Durante a missa celebrada por Dom Orani João Tempesta e Padre Omar na Catedral Metropolitana em celebração aos 90 anos do Cristo Redentor deu-se um passo a mais para a resolução da briga entre a Igreja Católica e o Governo Federal envolvendo o aniversariante. Em setembro, Padre Omar foi proibido de subir ao Cristo, do qual é reitor do Santuário do Cristo, o que acabou levando ao Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Leite, entregar as chaves que dão acesso ao Cristo Redentor para Padre Omar.
Apesar de ser um monumento de reconhecimento mundial, a estátua é um símbolo religioso. Mas hoje o lucro com a visitação é todo para o Governo Federal, mas a solução pode estar próxima, o deputado federal Júlio Lopes (PP) quer que a arrecadação da visitação ao Cristo Redentor seja dividida entre a Arquidiocese do Rio e o ICMBio.
E a importância econômica do Cristo Redentor vai além da visitação, o jornal Extra publicou uma pesquisa da FGV que mostra que o monumento é responsável por movimentar R$ 1,4 bilhão na economia e por gerar e manter pelo menos 21.393 empregos diretos e indiretos em 68 setores da economia. São negócios que os turistas movimentam como na rede hoteleira, nos restaurantes, nos serviços de transporte, entre outros. O levantamento conclui ainda que os turistas que vistam a estátua permanecem até 1,2 dia a mais na cidade.
No evento que aconteceu na Catedral devido ao mau tempo, diversas autoridades de todas as esferas falaram sobre a importância de se chegar a uma solução no imbróglio. O prefeito Eduardo Paes (PSD) assumiu publicamente o compromisso para reconhecer a legitimidade e a propriedade do espaço para a Mitra:
“Assumo publicamente o compromisso de que nós, através de mecanismos criados pela própria legislação federal, estaremos, a partir do pleito apresentado pelo Cristo Redentor, reconhecendo a legitimidade e propriedade daquele espaço para a Mitra da cidade. Para que o Cristo possa sempre representar espaço da procissão da fé, mas acima de tudo, aberto a todos visitantes. O Cristo é uma bússola para a cidade. Como disse o Dom Orani, representa cordialidade do povo. Tem um simbolismo muito forte não só para o Rio como para o Brasil“.
O secretário de Turismo do Município do Rio, Bruno Kazuhiro, é outro político a concordar com uma solução que atenda a Igreja Católica:
“Muito importante para o Rio de Janeiro que o acesso ao Cristo Redentor seja sempre garantido aos visitantes e às celebrações religiosas, visto ser um santuário católico. Foi muito animador ver os diferentes níveis de governo e todos os envolvidos se manifestando hoje, na Catedral, em prol de uma solução. O nosso Prefeito Eduardo Paes também se comprometeu a ajudar. Essa conciliação será o melhor presente de aniversário de 90 anos para o Cristo e também para os cariocas e nosso turismo que gera emprego e renda para nosso povo”.
O Ministro Joaquim Leite disse que o presidente da República, Jair Bolsonaro, também quer uma solução definitiva:
“… Semana passada tive uma reunião com presidente, ele pediu atenção especial e já estamos trabalhando nesse tema, com apoio especial de todos e da Mitra, vamos achar essa solução definitiva para trazer harmonia ao local do Santuário do Cristo Redentor“.