Bruna Castro: Um Dodô na Sapucaí?

O gaúcho Renato Andreuchetti tem um ótimo argumento para fazer o famoso pássaro Dodô colocar as patinhas no Sambódromo da Marquês de Sapucaí

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Foto: Eduardo Liotti

Enquanto todo mundo é pego de surpresa pelo anúncio da Colossal Biosciences, uma startup americana de biotecnologia e engenharia genética sediada em Dallas, com planos de ressuscitar o pássaro Dodô (Raphus cucullatus) – noticiado por veículos de comunicação – como publicou uma recente matéria na Veja assinada pelo jornalista Alessandro Giannini – outras iniciativas de apaixonados pela ave não-voadora caminham na mesma direção. Trazer o emblemático Dodô, extinto por volta de 1680, de volta à cena, mas pela arte!

Em 2022, o cineasta grego Panos H. Koutras lançou no Festival de Cannes o filme Dodô. E agora, em Porto Alegre, está sendo lançado o projeto pictórico Um Bando de Dodôs” de Renato Andreuchetti, com pinturas do artista plástico paulista Igor Villa. Essa atual conjunção de ocorrências científicas e artísticas jogam luz sobre a importância do pássaro Dodô como símbolo de todas as outras espécies que andam por aqui e correm sério risco de extinção. Os quadros são objeto de uma exposição que está ocorrendo em Porto Alegre.

O crime cometido contra o pássaro Dodô para sempre será lamentado, e daí vem sua universalidade. Estudioso e apaixonado pela espécie, o curador e produtor Renato Andreuchetti acredita que a melhor forma de popularizar o Dodô no Brasil, além de exposições de pinturas, é que sua história seja contada no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.


Não é apenas sobre as espécies que estão ameaçadas de extinção. Em nenhum outro período da história as pessoas tiveram tanto acesso às belezas e a diversidade da natureza. Hoje, fotógrafos da vida selvagem, em velocidade frenética, postam imagens e vídeos em suas redes com rituais de acasalamento de aves-do-paraíso com plumagens exuberantes, que até pouco tempo atrás, quase ninguém via. E isto acontece com centenas de milhares de outros indivíduos de várias espécies, tudo ao mesmo tempo, muito rápido.

Todas essas belezas podem ser introduzidas por um carnavalesco em um enredo rico em alegorias considerando, também, as paradisíacas Ilhas Maurício, local onde ocorreu a matança, quando famintos marujos europeus chegaram e devoraram os Dodôs, assim como o fizeram os animais trazidos por eles em seus navios e que não faziam parte daquele ecossistema. As aves eram dóceis, de tamanho avantajado, e não voavam. Estive lá em Porto Louis – capital da ilha – e pude conhecer o único esqueleto de dodô formado por ossos de um só indivíduo em todo o mundo, encontrado durante as escavações para a ampliação do aeroporto da ilha, que fica no Oceano Índico.

Tanto o gaúcho com seus estudos sobre o Dodô eoutras espécies ameaçadas de extinção, quanto o pintor paulista Igor Villa com seu talento artístico e pintura vibrante estão dispostos a contribuir para que a escola de samba que trouxer o Dodô para a Sapucaí se torne a grande Campeã em 2024.

E pra quem quiser conhecer as obras de Igor Villa, a redação do DIÁRIO DO RIO vai contar com um original, em tela, que vai ornamentar a nossa redação.

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