitando os benefícios do ar puro e do clima ameno da região conhecida como Sertão Carioca.
Em 2022, um projeto da Prefeitura preocupou os proprietários, que são herdeiros do Barão e da Baronesa da Taquara. A ideia do Poder Público era desapropriar o espaço e transformar em um parque aberto para visitações, cobrando entrada para que as pessoas conheçam o interior da fazenda. Na época, os moradores não gostaram da ideia, pois temem a movimentação excessiva na área residencial.
