O Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, além de ser um bairro amplamente residencial, reserva boas opções de lazer à população. Dentro dessas possibilidades, existem os parques naturais municipais, que abrigam, além de toda a beleza natural, animais silvestres e, em alguns casos, ameaçados de extinção.
O Parque Chico Mendes, por exemplo, foi criado em 1989 com o objetivo de preservar a Lagoinha das Tachas e seu entorno, local de ocorrência de espécies de fauna e flora consideradas raras e ameaçadas de extinção.
Com facilidade encontram-se tartarugas, cágados ou jabutis, além, é claro, do tradicional jacaré-de-papo-amarelo, principal ‘morador’ do local, que, inclusive, por vezes, ‘passeia’ por ruas do Recreio.
Além desses animais, outros como araras-vermelhas, ave-caboclinho, marreca-toucinho, tiê-sangue, galinha d’água, jaçanã, borboleta-da-praia e rolinha-da-restinga, além de lagartos tais como o teiú, ameiva e calango.
Dentre os mamíferos, são observados, costumeiramente, gambás e capivaras. Recentemente, uma lontra foi avistada no parque, fato este que não ocorria há anos.
Outro local conhecido no Recreio é o Parque Marapendi, criado em 1978 com o objetivo de se tornar um espaço de recreação e lazer ao ar livre, além de um ambiente de preservação ambiental.
Entre as espécies encontradas na região, destacam-se, por exemplo, o tucano-de-bico-preto e as garças, além de, assim como o Parque Chico Mendes, também abrigar jacarés-de-papo-amarelo.
O bicho-preguiça é outro importante animal habitante do local. No mês de julho, inclusive, houve 3 resgates da espécie, em Vargem Grande, na Taquara e no próprio Recreio, e em todos os animais foram levados para o Parque Marapendi e soltos por lá, bem como um ouriço-cacheiro.
O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Marcelo Queiroz, falou sobre a aparição dos animais fora dos parques.
”A região por onde esses animais aparecem é comum a eles, principalmente no caso de jacarés e do bicho-preguiça. São animais que estão em malha urbana, cercados por algumas áreas de vegetação, parques e outras. Esses animais não têm noção de que não podem ir e vir, daí encontramos eles nas ruas, residências e em estabelecimentos comerciais.
Com relação à lontra, é diferente, pois era um animal comum no passado e hoje não. Ela vive mais protegida nos parques, fora deles está vulnerável a ser caçada, morta. Se aparecer em uma unidade de conservação, é muito legal pois estará se sentindo segura ali e encontrando condições de sobrevivência. Esse contato entre o homem e os animais silvestres, de certa forma, ajuda a despertar um sentimento maior de responsabilidade pelo meio ambiente”, finaliza.
Por fim, outro habitat de animais silvestres no Recreio dos Bandeirantes é o Parque da Prainha. Criado em 2001, o local é um marco na preservação da região que une Prainha a Grumari. A área de proteção ambiental é conhecida pela harmonia entre o verde e o mar, que faz da paisagem uma das mais belas da cidade.
O parque é recoberto por diferentes formações vegetais típicas da Mata Atlântica, além de vegetação de costão rochoso. Abriga fauna e flora muito diversificadas, incluindo espécies ameaçadas de extinção.
Encontram-se mamíferos como: gato-do-mato, cachorro-do-mato, mão pelada, gambá, cuícas, mico estrela, coelho-do-mato, paca e roedores.
Entre as aves, estão dezenas de espécies como periquitos, maitacas, colibris, corujas, rolinhas, bem-te-vis e gaviões.
Destacam-se, também, serpentes como a jararaca, jararacuçu, cobra-cipó e a caninana, além de uma variedade de lagartos.
Morador do Recreio há 30 anos e um dos corretores mais antigos do bairro, atualmente trabalhando na Block Imóveis, Gaspar Henrique Muller, falou sobre.
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”O Recreio mantém uma característica bastante particular: é cercado por 3 grandes reservas, e os animais da fauna (jacarés, capivaras, preguiças, etc) são muito habituais, convivemos bem com eles. É muito comum, por exemplo, andar à noite pelas ruas do bairro e se deparar com uma família de capivaras ‘passeando’. É uma característica bastante peculiar do bairro e gostamos muito disso”, disse.
Certamente, para quem é muito ligado a questões ecológicas e gosta de animais silvestres, vale muito a pena conhecer os parques do Recreio. Ou, até mesmo, quem sabe, deparar-se com os bichos nas próprias ruas.
[…] segue conservando sua estrutura natural. Mostramos em uma matéria aqui no DIÁRIO DO RIO que nas ruas do bairro a presença de animais exóticos é constante. E isso tem tudo a ver com a história da região, que foi planejada para crescer sem devastar […]
Muito lindo saber que a natureza em plena cidade ainda resisté o problema do homem que sempre acaba com a natureza