O Rock in Rio, em sua celebração de 40 anos, conta com uma novidade: o Global Village. Este novo espaço visa ressaltar a diversidade, a música global e a multiplicidade cultural. A nova área, que ocupa 7.500 m² da Cidade do Rock, oferece uma experiência imersiva totalmente inédita no festival, contando com uma robusta cenografia inspirada em ícones arquitetônicos de todo o mundo, onde as pessoas poderão andar por uma longa via, entrar em lojas e experimentar as riquezas gastronômicas de diversos países.
Edificações famosas e icônicas dos seis continentes foram a inspiração para a criação da cenografia do Global Village, onde as pessoas podem caminhar por suas ruas e vielas, entrar em seus espaços e assistir aos shows e performances variadas, além de apreciar a gastronomia de cada local ali representado.
O DIÁRIO DO RIO conversou com Patricia Kfouri, diretora da Elenco Brasileiro e coreógrafa do Global Village e com Rafael Scauri, coreógrafo e bailarino do espaço. Eles contaram sobre o processo de criação das danças de diversos países, que acontecem diariamente no festival.
“A gente começou esse projeto com o convite do Zé Ricardo. Ele começou a contar um pouco do Global Village, o que era o Global Village, aí ele falou: vamos fazer assim, faz um projeto pra mim. Aí eu fiz o projeto e o Zé sumiu. Depois ele volta e fala assim: Você tá com passagem comprada pra fazer apresentação para o Roberto Medina do projeto. E assim surgiu o nosso palco”, contou Patrícia.
“Fomos para uma imersão total, então foi um processo muito enriquecedor porque o objetivo maior do projeto era essa junção. Ter essa diversidade, né”, disse. Ela contou ainda que buscaram surpreender o público, trazendo músicas e ritmos diferentes na dança temática de cada país. Por exemplo, um hip-hop na dança indiana costuma surpreender.
Patrícia contou que veio do teatro e coloca muito disso em suas coreografias: “eu vim do teatro e sempre trouxe coreografia muito com cena. Eu não consigo fazer a coreografia sozinha, eu não consigo fazer assim: ‘ah, eu vou fazer uma apresentação de dança’. Para mim, tudo tem que ter um conceito”.
“As pessoas sempre acham que é tem que ser uma coisa muito escrachada, assim, né? E eu acho que o subjetivo é bom. Você às vezes olha, não entende, mas você sente o que tá por trás”, completou.
A escolha do elenco das coreografias foi muito difícil, segundo Rafael Scauri. Ele explicou que foi preciso encontrar bailarinos que conseguissem se adaptar a todos os estilos de dança apresentados no Global Village. Ele esclareceu que a maior dificuldade é que são estilos diferentes de dança e é o mesmo elenco em todos eles. Entretanto, a equipe reuniu um elenco carismático e talentoso, que tem conseguido atrair o público para as apresentações
Rafael, além de ser coreógrafo, também está atuando como bailarino e define a experiência como um grande surto. “É muita coisa pra resolver, porque aí no lado de coreógrafo, eu preciso entender as pessoas e preciso ajudar elas na coreografia, então às vezes eu estou dançando, vejo algum errinho e eu preciso corrigir a pessoa, mas sem parar de dançar e sem me perder na coreografia, então minha cabeça fica maluca [risos], mas está dando certo”, explicou.
O Global Village, segundo a organização, propõe uma “fusão única de culturas e se inspira em arquiteturas icônicas de cada continente, celebrando a riqueza cultural de todo o mundo. Este local não é apenas uma extensão da Cidade do Rock; é um manifesto pela paz e a união será o grande mote, valorizando a diversidade e promovendo a energia positiva que caracteriza o espírito do Rock in Rio”.