Com fachada em péssimo estado, Teatro Glauce Rocha é ameaça para pedestres no Centro do Rio 

Danos na parte frontal do prédio estão cada vez mais latentes; risco de acidente é iminente em uma das áreas mais movimentadas da cidade; o reboco está se desprendendo e caindo na rua

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Fachada danificada do Teatro Glauce Rocha (Foto: Reprodução)

Na esquina da Rua da Ajuda com a Avenida Rio Branco, principal artéria empresarial do Centro do Rio, uma cena chama atenção de quem passa pelo trecho, a situação deplorável da fachada do prédio que abriga o histórico Teatro Glauce Rocha. Basta olhar para cima para constatar a falta de manutenção do edifício, que está com uma boa parte do reboco se desprendendo, inclusive com tijolos à mostra. O cenário escancara o descaso com com um dos mais importantes espaços culturais da capital fluminense, num ponto de imenso fluxo de pedestres.

Gerido pela Fundação Nacional das Artes (Funarte), o Glauce Rocha fica em um dos pontos mais movimentados da cidade, próximo ao Largo da Carioca, Cinelândia e da Lapa, áreas que registram intenso fluxo de pessoas durante o dia, em função da variedade transporte, como VLT e Metrô, além do comércio robusto do entorno. O péssimo estado da edificação, naturalmente, representa um risco enorme para os transeuntes, e para artistas e demais pessoas que trabalham ou frequentam o imóvel, que podem ser atingidos a qualquer momento por um fragmento solto da estrutura.

Essa não é a primeira vez que um imóvel sob a gestão da Funarte corre risco estrutural no Centro do Rio, em 2021, uma portaria publicada no Diário Oficial da União determinou a interdição do prédio que abrigava o acervo da Fundação, na Rua São José, no Centro do Rio.

Segundo a resolução federal, ”O estado de conservação do edifício coloca em risco a integridade tanto das pessoas que trabalham no local quanto do acervo histórico da fundação”.

Especialista faz alerta

Segundo o engenheiro civil, Antero Parahyba, especializado em perícia e inspeção predial, a degradação do imóvel na Rio Branco, ainda que gradual, pode resultar em riscos maiores com o passar do tempo. Ele explica como a falta de manutenção impacta na estrutura.

  • Esse trecho sem revestimento pode causar acidentes se não reparado o quanto antes. Esse tipo de dano, muitas vezes ocorre por conta do excesso de água, que é um componente químico do concreto e corrói o concreto da fachada. Seria importante fazer esse reparo o quanto antes, pois a tendência é que piore com o passar do tempo e se tornar um risco cada vez maior para quem passa por ali. O ideal nesse tipo de situação seria verificar se o mesmo trecho também está exposto por trás, após a execução dessa vistoria, realizar uma ação de revestimento e pintura para restaurar a fachada”, explica.

DIÁRIO DO RIO tentou contato com a Funarte para comentar o assunto, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. A reportagem será atualizada tão logo isso aconteça. (veja no fim do texto).

Subperefeito do Centro do Rio, Alberto Szafran comentou o caso e falou sobre as medidas que podem ser adotadas em caso do problema persistir.

“A gente faz esse acompanhamento junto com a Defesa Civil e a partir daí, nós acionamos os órgãos competentes. Se tiver que ser feita alguma intervenção, nós acionamos a conservação, através do grupamento de operações especiais. Se tiver que acionar o proprietário do imóvel, nós fazemos isso. Faz parte de uma rotina constante da prefeitura a fiscalização desses imóveis”

Atualização: Hoje, no local – as fotos são de sexta feira passada – havia dois cones e uma fita amarela na frente do Teatro.

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História do teatro

Situado no coração do Centro do Rio, o Teatro Glauce Rocha nasceu no Teatro Nacional de Comédia, em 1960. Anos depois, em 4 de janeiro de 1979, foi reinaugurado, com o nome Glauce Rocha, após passar por uma série de reformas. Hoje com capacidade para 202 lugares, o Teatro tem uma programação que muda anualmente e é estabelecida de acordo com editais lançados pela Funarte.

O nome é em homenagem à atriz sul-mato-matogrossense, Glauce Rocha, que faleceu anos antes da reabertura do teatro com seu nome. Nascida em 1930, ela é considerada uma das artistas mais transgressoras da dramaturgia brasileira.

Na década de 50 atuou em diversos filmes, demonstrando versatilidade como atriz, trabalhando em dramas e comédias. Nesta época fez os filmes Aventura no Rio (1952), Com o Diabo no Corpo (1952), Rua Sem Sol (1954), Rio, 40 Graus (1955), O Noivo da Girafa (1957), Traficantes do Crime (1958), Helena (inacabado). 

O que diz a Funarte


Em nota enviada ao DIÁRIO DO RIO às 15h do dia 19 de abril, , o setor de engenharia da Funarte informou que “não há risco para a estrutura nem para os transeuntes. A parede em questão, indicada nas fotografias encaminhadas, está em pleno processo de restauração e os tijolos aparentes são fruto de raspagem da pintura e de parte do reboco, que antes se encontrava comprometido e com risco de soltar e cair. O setor de Engenharia da Funarte está preparando um relatório sobre o trabalho já realizado e o que ainda será efetuado no local”.

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