Bar Miguel da Carne Seca, em Campo Grande, encerra atividades

Localizado entre a rua Olinda Ellis e a estrada da Cachamorra, o bar era conhecido por seus quitutes, que faziam sucesso entre os moradores

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Foto: Reprodução/ACG News

Mais um bar do Rio de Janeiro fecha as portas. O “Miguel da Carne Seca”, tradicional em Campo Grande, encerrou suas atividades. No local onde funcionava o estabelecimento, deve ser aberta uma rede de drogarias, segundo informações divulgadas pela página “ACG News”.

Localizado entre a rua Olinda Ellis e a estrada da Cachamorra, o bar era conhecido por seus quitutes, que faziam sucesso entre os moradores da região e os clientes que vinham de mais longe.

O bar Miguel da Carne Seca sempre foi referência em Campo Grande. Até mesmo para alguns se localizarem, as pessoas diziam: ‘fica perto do Miguel’. O senhor Miguel já faleceu há alguns anos mas o bar continuou. Visitei muito o local especialmente aos domingos com meu pai depois do futebol que ele jogava com os amigos professores. Todos pediam chouriço“, lamentou o secretário municipal de Turismo, Bruno Kazuhiro.

Este não é o primeiro estabelecimento a fechar as portas recentemente na cidade. O Cedro do Líbano, por exemplo, encerrou suas atividades após 73 anos de funcionamento. A tradicional Confeitaria Genova, em Copacabana, que funcionava há mais de 50 anos, também fechou as portas, assim como a Casa Turuna, da Saara, que fechou em 2020.

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7 COMENTÁRIOS

  1. Isso se consolidou após o aumento absurdo do IPTU há 5 anos . Eu por exemplo estou vendendo o imóvel da minha Clínica Veterinária por ter dificuldade em paga-lo. Moramos no subúrbio e pagamos impostos igual a zona sul. Tinha que acontecer isso mesmo

    • De fato houve um grande aumento de IPTU. Mas, na verdade, tratou-se mais de alinhamento na esteira da especulação imobiliária que aumentou o valor venial dos imóveis a patamares discrepantes com tabelas oficiais.
      Sabe-se que grande parte da Zona Oeste sequer pagava imposto embora a região tenha se desenvolvido muito nas últimas décadas. Campo Grande, Bangu e Santa Cruz ganharam universidades, shoppings, centros comerciais etc e muitos condomínios.
      Enfim, a tabela não passava por reajustes para esta realidade.
      Mas dizer que o IPTU e é Zona Sul é um equívoco. O valor do IPTU de uma casa em terreno amplo naqueles bairros citados é o de um apartamento quarto e sala na Zona Sul.

  2. O João Antônio fez um excelente comentário. Pequenos comércios dando lugar pra comércios maiores, porque grupos se organizam pra isso. Antigamente ficava só em família e depois que os pais faleciam, pros filhos não interessa. O povo hoje tem outras idéias, é uma correria só. E na gente, só resta a saudade.

    • Nada tem a ver com o “fica em casa” pois se não leu a matéria nem o comentário bem ilustrativo do primeiro leitor que comentou, então, não fale aquela bobagem.
      Como dito a falência do estabelecimento, no caso, nada tem a ver com a pandemia.
      Aliás, muito pouco a pandemia parece ter afetado o comércio de Campo Grande, pois embora (na época) vigentes as medidas mais rigorosas para contenção do avanço do covid-19, o Calçadão estava sempre com movimento, as lojas aparentemente fechadas era só fachada (bastava bater na porta para entrar) e muitos sequer andavam pelas ruas de máscara – apenas colocavam ao ingressar nos estabelecimentos.

  3. Campo Grande está passando por um momento de inflexão brutal da sua conjuntura. Os fundadores dos comércios tradicionais do bairro estão morrendo ou se aposentando e os descendentes ou vendem para grandes redes (geralmente drogarias e mercados) ou vão dilapidando o patrimônio material e imaterial. Isso começou com o fechamento da antiga Silbene pelo – já falecido – Jorge Elias, que tomou essa decisão após os filhos não quererem tocar a loja. No Miguel da Carne Seca era claro e evidente que o filho dele não queria trabalhar ali, o cara mora na ZSul e só reclamava -sic- “de ter de vir pra esta merda”; trabalhar assim é pedir pra falir. Infelizmente Campo Grande sofre demais com o descaso tanto da classe política (além do prefeito playboy que só olha pra Barra e ZSul todos que aqui se elegem vão morar no Recreio) como dos empresários campograndenses que vão morar na Barra e Recreio (consequentemente gastando dinheiro lá). Muito triste ver como o bairro que gera tanto imposto está cada dia mais largado ao Deus dará.

    • Interessante ponto de vista, João!

      Realmente acredito que tenha a ver – não sei se você concorda – com a questão de status que infelizmente nestes Brasis é tão valorizado e acredito que seja uma das causas de nosso atraso: o cara que fica com umbigo no bar, ainda que ganhe o sustento é “malvisto” em comparação a alguém “graduado, com diploma”. Como exemplo tem muito advogado de terninho e sapato lustrado andando no centro que passa aperto e come pão e banana ganhando mal enquanto carpinteiro, eletricista, pedreiro, encanador, soldador, dono de bar estão lavando a égua ganhando bastante mensalmente. Não sei se estou forçando a barra, mas acho que isto se aplica também com o campo: o jovem “agricultor” não deve fazer muito sucesso no instagram todo suado pegando na enxada às seis da manhã: daí mete o pé pra outras coisas, não toca a plantação familiar.

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