Cacildis, mas que dia bom! Assisti “Mussum, o filmis” no Festival do Rio 2023, e ainda entrevistei o diretor Silvio Guindane e o ator Aílton Graça, que entrega uma atuação maravilhosa como o sambista humorista Antônio Carlos, o Mussum. O filme é uma cinebiografia de Antônio Carlos Bernardes Gomes, mas que vai além do conhecido Mussum e explora aspectos como sua infância humilde, sua carreira no exército, sua ligação com a Mangueira, o sucesso com Os Originais do Samba, e, claro, os bastidores dos momentos icônicos d’Os Trapalhões.
A princípio, devo dizer que “Os Trapalhões” fizeram parte da minha infância. Entrou para o Livro Guinness de Recordes Mundiais como o programa humorístico de maior duração da televisão, com trinta anos de exibição e contava com Didi, Dedé, Zacarias e Mussum. Aliás, até hoje vários de seus filmes estão entre as maiores bilheterias nacionais. Não é pouca coisa.
Mussum era até considerado o mais engraçado de todos. Contudo, não entrarei nessa polêmica. Vou falar dessa cinebiografia que me despertou muitas emoções. Logicamente que ri demais. É impossível fazer um filme do Mussum sem ter um foco muito grande na comédia. Porém, o filme também me fez chorar, principalmente com as cenas que uniam esses dois grandes atores que são Neusa Borges e Aílton Graça. Não serei mais um a fazer trocadilho com o sobrenome do artista. Mas que ele está muito engraçado na película, não há dúvidas. Ele era um dos mais animados na sessão do filme, cheia de convidados, e com todo o elenco.
Mussum, Aílton Graça e Sílvio Guindane
“Muita gente desconhece o fato dele ter sido militar da aeronáutica. Muita gente não tem ideia que ele foi um dos caras que criou um dos instrumentos mais importantes para os grupos de samba, que é o reco-reco. Ele fez o reco-reco. Então tem muita coisa aí, muitas camadas.”, me falou Aílton Graça.
Morri de rir vendo as versões, as refilmagens de velhas esquetes que eu amava quando era criança. Em “Mussum, o filmis”, Sílvio Guindane conseguiu uma boa direção com um elenco maravilhoso que faz toda diferença, desde Yuri Marçal como o jovem Mussum, até Jennifer Dias como sua primeira esposa Leny, e todos os outros.
“O Mussum não é um ator que construiu um personagem de fora para dentro de um jeito pueril. O Antônio Carlos, ele achou o Mussum dentro dele e emprestou para o espectador. Por isso, tanta originalidad, tanta força. A nossa grande preocupação no roteiro, no filme, é de não deixar o público carente desse Mussum, mas que a gente também mostre o lado humano, que a gente saia do estereótipo que às vezes a personagem levava.”, respondeu o diretor Sílvio Guindane quando perguntei sobre a obra.
Acredito que esse filme tem tudo para ser um sucesso de bilheteria, pois ele estreia somente em 2 de novembro, e, além de toda a graça, ainda consegue passar uma boa mensagem, principalmente no seu final. Quando Mussum faleceu, em 1994, ainda era uma criança. Quantas e quantas reprises dos programas e filmes ainda vi depois disso? Ainda por cima, anos depois eu e vários amigos brincávamos de imitar Os Trapalhões, fazendo piadas entre nós, zoando um com a cara do outro.
Além disso, também sou um admirador das músicas dos Originais do Samba, que tem grande destaque na obra. Tem várias na minha playlist como “Tenha Fé, Pois Amanhã Um Lindo Dia Vai Nascer”, “Falador passa mal”, “Tragédia no Fundo do Mar (O Assassinato do Camarão)”. São vários sucessos eternos que esse filme ainda vai fazer a gentileza de trazer à tona novamente. Um filme nacional de qualidade como esse é realmente uma beleza. É bom relembrar Mumu da Mangueira e apresentar esse artista para as novas gerações. Ao fim da conversa ganhei de presente a biografia do Mussum, foi quando surgiu essa foto da capa da matéria. É, no fim das contas, Mussum segue fazendo largos sorrisos aparecerem.
Pelo Festival do Rio 2023, “Mussum, o filmis” ainda tem sessões no sábado, 14/10, às 20:45, na Reserva Cultural Niterói 1; e no domingo, 15/10, 16:30, no Kinoplex São Luiz 2.
Olhares Cariocas na Mangueira
Além disso, por falar em Mangueira e cinema, a Estação Primeira de Mangueira está lançando o projeto “Olhares Cariocas” com patrocínio de várias entidades, incluindo o MetrôRio, Lab245 e outros. O projeto oferece oportunidades de aprendizagem em produção audiovisual e tecnologias para jovens de 12 a 18 anos. As oficinas visam ensinar o uso de smartphones na produção de vídeos, preparando os jovens para o mercado de audiovisual, mídias sociais e o metaverso.
O projeto tem o objetivo de descobrir talentos para o mercado de trabalho, destacando o potencial artístico por trás das câmeras. A ideia é estimular a criatividade dos jovens nas comunidades cariocas, oferecendo oportunidades nas áreas de televisão, cinema e vídeos para a internet.
As aulas ocorrerão aos sábados, de 14 de outubro a 25 de novembro, no Auditório da Quadra da Estação Primeira de Mangueira, no Rio de Janeiro. O projeto é patrocinado pelo ISS Cultural e incentiva o uso de smartphones como ferramentas criativas. As inscrições estão abertas, e o projeto visa proporcionar conhecimento e acesso às novas tecnologias na era do metaverso e da inteligência artificial.
SERVIÇO
Oficinas Audiovisuais Olhares Cariocas
Aulas sempre aos sábados, a partir de 14/10 até 25/11
Horário: 9h às 12h
Local: Auditório da Quadra da Estação Primeira de Mangueira
Endereço: Rua Visconde de Niterói, 1072 – Mangueira, Rio de Janeiro – RJ
A cada Oficina, uma vivência diferente e inovadora. Para participar, basta fazer a inscrição pelo link: https://bit.ly/olharescariocas2023
Mais informações: projetoolharescariocas@gmail.com e pelo instagram @olharescariocas2023