O “Nos Recusamos a Pagar” é uma espécie de versão brasileira do #CancelRent , movimento social que surgiu com o desenrolar da pandemia do novo coronavírus na cidade de Nova Iorque, e que dominou as páginas dos principais jornais novaiorquinos nas últimas semanas. Na big apple, o Senador Michael Gianaris, do partido democrata, encabeça o movimento que está fazendo um barulhão pelas terras do Tio Sam.
A proposta dos americanos que defendem a proposta é uma moratória nos alugueis novaiorquinos, conhecidos pelos valores astronômicos. Apesar de receberem uma ajuda do governo durante a pandemia, o movimento argumenta que se os valores recebidos forem usados pra pagar aluguéis na cidade – que está cheia de faixas e cartazes com a hashtag #cancelrent – as pessoas não terão dinheiro pra alimentação básica.
O movimento nacional vem crescendo aos poucos, via internet, em páginas de cunho socialista, e o movimento começa a organizar-se agora. ” É preciso que quem não tem casa possa ter – ainda que nesse momento temporariamente – um teto seguro para se abrigar“, dizem os integrantes do movimento em sua página, onde publicaram uma espécie de manifesto. O movimento também tem ramificações em São Paulo, e ganhou uma página na internet, além de ser grande o burburinho pelos grupos das redes sociais.
O Congresso aprovou recentemente legislação proposta pelo senador Antônio Anastasia proibindo o despejo até o fim dos efeitos da pandemia. No Estado do Rio de Janeiro, a ALERJ fez mais, e proibiu não só despejos, como reintegrações de posse, judiciais ou extrajudiciais, conforme noticiamos aqui no DIÁRIO.
O projeto aprovado pela ALERJ também suspende a cobrança de multas contratuais e juros de mora em casos de não pagamento de aluguel ou das prestações de quitação de imóveis residenciais comprados a prazo, sendo necessária apenas a comprovação de que o devedor está em estado de necessidade durante o estado de calamidade pública.
“Há donos de imóveis e famílias que dependem de seus aluguéis para a própria subsistência“, diz Maria Antonia Neves, proprietária de quatro apartamentos em Coelho Neto, alugados em média por 600 reais cada um. “Vivo desta renda que meu falecido marido me deixou, e mal paga os remédios que tenho que tomar“, afirmou, aos 79 anos, a idosa, que completou: “Tem gente que acha que ter quatro imóveis é uma grande fortuna“. Apesar dos protestos, observa-se que a continuação da quarentena e a diminuição da renda das famílias vêm gerando crescentes índices de inadimplência no aluguel, e movimentos como o “Nos Recusamos a Pagar“.
Para saber mais:
Movimento “Nos Recusamos a Pagar”
Não acho que tenha que acabar o aluguel e sim reduzir os valores. O Brasil perdeu a noção da realidade. Em um País onde uma renda média é R$ 1.500 e R$ 1.800 vemos alugueis de imóveis a 2000 reais, 3000 reais. Como é possível alguém que ganha 1.500 arcar com um aluguel de dois mil reais? E a alimentação? E o dinheiro para o lazer? E as contas de água, luz, internet, etc? Por essa razão, acho que deveriam mudar a lei pois deputados ganham 33 mil em salário bruto e ainda recebem por fora um auxílio moradia de 4 mil reais. Isso é um tapa na cara de qualquer brasileiro. Como se 33 mil não fossem suficientes para arcar com qualquer tipo de aluguel. Porque estudantes que saem de outras cidades para cursar universidades não recebem um auxílio aluguel de 4.000 como os deputados? Isso iria ajudar muita gente. Por essa razão na minha opinião os alugueis deveriam estar por volta de 800, 900 por aí e mesmo assim fica complicado para quem ganha apenas 1.500, 1.600 etc (o que é a grande maioria do povo brasileiro)
Mas que idéia de gente retardada hein? Quer dizer, aquele senhorzinho que investiu durante a vida toda, para comprar um imóvel e ter uma renda mais garantida, pois sabemos que a aposentadoria do Governo é uma vergonha, terá que arcar com todos os custos, ter seu sustento retirado e ainda sofre alguma sansão porque algum ser “inteligentíssimo” não percebeu que do outro lado tbm existe uma pessoa que precisa ganhar dinheiro para sobreviver?
Sendo assim…. rasguemos os contratos, pois me parece que quem tem imóvel (conseguido com muita luta), não tem mais direitos. Apenas deveres.